Diabetes e doenças cardíacas: entenda os riscos
As doenças cardíacas também são uma das principais causas de morte no Brasil, especialmente entre adultos com diabetes tipo 2. No Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas vivem com diabetes, e essas pessoas têm um risco significativamente maior de desenvolver doenças cardíacas em comparação com a população geral. Esse risco elevado é semelhante ao observado nos EUA, onde o diabetes tipo 2 é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares.
Comparando os dois países, embora ambos enfrentem altos índices de doenças cardíacas entre a população diabética, os sistemas de saúde e os recursos disponíveis para diagnóstico e tratamento podem variar. Portanto, entender o risco pessoal e monitorá-lo regularmente é crucial tanto para brasileiros quanto para americanos com diabetes tipo 2.
Decidir quando adicionar um cardiologista à equipe médica deve ser baseado em uma avaliação cuidadosa e contínua do risco individual, levando em consideração fatores como histórico familiar, controle da glicemia e a presença de outras comorbidades.
As visitas a um profissional de saúde podem ser caras e demoradas, por isso a maioria das pessoas só quer adicionar esse recurso se for realmente necessário.
Qual é a relação entre diabetes e doenças cardíacas?
O diabetes aumenta significativamente o risco de desenvolver doenças cardíacas. Pessoas com diabetes tipo 2 têm dificuldade em transportar o açúcar da corrente sanguínea para as células que dele necessitam, o que leva ao aumento dos níveis de glicose no sangue. Com o tempo, esse aumento pode causar diversos tipos de doenças cardíacas.
Além disso, o diabetes aumenta o risco de desenvolver pressão alta e colesterol alto, que também contribuem para as doenças cardíacas. Portanto, as pessoas com diabetes precisam lidar tanto com os efeitos diretos da glicose elevada no coração quanto com outras condições médicas que adicionam mais estresse ao coração.
Como o diabetes afeta o coração?
Com o tempo, o açúcar elevado no sangue pode causar doenças cardíacas. O termo "doença cardíaca" é amplo e descreve qualquer condição que afeta o funcionamento do coração. O diabetes pode afetar o coração de várias maneiras e levar a diferentes tipos de doenças cardíacas. A seguir, analisaremos as mais comuns.
Aterosclerose (artérias endurecidas)
Níveis elevados de glicose no sangue danificam os vasos sanguíneos e facilitam o acúmulo de depósitos de gordura (placas) no interior das artérias. Com o tempo, as placas aumentam, reduzindo o espaço para o sangue fluir e tornando as artérias mais rígidas. Isso dificulta a circulação do sangue para os órgãos, podendo levar a problemas como doenças arteriais periféricas e acidentes vasculares cerebrais.
As placas também podem se acumular nas artérias ao redor do coração, resultando em doença cardiovascular aterosclerótica (ASCVD) ou doença arterial coronariana (DAC).
Infarto do miocárdio (ataque cardíaco)
Os ataques cardíacos acontecem quando o sangue não consegue chegar ao coração. Pessoas com doença arterial coronariana correm maior risco de sofrer um ataque cardíaco, pois a placa pode se desprender do interior do vaso sanguíneo e bloquear completamente o fluxo sanguíneo.
Estudos mostram que pessoas com diabetes têm maior probabilidade de morrer após um ataque cardíaco do que outras. Isso ocorre porque as pessoas com diabetes tendem a ter DAC mais grave, devido ao nível elevado de açúcar no sangue que afeta todos os vasos sanguíneos do coração, não apenas um ou dois.
Além disso, pessoas com diabetes têm maior probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca, o que significa que o coração não consegue se recuperar tão facilmente de um ataque cardíaco.
Insuficiência cardíaca
O coração é um músculo que, ao bater, empurra o sangue para o resto do corpo. O açúcar elevado no sangue enfraquece o músculo cardíaco, o que, com o tempo, pode levar à insuficiência cardíaca. Além disso, o nível elevado de açúcar no sangue pode danificar os nervos que controlam o ritmo cardíaco, também contribuindo para a insuficiência cardíaca.
Arritmia (ritmo cardíaco anormal)
Para bombear o sangue, o coração deve bater em ritmo. Ele faz isso usando sinais elétricos para coordenar suas diferentes partes. O açúcar elevado no sangue pode danificar esse sistema, levando a arritmias.
Como descobrir o risco de doença cardíaca
Aqui estão algumas boas notícias: nem todas as pessoas com diabetes correm o mesmo risco de desenvolver doenças cardíacas graves. Algumas têm um risco menor do que outras. Por isso, é importante considerar seu próprio risco ao ler sobre diabetes e doenças cardíacas.
Não existe uma maneira perfeita de calcular seu risco individual, mas existem ferramentas que podem ajudar, como o Estimador de Risco de ASCVD. Essa ferramenta estima a probabilidade de você ter um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (as complicações mais graves das doenças cardíacas) nos próximos 10 anos. Ela faz isso coletando informações como:
- Idade
- Sexo
- Histórico de tabagismo
- Pressão arterial
- Níveis de colesterol
- Histórico de hemoglobina glicada A1C (HbA1C ou A1C)
A ferramenta também oferece conselhos sobre a necessidade de:
- Aspirina diária
- Medicamentos para pressão arterial
- Estatinas para colesterol alto
Você deve consultar um cardiologista se tiver diabetes?
Todas as pessoas com diabetes tipo 2 devem conversar com seu médico sobre como reduzir o risco de doenças cardíacas. A maioria das pessoas só precisa consultar seu médico de cuidados primários, mas algumas devem considerar consultar um cardiologista.
Você deve pensar em consultar um cardiologista se tiver diabetes e:
- Sintomas de doença cardíaca, como dor no peito ou dificuldade para respirar durante a atividade
- Pressão alta ou colesterol alto
- Insuficiência cardíaca
- Histórico de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral
- Familiares que tiveram doenças cardíacas
Como você pode prevenir doenças cardíacas se tiver diabetes?
A coisa mais importante que você pode fazer para prevenir doenças cardíacas é manter o açúcar no sangue sob controle. Seu objetivo é fazer com que sua hemoglobina glicada A1C fique abaixo de 7% (ou menos, dependendo da sua situação pessoal). Dieta e exercícios podem ajudar, mas muitas pessoas precisam de medicamentos para atingir o nível desejado de açúcar no sangue.
Você também pode conversar com seu médico sobre inibidores de SGLT-2 e agonistas de GLP-1. Estas são duas classes mais recentes de medicamentos para diabetes que podem reduzir o risco de ataque cardíaco e derrame.
Além de controlar o diabetes, há outras medidas que você pode tomar para proteger o coração:
- Mantenha sua pressão arterial abaixo de 130/80 mmHg.
- Tome uma estatina diariamente se tiver colesterol alto.
- Procure fazer 150 minutos de atividade física de intensidade moderada por semana.
- Faça uma dieta saudável para o coração.
- Pare de fumar.
Conclusão
O diabetes tipo 2 aumenta o risco de desenvolver doenças cardíacas, que podem causar ataques cardíacos e derrames. Todas as pessoas com diabetes devem trabalhar com seu médico de cuidados primários para reduzir esse risco. Isso pode incluir mudanças na dieta e exercícios, medicamentos para ajudar a reduzir os níveis de açúcar no sangue e tratamento para outras condições que aumentam o risco de doenças cardíacas.
Você também pode considerar adicionar um cardiologista à sua equipe médica. Isso é especialmente importante para pessoas que já tiveram um ataque cardíaco ou derrame no passado ou que têm outras condições médicas que afetam o coração.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Referências
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Texto adaptado e traduzido do original: https://www.goodrx.com/conditions/diabetes/heart-disease