Conheça jogos que fortalecem sua memória
Envelhecer pode trazer uma série de desafios para a saúde, e um dos que mais preocupa é a demência. Embora pequenos lapsos de memória, como esquecer onde deixou as chaves ou o celular, sejam comuns com o passar do tempo, a ideia de esquecer o nome ou o rosto de pessoas queridas costuma gerar medo e insegurança.
Infelizmente, esse é um cenário com o qual muitas famílias já convivem. Em 2014, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) estimou que cerca de 5 milhões de adultos com mais de 65 anos viviam com demência. A projeção para os próximos anos é de aumento expressivo — com expectativa de alcançar aproximadamente 13,8 milhões de casos até 2060.
No Brasil, a situação também é preocupante. De acordo com o Relatório Nacional sobre a Demência, publicado em 2024 pelo Ministério da Saúde, cerca de 8,5% da população brasileira com 60 anos ou mais apresenta algum grau de demência. Isso representa aproximadamente 2,7 milhões de pessoas. E, assim como nos Estados Unidos, os números devem crescer nas próximas décadas, com estimativas apontando para 5,6 milhões de casos até 2050.
Diante desse cenário, é natural surgir a pergunta:
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Existe alguma forma de prevenir a demência?
Nos últimos anos, os chamados “jogos cerebrais” — como palavras cruzadas, quebra-cabeças e aplicativos de treino cognitivo — passaram a ser promovidos como estratégias para manter a mente ativa e, supostamente, reduzir o risco de perda de memória. Mas será que essas atividades realmente ajudam a prevenir a demência?
Neste artigo, vamos explorar o que a ciência tem mostrado sobre esse tema. Também vamos discutir se esses jogos, especialmente os disponíveis em celulares e tablets, podem de fato contribuir para a saúde do cérebro — e como eles se comparam a outras estratégias já conhecidas e recomendadas por especialistas.
O que a demência faz com o cérebro?
Envelhecer não significa, necessariamente, que você terá demência. A condição não faz parte do envelhecimento normal. No entanto, para quem desenvolve demência, ela pode afetar significativamente a capacidade de pensar, lembrar e processar informações.
Entre os sintomas mais comuns estão:
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Esquecer nomes, rostos, lugares ou palavras familiares
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Ter dificuldade para falar ou escrever com clareza
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Apresentar problemas para realizar tarefas do dia a dia
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Dificuldades com equilíbrio ou coordenação motora
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Repetir perguntas ou afirmações com frequência
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Ter alucinações ou pensamentos paranoicos
A demência acontece quando as células nervosas do cérebro — os neurônios — deixam de funcionar corretamente. Com o tempo, estes neurônios perdem a capacidade de se comunicar entre si e acabam morrendo, comprometendo gradualmente a função cerebral.
Diversas condições de saúde podem levar à demência. Entre as mais conhecidas estão os acidentes vasculares cerebrais (AVCs), a demência por corpos de Lewy e, mais comumente, a doença de Alzheimer. Outras causas menos frequentes também existem, por isso é fundamental buscar avaliação médica para um diagnóstico preciso.
O que posso fazer para diminuir o risco de demência?
Tratar a demência relacionada à doença de Alzheimer ainda é um grande desafio, principalmente porque há poucos medicamentos disponíveis e com eficácia limitada. Por isso, muitas pessoas buscam formas de prevenir o surgimento da doença ou, ao menos, reduzir seus impactos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresenta algumas recomendações que podem ajudar a diminuir o risco de desenvolver demência. Embora as evidências científicas que sustentam essas orientações ainda não sejam muito robustas, os riscos associados a essas práticas são baixos — e elas oferecem benefícios para a saúde de forma geral.
Entre as recomendações da OMS estão:
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Adotar uma alimentação saudável, como a dieta mediterrânea
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Praticar atividade física regularmente
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Parar de fumar
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Reduzir ou evitar o consumo de álcool
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Tratar e controlar condições de saúde como hipertensão e diabetes
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Estimular o cérebro por meio de treinamento cognitivo
O treinamento cognitivo consiste em realizar atividades que estimulam o raciocínio, a memória e outras funções cerebrais. Essas atividades mantêm o cérebro ativo e podem contribuir para preservar as habilidades cognitivas ao longo do tempo.
Há várias formas de praticar o treinamento cognitivo, como:
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Pintar, desenhar ou colorir
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Ler livros
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Fazer cursos e aprender novas habilidades
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Cuidar de plantas e jardinagem
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Jogar xadrez, baralho ou outros jogos de estratégia
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Resolver palavras cruzadas e quebra-cabeças
Alguns estudos de menor qualidade sugerem que essas atividades podem ajudar a melhorar a cognição em pessoas com demência leve a moderada. No entanto, ainda são necessários estudos mais amplos e bem conduzidos para confirmar esses efeitos com mais segurança.
Mesmo assim, manter o cérebro ativo é uma escolha positiva e segura, que pode trazer benefícios para a saúde mental, emocional e social em qualquer fase da vida.
Os jogos cerebrais previnem a demência?
Como o treinamento cognitivo pode trazer benefícios para pessoas com demência, há quem acredite que ele também possa ajudar a prevenir o desenvolvimento da condição. Tanto é que, em 2018, estima-se que as pessoas tenham gasto cerca de 1,9 bilhão de dólares em aplicativos de treinamento cerebral para smartphones e outros dispositivos móveis — uma versão moderna do estímulo cognitivo.
Apesar da popularidade desses aplicativos, atualmente não existem evidências científicas sólidas que comprovem que o treinamento cognitivo seja eficaz na prevenção da demência. Ainda assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda essa prática, pois seus possíveis benefícios superam os riscos — que, em geral, são baixos.
Alguns estudos sugerem que, em pessoas com cognição normal, o treinamento cognitivo pode ajudar a manter ou até melhorar habilidades como memória, atenção e raciocínio. No entanto, ainda não está claro se isso realmente contribui para retardar ou evitar o surgimento da demência. Essa é uma área de estudo ainda em desenvolvimento, e mais pesquisas de qualidade são necessárias.
E quanto à reversão da demência: jogos cerebrais ou aplicativos de treino podem ajudar?
A resposta é não. Até o momento, não há evidências de que jogos ou aplicativos sejam capazes de reverter a demência após seu surgimento. O que alguns estudos indicam é que essas ferramentas podem ter efeitos positivos no humor, no engajamento e em algumas habilidades cognitivas, especialmente em estágios leves da doença. Porém, elas não curam nem interrompem a progressão da condição.
Portanto, embora o uso de jogos cerebrais e atividades de estímulo mental possa ser benéfico como parte de um estilo de vida saudável, é importante ter expectativas realistas quanto aos seus efeitos. O ideal é combiná-los com outras ações recomendadas para promover a saúde do cérebro, como manter-se fisicamente ativo, ter uma alimentação equilibrada, controlar doenças crônicas e manter uma boa vida social.
Que tipos de jogos são bons para demência?
Muitos estudos já foram realizados para avaliar quais jogos podem ser benéficos para pessoas com demência, como o xadrez, alguns jogos de tabuleiro e até o bingo. No entanto, até o momento, não há evidências científicas suficientes para afirmar se essas atividades realmente ajudam ou não na prevenção ou no tratamento da doença.
O que se sabe com mais segurança é que manter-se mentalmente ativo costuma ser melhor do que não fazer nada. Estimular o cérebro de forma lúdica pode trazer benefícios gerais para o bem-estar, o humor e o engajamento social.
No caso dos jogos de memória em aplicativos de celular, nenhum deles, até o momento, é aprovado ou reconhecido por órgãos reguladores como a FDA (nos Estados Unidos) para a prevenção ou tratamento da demência. Esses aplicativos de treinamento cerebral ainda carecem de evidências clínicas sólidas. Inclusive, algumas empresas já enfrentaram problemas legais por fazer promessas sem comprovação científica.
Apesar disso, o cenário para o futuro é promissor. Há um campo crescente de pesquisas voltadas para o uso de tecnologias digitais na promoção da saúde cerebral. Estão sendo estudadas ferramentas como aplicativos para dispositivos móveis mais avançados, videogames terapêuticos e até soluções de realidade virtual. É possível que, nos próximos anos, tenhamos evidências mais robustas e tecnologias ainda mais eficazes voltadas à saúde do cérebro.
À medida que essas inovações se desenvolvem, é importante manter uma abordagem crítica e bem-informada, buscando sempre o apoio de profissionais de saúde para avaliar quais estratégias podem realmente beneficiar cada pessoa, de forma individualizada.
Como estimular seu cérebro ajuda a melhorar a função cognitiva?
Assim como exercitar o corpo ajuda a mantê-lo forte e saudável, exercitar o cérebro também pode contribuir para preservar a capacidade de pensar com clareza e de forma crítica. Uma possível explicação para esse benefício é o conceito de "reserva cognitiva".
Segundo essa teoria, ao manter o cérebro ativo por meio de estímulos como leitura, estudo, jogos ou atividades desafiadoras, é possível criar uma espécie de “reserva” de funções mentais. Isso significa que, mesmo que ocorra algum declínio cognitivo no futuro, como o causado pela demência, os efeitos podem demorar mais a se manifestar ou ser menos intensos em quem tem uma reserva cognitiva maior.
No entanto, é importante destacar que essa é uma hipótese ainda em estudo. A ideia da reserva cognitiva é amplamente aceita no meio científico como uma explicação plausível, mas ainda não foi comprovada de forma definitiva por estudos clínicos de alta qualidade. Mesmo assim, manter o cérebro ativo é uma estratégia positiva para o bem-estar geral e pode trazer diversos benefícios para a saúde mental ao longo da vida.
Com que frequência você precisa exercitar o cérebro para notar os benefícios?
Não existe uma quantidade exata ou uma frequência ideal de treinamento cognitivo que todas as pessoas devam seguir. O mais importante, até onde a ciência conseguiu comprovar, é que fazer alguma atividade que estimule o cérebro é provavelmente melhor do que não fazer nada.
Esse conceito é muitas vezes chamado de “use ou perca”. Em outras palavras, quanto mais você utiliza seu cérebro, mais você preserva suas habilidades mentais. Alguns estudos sugerem que praticar atividades cognitivas duas vezes por semana pode ser benéfico, mas ainda não está claro se fazer mais do que isso traz vantagens adicionais.
O fundamental é encontrar algo que você goste de fazer e que lhe proporcione prazer. Criar um hábito prazeroso e que estimule o raciocínio é uma boa forma de manter o cérebro ativo. Isso pode incluir jogos tradicionais com papel e caneta, como palavras cruzadas ou sudoku, até o uso de aplicativos de treino cerebral em smartphones ou tablets.
Mais do que a ferramenta utilizada, o valor está na constância e no envolvimento com a atividade. Escolher algo que se encaixe na sua rotina e que estimule sua mente de maneira positiva pode fazer toda a diferença ao longo do tempo.
Conclusão
Atividades cognitivas, também conhecidas como treinamento cerebral, podem ser úteis para manter ou até melhorar certas habilidades mentais, como memória, atenção e raciocínio. Ainda não está comprovado se essas práticas conseguem prevenir a demência ou reduzir o risco de desenvolvê-la.
Mesmo assim, elas podem trazer benefícios no dia a dia, como maior concentração, agilidade mental e sensação de bem-estar. Além disso, os riscos associados a esse tipo de atividade são mínimos, o que faz do treinamento cognitivo uma opção segura e acessível.
Por isso, vale a pena experimentar. Encontrar formas prazerosas de exercitar a mente pode ser positivo para pessoas de todas as idades. Com o avanço das pesquisas, é provável que, no futuro, tenhamos mais clareza sobre quais estratégias funcionam melhor para diferentes perfis e necessidades.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/dementia/brain-training-apps-games-memory
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