Você pode testar para demência? Os testes cognitivos e de memória usados para diagnosticar demência

Entenda o uso de testes cognitivos para o diagnóstico de demências 

O diagnóstico de demência pode levar tempo, principalmente porque não existe um teste único e definitivo para a condição. Além disso, os sintomas e a progressão da doença variam de pessoa para pessoa.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, correspondendo à maioria dos casos. No entanto, há vários outros tipos, cada um com características e manifestações próprias.

A seguir, vamos explorar como a demência é diagnosticada, os exames mais utilizados no processo e os desafios que podem surgir ao longo da avaliação.

Como a demência é diagnosticada?

Abaixo, detalhamos o processo típico de diagnóstico de demência.

Etapa 1: Descartar outras condições

Muitas condições podem causar sintomas semelhantes aos da demência, como perda de memória, confusão, mudanças de comportamento e desorientação.

O primeiro passo no diagnóstico é descartar outras possíveis causas desses sintomas. Por isso, os profissionais de saúde atuam como verdadeiros detetives, utilizando exames de sangue e outros testes para investigar possíveis explicações alternativas, como:

• Infecções

• Desidratação

• Efeitos colaterais de medicamentos

• Anemia ou baixa contagem de células sanguíneas

• Problemas renais ou hepáticos

• Distúrbios da tireoide ou hormonais

• Doenças pulmonares e cardíacas

• Deficiência auditiva

• Câncer

• Consumo excessivo de álcool ou drogas

• Transtornos de saúde mental, como depressão

Identificar e tratar essas condições corretamente pode, em muitos casos, reverter os sintomas ou evitar um diagnóstico incorreto de demência. 

Etapa 2: Testes cognitivos para demência 

O próximo passo na avaliação dos sintomas de demência é a realização de testes cognitivos. Esses exames analisam funções cerebrais como memória, raciocínio e capacidade de processamento, que podem ser afetadas pela doença. Normalmente, são aplicados por um clínico geral ou por um neurologista.

Existem diversos testes para avaliar a cognição, e a maioria dura entre 15 e 30 minutos. Eles não funcionam como provas de "acerto ou erro", mas ajudam a medir como o processamento e a compreensão das informações de uma pessoa se comparam com os de outras da mesma faixa etária.

Cinco dos testes mais utilizados incluem:

• Mini-Mental State Examination (MMSE): Em uso há mais de 30 anos, foi criado para avaliar o estado cognitivo de idosos hospitalizados. No entanto, não considera o impacto do humor no pensamento e pode apresentar viés para falantes nativos de inglês.

• Montreal Cognitive Assessment (MoCA): Desenvolvido há cerca de 20 anos, serve como um teste complementar ao MMSE para identificar casos de demência em estágios iniciais. Há também uma versão adaptada para pessoas com deficiência visual, chamada "MoCA cego".

• Saint Louis University Mental Status Exam (SLUMS): Mais sensível que o MMSE, consegue detectar alterações sutis na orientação, memória e atenção. Conta com uma seção de teste de memória mais desafiadora e pode ser aplicado em vários idiomas.

• Teste Cognitivo-Linguístico Rápido (CLQT): Projetado para adultos entre 18 e 89 anos com suspeita ou histórico de lesões cerebrais, o CLQT foca na avaliação das habilidades de fala e linguagem.

• Cognistat: Criado na Universidade de Stanford em 1979, leva em conta condições de saúde e o uso de medicamentos que possam influenciar o desempenho no teste.

Esses são alguns dos principais testes utilizados para diagnosticar a demência, mas existem outros exames complementares que também podem ser aplicados, dependendo do caso.

Etapa 3: Testes adicionais para demência

Se a avaliação cognitiva indicar suspeitas de demência, o profissional de saúde pode recomendar exames complementares, sendo os mais comuns os estudos de imagem cerebral.

Esses exames ajudam a identificar derrames, tumores, sangramentos, danos às células cerebrais, coágulos sanguíneos e acúmulo de proteínas. Dessa forma, auxiliamos na exclusão de outras possíveis causas dos sintomas e podem revelar alterações relacionadas à demência.

Os principais exames de imagem incluem:

• Tomografia Computadorizada (TC): Utiliza tecnologia de raios X para criar imagens bidimensionais do cérebro, permitindo identificar sangramentos, inchaços ou outras lesões.

• Ressonância Magnética (RM): Usa ondas magnéticas e de rádio para gerar imagens projetadas do cérebro, detectando pequenas anormalidades que a tomografia pode não captar.

• Angiografia Cerebral: Avalia os vasos sanguíneos do cérebro para verificar a presença de bloqueios ou coágulos.

Outro exame útil no diagnóstico da demência é a punção lombar , um procedimento que coleta uma pequena amostra do líquido que envolve o cérebro e a medula espinhal. A coleta é feita por meio de uma agulha inserida na parte inferior das costas. O líquido obtido é investigado para identificar proteínas específicas que costumam ser elevadas em pessoas com demência.

Testes de triagem cognitiva para demência que você pode fazer em casa

Agora que você entende a complexidade do diagnóstico da demência, fica claro que não há uma opção confiável de autoavaliação. No entanto, existem alguns testes de triagem breves disponíveis online que podem oferecer uma noção geral sobre se as capacidades cognitivas de uma pessoa estão dentro da faixa esperada.

Embora esses testes possam ser um ponto de partida, é fundamental reconhecer suas limitações. Se houver preocupação com sua própria cognição ou a de um ente querido, é essencial procurar a orientação de um profissional de saúde. Somente um especialista pode interpretar corretamente os resultados e indicar os próximos passos mais adequados.

Conclusões

Assim como não existe um único exame capaz de determinar a saúde ou o condicionamento físico de uma pessoa, também não há um teste definitivo para diagnosticar a demência. As alterações de memória e confusão podem ter diversas causas, e um diagnóstico preciso exige uma avaliação cuidadosa.

Se você ou um ente querido estiver preocupado com a possibilidade de demência, um profissional de saúde pode orientar o processo de avaliação. É natural sentir apreensão, pois o medo da doença muitas vezes é mais comum do que a própria condição. No entanto, é importante respirar fundo e ter paciência, já que, em alguns casos, pode levar tempo para chegar a um diagnóstico correto.

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.

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Referências

Associação de Alzheimer. (nd). Triagem e avaliação cognitiva . 

Arevalo-Rodriguez, I., et al. (2015). Mini‐Exame do Estado Mental (MEEM) para a detecção da doença de Alzheimer e outras demências em pessoas com comprometimento cognitivo leve (CCL) . Cochrane Database of Systematic Reviews . 

Cognistat. (nd). Sobre o Teste de Avaliação Cognitiva Cognistat Original . Novatek. 

Gallegos, M., et al. (2022). 45 anos do mini-exame do estado mental (MEEM): Uma perspectiva da Ibero-América . Demência & Neuropsicologia .

Helm-Estabrooks, N. (2017). Teste rápido cognitivo linguístico-Plus (CLQT™+) . Pearson. 

Faculdade de Medicina da Universidade Saint Louis. (nd).  Exame de estado mental da SLU . 

ScienceDirect. (nd). Resultados da pesquisa para Montreal Cognitive Assessment .

Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/alzheimers-disease/alzheimer-and-dementia-diagnosis

FAQ: perguntas frequentes sobre demência