Entenda a pressão alta durante a gravidez
Se você está grávida, talvez já tenha notado que uma parte significativa das suas consultas pré-natais envolve a verificação da pressão arterial. Isso ocorre porque a gravidez traz várias mudanças no corpo, especialmente no sistema cardiovascular. Durante a gravidez, o volume de sangue no corpo praticamente dobra. Essas alterações podem causar um aumento na pressão arterial no início da gestação, seguido de uma queda em estágios mais avançados.
No entanto, se a pressão arterial se mantiver elevada ao longo da gravidez, isso pode representar riscos tanto para a sua saúde quanto para a do feto em desenvolvimento. Por isso, o monitoramento constante é essencial para prevenir complicações como a pré-eclâmpsia, uma condição que pode ser grave se não tratada adequadamente.
Ao longo da gestação, a atenção à pressão arterial é uma medida preventiva crucial para garantir um desfecho saudável tanto para a mãe quanto para o bebê.
O que é considerado pressão alta durante a gravidez?
A pressão alta durante a gravidez é definida quando:
- A pressão arterial sistólica (o número superior) é de 140 mmHg ou mais.
- A pressão arterial diastólica (o número inferior) é de 90 mmHg ou mais.
Se qualquer um desses valores estiver acima desses limites, a pressão arterial é considerada elevada. Por exemplo, uma leitura de 148/82 indica pressão alta devido ao número superior elevado, assim como uma leitura de 136/96, onde o número inferior está elevado.
Esse texto foi ajustado para garantir maior clareza e coesão, com divisão em parágrafos para facilitar a compreensão.
Compreendendo a hipertensão gestacional e por que ela acontece
Algumas pessoas já têm histórico de pressão alta (hipertensão) antes de engravidar. No entanto, muitas outras desenvolvem pressão alta durante a gravidez, mesmo sem ter histórico prévio da condição. Isso é conhecido como hipertensão gestacional e afeta entre 6% e 10% das gestações.
Durante cada consulta pré-natal, assim como em qualquer atendimento ao longo da gravidez, a equipe médica monitora a sua pressão arterial. Para ser diagnosticada com hipertensão gestacional, é necessário que a pressão arterial esteja elevada em duas medições separadas.
É importante observar que, em algumas situações, a pressão arterial pode subir temporariamente devido ao estresse ou doenças — ambos comuns durante a gravidez. Se uma leitura indicar pressão arterial alta, o médico geralmente solicitará uma nova medição em alguns dias ou na semana seguinte.
O risco de desenvolver hipertensão gestacional é maior se você:
- Já teve hipertensão gestacional em gestações anteriores.
- Tem histórico familiar de hipertensão gestacional.
- Está grávida de gêmeos ou múltiplos.
- Tem 35 anos ou mais.
- Possui um índice de massa corporal (IMC) na categoria de obesidade.
- Está grávida pela primeira vez.
- Possui condições médicas crônicas.
Qual é a pressão arterial normal durante a gravidez?
Uma pressão arterial normal varia de pessoa para pessoa, mas, em geral, deve ser sempre inferior a 140/90 mmHg. Durante o primeiro trimestre da gravidez, é comum que a pressão arterial esteja um pouco mais alta do que o habitual, pois o coração, os vasos sanguíneos e o volume sanguíneo estão trabalhando intensamente para nutrir o feto em desenvolvimento.
À medida que o corpo se adapta a essas novas demandas, a pressão arterial tende a se aproximar dos níveis normais durante o segundo trimestre. No entanto, no terceiro trimestre, é possível que a pressão arterial volte a subir ligeiramente, uma vez que o feto continua a crescer e o corpo da gestante enfrenta novas exigências.
Quais são os sintomas da pressão alta durante a gravidez?
A maioria das pessoas não apresenta sintomas de pressão alta durante a gravidez. No entanto, alguns sinais podem indicar a presença de complicações, como a pré-eclâmpsia, uma condição perigosa relacionada à hipertensão gestacional. Fique atenta aos seguintes sintomas:
- Inchaço nos pés ou tornozelos
- Dor de cabeça
- Falta de ar
- Alterações na visão
- Dor no abdômen superior direito
Esses sintomas podem ser indicativos de pré-eclâmpsia, uma complicação grave da pressão alta induzida pela gravidez. É essencial procurar atendimento médico imediatamente se você apresentar qualquer um desses sinais.
Quais são os riscos de ter pressão alta na gravidez?
A pressão alta durante a gravidez pode aumentar significativamente o risco de parto prematuro ou a necessidade de uma cesariana. Além disso, a hipertensão pode comprometer o crescimento e a saúde do bebê ao longo da gestação. Quando a pressão arterial está elevada, a quantidade de oxigênio e nutrientes que chegam ao bebê é reduzida. Isso pode resultar em um bebê prematuro e com baixo peso ao nascer.
No que diz respeito à saúde da mãe, a pressão alta durante a gravidez eleva o risco de complicações graves e potencialmente fatais, como pré-eclâmpsia, eclâmpsia e a síndrome HELLP. Essas condições podem levar a sérios problemas de saúde, incluindo:
- AVC
- Convulsões
- Ataques cardíacos
- Problemas respiratórios
- Insuficiência renal
- Danos no fígado
- Morte
É crucial que a hipertensão seja monitorada e tratada durante a gravidez para minimizar esses riscos e garantir a saúde da mãe e do bebê.
A relação entre pressão alta na gravidez e pré-eclâmpsia
A pressão alta durante a gravidez pode evoluir para pré-eclâmpsia, uma condição em que a pressão arterial elevada começa a afetar órgãos vitais. A pré-eclâmpsia é diagnosticada quando a pressão alta na gravidez é acompanhada por um ou mais dos seguintes sinais:
- Presença de proteína na urina.
- Queda no número de plaquetas (células responsáveis pela coagulação do sangue).
- Problemas renais.
- Disfunções hepáticas.
- Acúmulo de líquido nos pulmões.
- Dor de cabeça persistente, com ou sem problemas de visão.
- Convulsões.
Essa condição requer monitoramento médico rigoroso, pois pode levar a complicações graves tanto para a mãe quanto para o bebê.
Quais são os sintomas da pré-eclâmpsia?
Muitas pessoas com pré-eclâmpsia não apresentam sintomas evidentes. No entanto, algumas podem notar os seguintes sinais:
- Dor intensa na parte superior direita do abdômen.
- Dor de cabeça persistente e severa.
- Visão perturbada, como flashes de luz ou manchas escuras.
- Fraqueza generalizada.
- Confusão mental.
- Dificuldade para respirar.
- Inchaço no rosto ou nas mãos.
- Ganho de peso repentino e inexplicável.
- Sangramento ou hematomas que surgem facilmente.
Esses sintomas podem indicar complicações graves e requerem atenção médica imediata.
Quem corre mais risco de pré-eclâmpsia?
O risco de desenvolver pré-eclâmpsia é maior nos seguintes casos:
- Você tinha pressão alta antes de engravidar.
- Teve pré-eclâmpsia em uma gravidez anterior.
- Possui histórico familiar de pré-eclâmpsia.
- Tem 40 anos ou mais.
- Está grávida de mais de um bebê.
- É afrodescendente.
- Fez fertilização in vitro utilizando um embrião congelado.
- Tem histórico de condições como diabetes, lúpus, doença renal ou obesidade.
Esses fatores aumentam a probabilidade de complicações durante a gravidez e exigem monitoramento cuidadoso.
A relação entre pressão alta na gravidez, eclâmpsia e síndrome HELLP
A pressão alta induzida pela gravidez e a pré-eclâmpsia aumentam o risco de duas condições muito graves e potencialmente fatais relacionadas à gestação:
- Eclâmpsia: Ocorre quando a pressão arterial elevada durante a gravidez atinge níveis tão altos que provoca convulsões ou até coma.
- Síndrome HELLP: Essa condição é caracterizada por "hemólise, enzimas hepáticas elevadas e baixa contagem de plaquetas". Ela pode causar anemia grave, danos ao fígado e sangramentos incontroláveis.
Embora os cientistas ainda não compreendam completamente como a pressão alta aumenta o risco dessas condições, sabe-se que ambas podem ocorrer mesmo sem a presença de hipertensão significativa.
É importante destacar que o termo "pré" em "pré-eclâmpsia" pode dar a entender que essa condição sempre precede a eclâmpsia, mas isso nem sempre é verdade. Tanto a eclâmpsia quanto a síndrome HELLP podem se desenvolver em qualquer momento durante a gravidez, incluindo o chamado "quarto trimestre", que abrange até 12 semanas após o parto.
Como você pode prevenir a pressão alta durante a gravidez?
Embora nem sempre seja possível prevenir a pressão alta durante a gravidez, você pode reduzir o risco ao focar em sua saúde antes e durante a gestação. Manter um acompanhamento regular ao longo da gravidez é essencial para garantir a saúde tanto sua quanto do feto, independentemente de você já ter histórico de pressão alta.
Quanto mais saudável você estiver antes de engravidar, mais tranquila e segura será sua gravidez. Aqui estão algumas recomendações para ajudar:
- Adote uma dieta saudável para o coração: Priorize alimentos ricos em nutrientes, como frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras.
- Mantenha um peso saudável: Trabalhe com seu médico para atingir e manter um peso saudável antes e durante a gravidez.
- Pratique exercícios regularmente: Encontre uma rotina de exercícios adequada às suas condições físicas e mantenha-se ativa.
- Pare de fumar (ou evite começar): Fumar pode aumentar significativamente o risco de complicações durante a gravidez, incluindo pressão alta.
- Evite o consumo de álcool ou mantenha-o dentro de limites seguros: O consumo de álcool deve ser minimizado ou eliminado para reduzir riscos à saúde do bebê e da mãe.
Seguindo essas orientações, você aumenta suas chances de ter uma gravidez mais saudável e segura.
Como tratar a pressão alta na gravidez?
Medicamentos podem ser usados para tratar a pressão alta durante a gravidez antes que ela se torne um problema sério. O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) recomenda iniciar o tratamento medicamentoso para reduzir a pressão arterial quando:
- A pressão arterial sistólica estiver em 140 mmHg ou mais.
- A pressão arterial diastólica estiver em 90 mmHg ou mais.
Historicamente, os médicos costumavam começar o tratamento para a pressão alta na gravidez apenas quando os níveis alcançavam 160/110 mmHg. No entanto, em 2022, um grande estudo envolvendo mais de 2.400 mulheres grávidas demonstrou que iniciar o tratamento para pressão arterial em níveis superiores a 140/90 mmHg, em vez de esperar até 160/110 mmHg, resultou em taxas menores de pré-eclâmpsia grave, redução de partos prematuros e melhores resultados tanto para o bebê quanto para a mãe.
Essas descobertas reforçam a importância de um controle rigoroso da pressão arterial durante a gravidez para prevenir complicações graves e garantir a saúde materno-fetal.
Os medicamentos para pressão arterial são seguros durante a gravidez?
Estudos indicam que três medicamentos para pressão arterial são geralmente seguros para tratar a hipertensão na maioria das gestações:
- Metildopa: Possui o histórico mais longo e seguro de uso durante a gravidez. Este medicamento relaxa os vasos sanguíneos, ajudando a reduzir a pressão arterial.
- Labetalol: Atua diminuindo a frequência cardíaca, o que permite que o coração relaxe e, consequentemente, reduz a pressão arterial.
- Nifedipina: Disponível em forma de liberação prolongada, geralmente precisa ser tomada apenas uma vez ao dia.
Por outro lado, a pesquisa ainda não é conclusiva para a maioria dos outros medicamentos para pressão arterial, o que impede os especialistas de recomendar ou desaconselhar seu uso com confiança durante a gravidez.
Alguns medicamentos para pressão arterial, no entanto, são definitivamente inseguros durante a gravidez, pois podem prejudicar o feto em desenvolvimento. Esses medicamentos incluem:
- Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECA): benazepril, captopril, enalapril, fosinopril, lisinopril, moexipril, perindopril, quinapril, ramipril, trandolapril.
- Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina II (BRA): azilsartana, candesartana, eprosartana, irbesartana, losartana, olmesartana, telmisartana, valsartana.
- Inibidores diretos da renina: aliscireno.
- Antagonistas da aldosterona: eplerenona, espironolactona.
Esses medicamentos devem ser evitados durante a gravidez devido ao risco de danos ao feto.
Quais são os riscos de tomar medicamentos para pressão arterial durante a gravidez?
Sempre que você considera tomar medicamentos durante a gravidez, é essencial equilibrar os benefícios à saúde com os possíveis riscos. Há evidências robustas de que medicamentos para pressão arterial podem melhorar a saúde da mãe grávida e do bebê em desenvolvimento. No entanto, a questão dos efeitos colaterais ainda é complexa.
Estudos mais antigos sugeriam que esses medicamentos poderiam restringir o crescimento do bebê, mas pesquisas mais recentes e abrangentes não encontraram essa relação. Desde que você esteja tomando um medicamento para pressão arterial que seja considerado seguro durante a gravidez, as pesquisas indicam que os benefícios para a saúde da mãe e do bebê superam os riscos.
Entretanto, essa afirmação não se aplica a medicamentos com riscos conhecidos para a gravidez, como inibidores da ECA e BRAs, que podem causar problemas renais, defeitos congênitos e até aborto espontâneo. Se você estiver tomando esses medicamentos e planeja engravidar, é fundamental discutir com seu médico a possibilidade de mudar para opções mais seguras antes de tentar engravidar.
Se você descobrir que está grávida enquanto estiver usando esses medicamentos, entre em contato com seu médico imediatamente. Eles podem ajudar você a fazer a transição segura para um medicamento que seja mais adequado para a gravidez.
Conclusão
A pressão alta durante a gravidez é uma condição que deve ser levada muito a sério. Se a sua pressão arterial for igual ou superior a 140/90 mmHg, é considerada pressão alta gestacional. Nesses casos, o seu médico poderá prescrever medicamentos para ajudar a controlar a pressão arterial e proteger tanto a sua saúde quanto a do bebê.
Os sintomas de pressão alta na gravidez podem incluir dores de cabeça intensas, alterações na visão e dor na parte superior direita do abdômen. A pressão alta não controlada durante a gravidez pode levar a complicações graves e potencialmente fatais, como pré-eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome HELLP.
Para proteger sua saúde e a do seu bebê, é fundamental estar atenta a esses sintomas e comparecer regularmente às consultas pré-natais para monitorar sua pressão arterial e receber os cuidados adequados.
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Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/pregnancy/high-blood-pressure-pregnancy