Devo tomar aspirina se tenho pressão alta?
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Wilton de Andrade
Última atualização
12/11/2024
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Entenda o uso da Aspirina por pessoas que sofrem de pressão alta

A hipertensão (pressão alta) é uma condição médica comum, afetando cerca de um terço dos adultos nos EUA. Embora alguns grupos, como idosos e afro-americanos, tenham maior propensão à hipertensão, ela pode atingir pessoas de qualquer perfil. 

No Brasil, a hipertensão também é uma preocupação significativa, afetando aproximadamente 30% da população adulta. Assim como nos EUA, a maioria das pessoas com hipertensão não apresenta sintomas visíveis, o que torna o diagnóstico precoce um desafio. 

Quando não tratada, essa condição pode resultar em problemas graves, como doenças cardíacas e derrames, que estão entre as principais causas de morte em ambos os países.

Muitos medicamentos são usados ​​no tratamento da hipertensão, e uma questão comum é se a aspirina é um deles. A resposta, no entanto, é um pouco complexa.

 

A aspirina reduz a pressão arterial?

A aspirina, em geral, não demonstrou reduzir a pressão arterial de forma consistente. No entanto, algumas pesquisas indicam que doses baixas de aspirina (81 mg por dia) podem ajudar a reduzir a pressão arterial quando tomadas antes de dormir. Os pesquisadores ainda não entendem exatamente por que isso ocorre, mas acreditam que pode estar relacionado à atividade de certos hormônios que elevam a pressão arterial durante a noite.

Ainda assim, a aspirina em baixa dosagem não é recomendada para tratar a hipertensão. Existem medicamentos mais treinados e eficazes para esse propósito. Caso você tenha hipertensão, seu médico provavelmente indicará um medicamento especificamente aprovado para controle da pressão arterial, como:

Converse com seu médico para determinar o melhor tratamento para seu caso.

 

O que a aspirina faz no corpo?

A aspirina é um medicamento que faz parte do grupo de antiinflamatórios não esteroides (AINEs). Ela age bloqueando duas enzimas, a ciclooxigenase-1 (COX-1) e a ciclooxigenase-2 (COX-2), que são responsáveis ​​pela produção de prostaglandinas

As prostaglandinas são substâncias químicas liberadas pelo corpo em resposta a lesões ou danos nas células e provocam inflamação, inflamação, dor e febre. Ao inibir COX-1 e COX-2, a aspirina ajuda a reduzir esses sintomas.

Em doses baixas, a aspirina também é usada para prevenir doenças cardiovasculares, um grupo de condições que afetam o coração e os vasos sanguíneos e aumentam o risco de ataque cardíaco e derrame. A aspirina em baixa dosagem ajuda na prevenção desses eventos ao evitar a formação de coágulos sanguíneos. 

Ela envelhece impedindo que as placas, células responsáveis ​​pela coagulação do sangue, se aglomerem. Embora a coagulação seja um processo essencial para evitar sangramentos, coágulos anormais podem bloquear o fluxo sanguíneo para o coração ou cérebro. 

Coágulos no coração podem causar ataque cardíaco, enquanto coágulos no cérebro podem resultar em derrame. Desta forma, para algumas pessoas, tomar aspirina em baixa dosagem diariamente pode ser benéfico na prevenção desses eventos graves.

 

Como sei se a aspirina em baixa dosagem é adequada para mim?

Sempre converse com seu médico antes de iniciar o uso de aspirina em baixa dosagem. Embora estejam disponíveis sem restrição, os riscos podem superar os benefícios para pessoas que realmente não precisam dela. Existem grupos específicos de pessoas que podem se beneficiar do uso de aspirina em baixa dosagem, e seu médico pode recomendá-la, caso você se encaixe nesses perfis. Mais detalhes sobre esses grupos serão apresentados a seguir.

Prevenção de ataque cardíaco e derrame em certas pessoas

A US Preventive Services Task Force (USPSTF) recomenda que os profissionais de saúde considerem aspirina diária em baixas doses para prevenir doenças cardiovasculares em certos grupos de pessoas. Esses grupos incluem:

  1. Pessoas que já tiveram ataque cardíaco, derrame, fibrilação atrial ou colocação de stent vascular no passado.
  2. Adultos, de 40 a 59 anos, que têm alto risco de doença cardiovascular e baixo risco de sangramento. Seu provedor de saúde pode ajudá-lo a usar um estimador de risco para avaliar suas chances de desenvolver doença cardiovascular. Eles também podem conversar com você sobre se você tem um risco maior de sangramento.

Se você acha que se qualifica para tratamento com aspirina de baixa dosagem, converse com seu médico. Ele pode ajudar você a descobrir se você é um bom candidato com base em seu histórico médico, preferências pessoais e fatores de risco para doenças cardiovasculares.

Pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia é uma condição médica caracterizada por pressão alta e níveis elevados de proteína na urina durante a gravidez. Em casos graves, pode causar danos aos órgãos da gestante e afetar o crescimento do bebê. A pré-eclâmpsia também aumenta o risco de problemas cardíacos futuros para a gestante. 

Uma grande revisão com mais de 250.000 gestantes com pré-eclâmpsia mostrou que a condição dobra a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardíacas ou derrames mais tarde na vida. Por isso, a USPSTF recomenda o uso de aspirina em baixa dosagem após 12 semanas de gravidez para aqueles com alto risco de pré-eclâmpsia.

Entre os principais fatores de risco para pré-eclâmpsia estão diabetes, hipertensão crônica e histórico de pré-eclâmpsia na gravidez anterior. Outros fatores incluem:

  • Gravidez múltipla
  • Uso de tecnologia de reprodução assistida para engravidar
  • Doença renal
  • Doenças autoimunes, como lúpus

O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) e a Sociedade de Medicina Materno-Fetal fazem recomendações semelhantes, comparando o início da aspirina em baixa dosagem entre 12 e 28 semanas de gravidez em casos de alto risco, com recomendação de início ideal antes das 16 semanas.

Lembre-se de que existem outros fatores de risco para pré-eclâmpsia além dos listados. Se você estiver grávida e tiver dúvidas sobre a necessidade de aspirina, consulte seu obstetra. Ele poderá orientar sobre o uso de aspirina em baixa dosagem durante a gravidez.

Outros motivos para o uso de aspirina

Além da prevenção de ataque cardíaco, derrame e pré-eclâmpsia, a aspirina em baixa dosagem pode ser recomendada em outras situações, como para prevenir a perda recorrente de gravidez. No entanto, nunca comece o uso de aspirina sem consultar seu médico, que poderá avaliar se o medicamento é necessário e benéfico no seu caso.

 

Quais são os efeitos colaterais da aspirina?

A aspirina pode causar efeitos colaterais leves e graves. Entre os efeitos colaterais, estão:

  • Azia
  • Náuseas e dor de estômago
  • Perda de apetite
  • Dor de cabeça

Os efeitos colaterais mais graves incluem:

  • Hematomas ou sangramento mais frequentes
  • Problemas renais
  • Úlceras estomacais
  • Síndrome de Rey em crianças
  • Reações alérgicas

Certos grupos apresentam maior risco de efeitos colaterais com o uso de aspirina. Pessoas mais suscetíveis ao risco de sangramento incluem aquelas que fumaram, usam outros medicamentos que podem causar sangramento ou têm 60 anos ou mais.

Se você notar sinais de efeitos colaterais graves, como hematomas naturais, sangue nas fezes ou erupções aparentemente dolorosas e descamativas, procure atendimento médico imediatamente.

 

Conclusões

A aspirina geralmente não é a primeira escolha para tratar a pressão alta, mas pode ser útil na prevenção de problemas cardíacos, como ataques cardíacos e derrames, em alguns casos. Ela é recomendada para pessoas que já tiveram um ataque cardíaco ou derrame e para adultos entre 40 e 59 anos que apresentam baixo risco de sangramento e alto risco de doenças cardiovasculares.

No entanto, para muitas pessoas, os riscos associados ao uso da aspirina superam os benefícios. Isso se aplica especialmente a pessoas com mais de 60 anos que nunca tiveram um ataque cardíaco ou derrame, bem como pessoas com alto risco de sangramento.

É importante conversar com seu médico se a aspirina é adequada para o seu caso. Ele poderá ajudar a avaliar os riscos e benefícios com base no seu histórico de saúde.

 

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.

 

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Referências

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Texto adaptado e traduzido do original: https://www.goodrx.com/aspirin/should-i-take-aspirin-if-i-have-hypertension

 

FAQ: perguntas frequentes sobre aspirina