Por que não consigo comer quando estou ansioso ou estressado?
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Escrito por
Wilton de Andrade
Última atualização
02/10/2024
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Entenda como o estresse e a ansiedade afetam o apetite

Ansiedade e estresse podem impactar diretamente o apetite. Para muitas pessoas, essas emoções desencadeiam a compulsão alimentar, pois recorrem à comida como uma forma de conforto. Em contrapartida, outros podem ter a reação oposta, perdendo o apetite. Nesse caso, podem apenas reduzir a ingestão de alimentos ou até pular refeições por completo.

Os sinais de fome podem variar conforme a intensidade do estresse, seja ele leve ou grave. Algumas pessoas procuram comida como consolo diante de estressores cotidianos, mas podem perder o apetite em situações mais graves que geram ansiedade.

Além disso, o apetite pode ser afetado dependendo se o estresse é passageiro ou persistente. De acordo com uma revisão de estudos, o estresse prolongado tem maior probabilidade de resultar em comer em excesso, enquanto o estresse de curto prazo tende a causar perda de apetite.

Reconhecer se seus hábitos alimentares estão sendo influenciados pelo estresse e ansiedade é essencial. Buscar ajuda para a saúde mental pode ser um passo importante para melhorar o bem-estar geral.

 

Estresse ou ansiedade podem causar perda de apetite?  

A ligação entre apetite, ansiedade e estresse está profundamente relacionada à conexão mente-corpo, e um dos principais fatores dessa interação é a chamada "resposta de luta ou fuga". Esse é o mecanismo pelo qual o corpo se prepara para enfrentar uma ameaça percebida, liberando hormônios que aceleram os batimentos cardíacos, aumentam a frequência respiratória e deixam a pessoa mais alerta.

Essas mudanças fisiológicas são úteis em situações de perigo, como ser perseguido por um animal, mas nem sempre ajudam quando enfrentamos os estressores modernos. Um dos hormônios liberados durante o estresse, o hormônio liberador de corticotropina (CRH), suprime o apetite. Isso ocorre porque, quando o corpo se prepara para lutar ou fugir, ele adia necessidades rotineiras, como a alimentação.

Além disso, o estresse pode alterar neurotransmissores — mensageiros químicos que conectam o cérebro ao intestino —, o que pode causar sintomas como indigestão, náuseas, diarreia ou constipação. Esses desconfortos físicos podem reduzir o apetite e levar as pessoas a evitarem a alimentação.

A forma como o indivíduo lida com o estresse também influencia os sinais de fome. Enquanto alguns buscam conforto na comida, outros sentem que a preocupação e a ansiedade diminuem o prazer por atividades normalmente agradáveis, como comer ou jantar com amigos.

Nos Estados Unidos, uma pesquisa revelou que 30% dos adultos relataram ter pulado uma refeição devido ao estresse, sendo que dois terços desse grupo atribuíram a perda de apetite como principal motivo. Esse percentual é ainda maior entre a geração Y, chegando a 40%.

No Brasil, ainda que estudos específicos sobre a relação entre estresse e apetite sejam menos frequentes, é possível traçar paralelos com os dados dos EUA. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, cerca de 32,6% dos brasileiros relataram sofrer de algum tipo de transtorno mental, como estresse ou ansiedade, o que pode impactar diretamente seus hábitos alimentares. A perda de apetite ou o aumento da compulsão alimentar em resposta ao estresse são comuns em ambos os países, refletindo como o estilo de vida moderno afeta a saúde mental e, consequentemente, os hábitos alimentares.

Com o aumento das pressões do dia a dia, entender a relação entre estresse, ansiedade e alimentação é fundamental para melhorar a saúde geral e promover hábitos mais equilibrados.

 

Impacto da ansiedade no apetite

Para a maioria das pessoas, perder o apetite por alguns dias provavelmente não causará danos duradouros. Em geral, o apetite tende a retornar quando o fator de estresse desaparece.

No entanto, algumas pessoas podem estar em risco ao pular refeições. Isso inclui, por exemplo, aqueles que tomam medicamentos para diabetes, pois correm o risco de uma queda perigosa nos níveis de açúcar no sangue. Além disso, indivíduos com transtornos alimentares específicos devem evitar pular refeições.

Se a ansiedade for crônica e você frequentemente perder o apetite ou mantê-lo reduzido por mais de alguns dias, pode não estar consumindo calorias e nutrientes suficientes, o que pode resultar em perda significativa de peso.

Nessas situações, é fundamental aprender a gerenciar o estresse e se esforçar para se alimentar, mesmo sem fome. Caso isso se torne difícil de fazer sozinho, buscar ajuda profissional pode ser necessário.

 

Como superar a falta de apetite causada pela ansiedade

Se você está com pouco apetite devido à ansiedade ou estresse, siga estas dicas para garantir que está ingerindo nutrientes suficientes para se manter saudável:

  • Defina horários regulares para as refeições: Quando o apetite está reduzido, é útil estabelecer horários fixos para as refeições. Isso serve como um lembrete para se alimentar. Comer de quatro a seis pequenas refeições por dia também pode ser eficaz, já que porções menores são mais fáceis de digerir.
  • Escolha alimentos fáceis de digerir: Prefira alimentos de fácil digestão, como torradas. Outras boas opções incluem frutas e vegetais enlatados ou cozidos, proteínas magras e batatas brancas.
  • Opte por alimentos ricos em nutrientes: Alimentos ricos em nutrientes fornecem muitas vitaminas, minerais, proteínas, gorduras saudáveis e calorias em pequenas porções. Um atalho prático é consumir shakes substitutos de refeições. Você também pode preparar smoothies nutritivos com frutas, vegetais, abacate e manteiga de amendoim. Sopas também são uma boa escolha.
  • Facilite a preparação das refeições: Reduza ao máximo as barreiras à alimentação, como a dificuldade de preparar refeições, algo que pode ser complicado em momentos de alto estresse. Refeições prontas para micro-ondas são uma opção mais prática.
  • Evite beber antes das refeições: Beba água ou outras bebidas durante ou após as refeições, em vez de antes. Beber antes pode reduzir ainda mais o apetite.
  • Evite cafeína: Bebidas com cafeína podem suprimir o apetite, por isso é melhor evitá-las.

 

Como diminuir seu nível de estresse

É essencial aprender a lidar com o estresse, e existem diversas técnicas de gerenciamento recomendadas por especialistas. Você pode experimentar algumas das seguintes estratégias para reduzir o estresse:

  • Meditação
  • Atenção plena
  • Técnicas de respiração
  • Atividade física
  • Dormir adequadamente

Essas práticas podem ajudar a aliviar a tensão e melhorar o bem-estar geral.

 

Quando obter ajuda

Se você sofre de ansiedade persistente, pode ser útil consultar um profissional de saúde mental. Eles poderão ajudar a entender melhor sua ansiedade e a desenvolver estratégias para lidar com ela. Você pode estar enfrentando um transtorno de ansiedade generalizada, uma condição em que sua mente e corpo se sentem constantemente estressados, mesmo sem uma razão imediata.

Se o estresse e a ansiedade diminuíram, mas o apetite não voltou ao normal, pode haver outra causa. Depressão, certas doenças e alguns medicamentos podem reduzir a fome. Nesse caso, consultar um profissional de saúde é essencial para identificar a causa dos seus sintomas e receber o tratamento adequado.

Um profissional de saúde pode ajudar a diagnosticar e tratar as causas subjacentes. Se sua alimentação estiver significativamente reduzida, ele pode prescrever um estimulante de apetite, que auxiliará você a ingerir calorias e nutrientes suficientes até que o apetite retorne naturalmente.

 

O resultado final

Algumas pessoas comem demais quando estão ansiosas. Enquanto isso, outras perdem a vontade de comer. A perda de apetite geralmente faz parte da resposta do seu corpo ao estresse. Se você perde o apetite quando está estressado ou ansioso, pode seguir algumas estratégias alimentares para garantir que está obtendo nutrientes e calorias suficientes. Seu apetite deve retornar quando seu nível de estresse diminuir. Se sua fome não voltar, algo diferente de ansiedade pode ser o responsável.

 

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.

 

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Referências

Academia de Nutrição e Dietética. (2013). Pouco apetite .

Associação Americana de Psicologia. (2013). Estresse e alimentação .

Ans, AH, et al. (2018). Regulação neuro-hormonal do apetite e sua relação com o estresse: Uma mini revisão de literatura . Cureus.

Konturek, PC, et al. (2011). Estresse e o intestino: Fisiopatologia, consequências clínicas, abordagem diagnóstica e opções de tratamento . Journal of Physiology and Pharmacology.

Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais. (2021). Baixa glicemia (hipoglicemia) . Institutos Nacionais de Saúde.

Sominsky, L., et al. (2014). Comportamento alimentar e estresse: Um caminho para a obesidade . Fronteiras em Psicologia.

Texto adaptado e traduzido do original: https://www.goodrx.com/health-topic/anxiety-disorders/loss-of-appetite

 

FAQ: perguntas frequentes sobre a relação do apetite com a ansiedade