Conheça o Adderall
Ao longo dos anos, o diagnóstico de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e o uso de medicamentos como Adderall (sais de anfetamina) geraram debates. Isso ocorre, em parte, pela compreensão ainda limitada sobre as causas do TDAH e o mecanismo de ação desses medicamentos. Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 15,5 milhões de adultos tenham TDAH, enquanto no Brasil essa condição pode afetar até 7% da população, refletindo também a busca crescente por diagnósticos tardios na fase adulta.
Nos dois países, o diagnóstico e o acesso ao tratamento enfrentam desafios. No Brasil, a combinação de terapia comportamental e medicamentos como metilfenidato (Ritalina) é comum. Já nos EUA, o uso de Adderall é mais difundido, mas a escassez de medicamentos e questões regulatórias dificultam a continuidade do tratamento para muitos pacientes.
Além disso, há uma intersecção importante entre o TDAH e a hipertensão, que afeta cerca de 116 milhões de adultos nos EUA. O uso de estimulantes como Adderall pode elevar a pressão arterial, representando um risco maior para aqueles com hipertensão. Nesses casos, os médicos precisam considerar alternativas ou ajustes na dosagem para equilibrar os tratamentos.
Portanto, tanto nos EUA quanto no Brasil, a avaliação cuidadosa e contínua dos sintomas e dos possíveis efeitos colaterais dos tratamentos é essencial, especialmente quando há comorbidades como a hipertensão. Adaptar a terapia e monitorar perto dos pacientes é uma abordagem fundamental para garantir segurança e eficácia no tratamento de ambas as condições.
O que é Adderall?
Adderall é um estimulante prescrito e aprovado pela FDA, utilizado principalmente no tratamento do TDAH e da narcolepsia, um distúrbio do sono que causa ansiedade excessiva. Ele está disponível em duas formas: comprimidos e cápsulas de liberação imediata (IR) e de liberação prolongada (ER). Essas duas formulações permitem que os médicos ajustem o tratamento com base na necessidade de duração dos efeitos no paciente ao longo do dia.
Embora Adderall proporcione benefícios como aumento da atenção, alerta e energia, ele também apresenta riscos. Por ser uma substância controlada, está associada a um alto potencial de dependência e uso indevido. Além disso, ambas as versões (IR e ER) reúnem efeitos colaterais, que podem se manifestar tanto a curto quanto a longo prazo.
Uma preocupação comum entre os usuários é a possibilidade de elevação da pressão arterial. Isso ocorre porque Adderall estimula o sistema nervoso simpático, o que pode provocar aumento na frequência cardíaca e na pressão arterial. Em pacientes com hipertensão preexistente, esse efeito pode ser potencialmente perigoso, exigindo monitoramento cuidadoso e, em alguns casos, a busca por alternativas de tratamento. Adaptar as dosagens e horários de administração também pode minimizar esses riscos.
Assim, o uso de Adderall deve sempre ser feito sob orientação médica rigorosa, especialmente em pessoas com condições cardiovasculares ou com histórico de dependência.
O Adderall aumenta a pressão arterial?
Sim, Adderall pode aumentar a pressão arterial, ainda que leve em algumas pessoas. Esse aumento é um dos efeitos colaterais mais comuns do medicamento. Por isso, não é recomendado para indivíduos com certas condições cardíacas ou histórico de hipertensão moderada a grave, já que pode agravar esses quadros e representar riscos para a saúde.
O aumento da pressão arterial causado pelo Adderall está relacionado à forma como ele afeta os níveis de dopamina e norepinefrina no corpo. A norepinefrina, em particular, é um neurotransmissor que influencia diretamente a função cardiovascular. Ao aumentar a atividade da norepinefrina, Adderall faz com que os vasos sanguíneos se contraiam, resultando na elevação da pressão arterial. Esse mecanismo pode ser útil para aumentar a atenção e o foco, mas, ao mesmo tempo, elevar o esforço sobre o sistema cardiovascular, especialmente em pessoas vulneráveis.
Portanto, é essencial que qualquer paciente que utilize Adderall faça um acompanhamento médico regular, principalmente aqueles com hipertensão preexistente ou outras doenças cardiovasculares. Ajustes de dose ou alternativas terapêuticas podem ser necessários para garantir que o tratamento seja seguro.
Quanto minha pressão arterial aumentará enquanto estiver tomando Adderall?
Em média, Adderall e outros estimulantes podem elevar a pressão arterial em 2 a 4 mmHg. Essa mudança geralmente não é motivo de preocupação para pessoas sem histórico de hipertensão ou doenças cardiovasculares. No entanto, alguns indivíduos podem apresentar um aumento mais significativo. Por isso, em alguns casos, o médico pode recomendar que a pressão arterial seja monitorada regularmente em casa, especialmente no início do tratamento ou após ajustes na dosagem.
O uso inadequado de Adderall ou uma overdose pode provocar aumentos mais severos na pressão arterial, além de sintomas como dores de cabeça, visão turva e dificuldade para respirar. Se a pressão arterial atingir 180/120 mmHg, mesmo sem sintomas, é essencial procurar atendimento médico imediato, pois essa condição pode representar uma emergência hipertensiva.
A monitorização constante é importante para detectar variações significativas e evitar complicações. A pressão arterial considerada normal é, em geral, 120/80 mmHg ou abaixo disso. As leituras acima desse valor podem indicar hipertensão, mas os critérios podem variar conforme o histórico e a condição de cada pessoa.
Quando a pressão arterial aumenta devido ao uso de Adderall, a elevação costuma ser temporária, desaparecendo à medida que o efeito da dose passa. Em pessoas saudáveis, a pressão tende a retornar ao normal de forma espontânea. No entanto, se a pressão arterial permanecer elevada por mais tempo ou subir mais de 4 mmHg, é fundamental conversar com o médico, para que possa ajustar a dose ou considerar tratamentos alternativos.
Não há métodos seguros para reduzir rapidamente a pressão arterial em casa, e qualquer variação significativa deve ser avaliada por um profissional de saúde. Além disso, o uso indevido do medicamento pode levar ao transtorno pelo uso de estimulantes, o que exige intervenção especializada. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) e serviços de saúde mental locais podem fornecer orientações e apoio.
As alterações da pressão arterial causadas pelo Adderall podem ser prevenidas?
É difícil evitar completamente alterações na pressão arterial ao tomar Adderall, mas o acompanhamento médico pode ajudar a minimizar riscos. Antes de iniciar o uso do medicamento, é essencial realizar uma avaliação abrangente da saúde cardiovascular, incluindo exames para verificar hipertensão ou doenças cardíacas preexistentes. Com essa abordagem preventiva, é possível estabelecer salvaguardas adequadas para evitar complicações.
Além disso, adotar mudanças no estilo de vida pode ser útil para reduzir o impacto do Adderall na pressão arterial. Evitar o consumo de café ou outras bebidas ricas em cafeína enquanto o medicamento estiver em ação é uma recomendação importante, já que ambos são estimulantes. O uso simultâneo pode amplificar os efeitos sobre a pressão arterial, aumentando o risco de elevação.
Essas medidas visam garantir que o uso do Adderall seja o mais seguro possível, especialmente para aqueles que já apresentam fatores de risco cardiovascular. Caso o paciente apresente sintomas como tonturas ou palpitações durante o tratamento, é importante comunicar imediatamente ao médico para ajustes na dose ou na abordagem terapêutica.
Quais outros efeitos colaterais são comuns com Adderall?
Além da pressão arterial elevada, o Adderall pode causar diversos efeitos colaterais. A seguir, detalhamos os sintomas mais comuns associados ao uso do medicamento:
Frequência cardíaca acelerada ou palpitações
O Adderall pode estimular o sistema nervoso simpático, causando frequência cardíaca e sensação de batimentos cardíacos irregulares (palpitações). Isso pode ser mais pronunciado em pessoas com condições cardiovasculares preexistentes.
Inquietação ou irritabilidade
Por ser um estimulante, o Adderall pode levar a ansiedade e irritabilidade. Esses sintomas pioram se a dose for muito alta ou administrada com outros estimulantes, como a cafeína.
Boca seca
A segurança na boca ocorre porque o Adderall pode reduzir a produção de saliva, afetando o equilíbrio do sistema nervoso autônomo. Manter-se hidratado e usar chicletes sem açúcar pode ajudar a aliviar esse desconforto.
Visão embaçada
Embora raro, o uso do Adderall pode causar alterações temporárias na visão, como embaçamento ou dificuldade em focar. Isso pode estar relacionado ao impacto que o medicamento tem sobre a pressão ocular ou na regulação dos músculos oculares.
Perda de peso
O Adderall reduz o apetite, o que pode resultar em perda de peso significativa, especialmente em doses elevadas ou uso prolongado. Esse efeito é monitorado de perto, principalmente em crianças, para evitar deficiências nutricionais.
Alterações no desejo sexual ou disfunção erétil
O uso prolongado do Adderall pode interferir no desejo sexual e, em alguns casos, provocar disfunção erétil. Isso ocorre porque o medicamento afeta os níveis de dopamina e norepinefrina, neurotransmissores importantes na regulação do desejo e da função sexual.
Se você apresentar alguns desses efeitos colaterais durante o uso do Adderall, é essencial conversar com seu médico. Ele poderá ajustar a dose ou proporção de tratamentos alternativos para minimizar esses sintomas.
Existe algum medicamento para TDAH que não cause pressão alta?
Todos os estimulantes, como o Adderall, têm potencial para elevar a pressão arterial. No entanto, existem alternativas não estimulantes que também podem ser eficazes no tratamento do TDAH e apresentam menor risco de causar elevações na pressão arterial. A seguir, apresentamos algumas opções:
- Guanfacina (Intuniv): A guanfacina é um medicamento anti-hipertensivo que também foi aprovado para tratar TDAH. Ela age regulando a atividade do sistema nervoso simpático, ajudando a melhorar o foco e reduzir a impulsividade. Como tem um efeito sedativo, pode ser útil especialmente para crianças e adolescentes com sintomas de atualização.
- Clonidina ER (Kapvay): Assim como a guanfacina, a clonidina é outro medicamento originalmente desenvolvido para tratar hipertensão, mas que também tem eficácia no manejo do TDAH. Seu efeito calmante pode ser benéfico para pacientes que apresentam ansiedade e dificuldade para dormir, mas é importante monitorar a pressão arterial devido ao seu potencial de causar hipotensão.
- Bupropiona (Wellbutrin XL, Wellbutrin SR): A bupropiona é um antidepressivo que pode ser usado off-label para tratar TDAH. Ela é particularmente útil em pacientes com TDAH que também apresentam sintomas depressivos ou de ansiedade leve. Como não é um estimulante, seu impacto na pressão arterial é menor em comparação com o Adderall, mas ainda pode ser necessário monitoramento em pessoas com hipertensão.
- Nortriptilina (Pamelor): A nortriptilina é um antidepressivo tricíclico que pode ser utilizado como alternativa para o tratamento do TDAH. Embora não seja a primeira linha de tratamento, pode ser indicada quando outras opções não são eficazes. Assim como a bupropiona, pode ser útil em pacientes que apresentam sintomas combinados de TDAH e depressão.
Converse com seu médico para avaliar a melhor opção para você. Cada medicamento possui perfis de efeitos colaterais específicos e pode ser mais ou menos adequado dependendo do histórico clínico e das necessidades individuais do paciente.
Conclusão
Adderall pode aumentar a pressão arterial em média de 2 a 4 mmHg. Para a maioria das pessoas, esse nível não representa um problema significativo, especialmente se a pressão estiver dentro de uma faixa saudável. No entanto, se a sua pressão arterial subir acima do seu nível normal, é essencial procurar orientação médica.
Indivíduos que já convivem com hipertensão precisam de atenção redobrada. Nesses casos, o uso de estimulantes como Adderall pode exigir monitoramento mais frequente ou ajustes na medicação. Para algumas pessoas, medicamentos não estimulantes podem ser uma opção mais segura e eficaz para tratar TDAH, ajudando a evitar o risco de elevações na pressão arterial.
Manter o acompanhamento com seu profissional de saúde é fundamental para garantir que a escolha do tratamento seja segura e adequada ao seu quadro clínico.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Referências
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Texto adaptado e traduzido do original: https://www.goodrx.com/adderall/does-adderall-raise-blood-pressure