Entenda o TDAH em adultos
Quando muitas pessoas pensam em Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a imagem que muitas vezes vem à mente é a de uma criança inquieta que não consegue ficar parada na sala de aula. Embora seja uma das manifestações do transtorno, o TDAH pode se apresentar de maneiras muito variadas, afetando pessoas de diferentes idades e formas distintas. Esse entendimento limitado faz com que muitos casos passem despercebidos, levando algumas pessoas a receberem o diagnóstico apenas mais tarde na vida.
Como é descobrir que você tem TDAH na idade adulta? E como é viver com essa condição ao longo da vida? Para explorar essas questões, a Pill conversou com três pessoas expostas com TDAH, buscando compreender melhores suas experiências, desafios e estratégias para lidar com o transtorno no dia a dia. Essas histórias oferecem uma visão mais ampla e humana sobre como o TDAH impacta a vida adulta e como é possível encontrar caminhos para uma convivência mais equilibrada com a condição.
Primeiro seu filho foi diagnosticado com TDAH, depois ela
A jornada de Christina Albuquerque rumo ao diagnóstico de TDAH começou quando seu filho enfrentou dificuldades na escola. Após uma série de testes e consultas médicas, ele foi divulgado com TDAH. Motivada para entender melhor a condição, Christina começou uma pesquisa sobre o transtorno.
"Quanto mais eu lia sobre os critérios, mais pensado: 'Espera, isso é muito familiar'”, relata. Um dos sinais que chamou sua atenção foi a dificuldade com a percepção do tempo, algo que sempre foi um desafio para ela. “ É muito difícil para mim estimar quanto tempo as coisas vão levar”, explica. Quando está imersa em um projeto, Christina frequentemente perde a noção do tempo. Além disso, ela descreve como é extremamente difícil se concentrar em tarefas ou atividades que considera entediantes.
Como jornalista independente em São Paulo, essas questões têm um impacto direto em seu trabalho. “Eu desenvolvo a 'síndrome do projeto brilhante' e começo a me distrair com novas ideias que surgem na minha cabeça”, conta. Apesar de sempre ter lutado com foco e gerenciamento de tempo, Christina nunca apresentou hiperatividade física e, por isso, nunca tão atual que poderia ter TDAH. Foi apenas após aprofundar sua pesquisa sobre a condição do filho que decidiu procurar um terapeuta especializado, que confirmou o diagnóstico.
Receba o diagnóstico de um marco em sua vida. “Há uma razão para a maneira como meu cérebro funciona. Eu não sou defeituoso”, afirma. “Não sou uma versão falha de mulher, mãe ou escritora. Isso me ajudou a aceitar minhas características, reconhecer minhas necessidades e criar estratégias para lidar com elas.”
Para gerenciar o TDAH, Christina discutiu diversas estratégias. Entre elas, destaca o uso do “desejo cerebral”, em que escreve seus pensamentos para organizá-los. Ela também ajustou sua alimentação, evitando o glúten, e incluiu exercícios físicos em sua rotina. “Isso me ajuda a silenciar minha mente”, diz. “Se estou caminhando, andando de caiaque ou até fazendo jardinagem, consigo liberar essa energia extra. Meu cérebro é hiperativo, não meu corpo. Estar ao ar livre, fazer coisas que gosto e comer alimentos que me fazem bem ajudam a me equilibrar.”
Christina enfatiza que cada pessoa precisa encontrar estratégias ou medicamentos que funcionem para sua situação. Seu filho, por exemplo, sente-se mais centrado ao praticar fotografia e trabalhos manuais. “Considere cuidadosamente suas características físicas, o estágio de vida em que você está e os tipos de estresse que você enfrenta”, aconselha. “Todos esses fatores podem influenciar como o TDAH se manifesta.”
O organizador profissional com TDAH
Stephanie Almeida, atual técnica do TDAH no Rio de Janeiro, teve seu primeiro contato com o transtorno durante seu trabalho anterior. Na época, ela administrava uma empresa de limpeza e organização, onde ajudava muitas pessoas, incluindo clientes com TDAH, para manter suas casas em ordem. Buscando oferecer um suporte mais eficaz, Stephanie decidiu se inscrever em um curso de treinamento sobre TDAH.
Durante o curso, ela passou por uma avaliação de seus próprios sintomas e descobriu algo surpreendente. “Eu pensei: 'Meu Deus, eu tenho praticamente todos os sintomas'”, lembra Stephanie. Uma das perguntas mais frequentes no diagnóstico de TDAH é: “Você sente como se estivesse sendo programado por um motor?” Inicialmente, ela achou que a resposta era “não”. Mas, ao refletir sobre seu comportamento, entendi que, quando estava na frente do computador, só consegui permanecer focado por um tempo limitado antes de sentir uma necessidade incontrolável de se levantar e realizar tarefas físicas, como lavar louça ou roupas. “Foi quando percebi: 'É disso que eles estão falando'”, conta.
Suas suspeitas foram confirmadas por um profissional, e, a partir disso, Stephanie começou a aprender maneiras de gerenciar seu TDAH. eventualmente, decidiu transformar essa experiência em uma oportunidade para ajudar outras pessoas a fazer o mesmo. Hoje, ela utiliza ferramentas práticas, como bloqueios de internet para evitar distrações e limitar o número de janelas abertas no computador, o que ajuda a manter o foco.
Aprender habilidades de comunicação foi outro passo fundamental em sua jornada. “Aprendi a não interromper conversas”, explica. “Isso causava muito estresse emocional, porque, quando criança, eu cresci interrompendo os outros. É uma das razões pelas quais pode ser difícil fazer amigos, manter relacionamentos e avançar na carreira.” Agora, Stephanie pratica a paciência e espera sua vez para falar.
Outro desafio que enfrentou foi lidar com a disforia sensível à infecção, um sintoma comum em pessoas com TDAH. “Quando alguém não aceita o que você diz ou faz, é como um corte profundo por dentro”, descreve. Para superar isso, ela investiu em workshops e treinamentos voltados para estratégias de gestão emocional e mudança de percepções. “Essas práticas foram extremamente úteis para aprender a lidar com as emoções e evitar reações impulsivas.”
Para outros adultos com TDAH, Stephanie oferece um conselho fundamental: “Não enfrente isso sozinho.” Ela menciona organizações como a CHADD (Crianças e Adultos com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade), que disponibilizam recursos e apoio valiosos. “Quanto mais você entender sua condição, mais será capaz de se aceitar, se perdoar e se tratar com gentileza”, diz Stephanie. “Esse é o caminho para não apenas aceitar o TDAH, mas também prosperar com ele.”
A psicóloga que não percebeu que tinha TDAH
Júlia Ferreira, psicóloga clínica em Florianópolis com doutorado em saúde mental, levou muito tempo para perceber que tinha TDAH, apesar de sua ampla formação na área.
“Mesmo com todo o meu conhecimento, só recebi o diagnóstico na vida adulta”, explica. “Isso porque há muitos mal-entendidos sobre como o TDAH se manifesta em mulheres.”
Quando a maioria das pessoas pensa em TDAH, a imagem que surge é de meninos inquietos que não conseguem ficar parados. Embora essa seja uma das formas como o transtorno pode se apresentar, Júlia ressalta que meninas e mulheres frequentemente apresentam sintomas diferentes. Elas tendem a ser mais distraídas ou desatentas do que hiperativas, o que pode dificultar o reconhecimento da condição.
“Minha mente estava sempre acelerada”, conta. “Eu tinha dificuldade em sentar, me concentrar e focar em assuntos que não despertavam meu interesse. Era muito esquecido, acabei mas desenvolvendo estratégias para me adaptar. Isso não significa que foi fácil.”
Aos 30 anos, Júlia começou a sofrer com enxaquecas, que acreditavam estarem relacionadas ao TDAH não divulgadas. Quando descobriu um psiquiatra, sua suspeita inicialmente foi recebida com ceticismo. “A primeira ocorrência foi: 'É interessante, porque você tem um doutorado.' Existe muita invalidação quando mulheres bem-sucedidas, que aprenderam a lidar com os sintomas do TDAH, buscam ajuda”, relata.
Receber o diagnóstico mudou completamente sua vida. “A medicação foi a peça-chave”, afirma. “Além de me ajudar a me concentrar, ela me faz sentir normal. Também aliviou minhas dores de cabeça.”
Júlia tranquiliza aqueles que têm receitas sobre os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos para TDAH. “Os estimulantes são provavelmente os medicamentos psicotrópicos mais treinados no mercado. Muitas dúvidas já foram esclarecidas ao longo dos anos. Eles levam ao abuso de substância? Não. São seguros e altamente eficazes”, explica.
Ela também desmistifica a ideia de que pessoas com TDAH não podem ser bem-sucedidas no trabalho. “Você pode ter TDAH e ainda assim alcançar o sucesso. Podemos, inclusive, ter um QI acima da média”, enfatiza.
Júlia destaca a importância de procurar o suporte adequado. “Procure um especialista experiente em TDAH, especialmente alguém que entenda como o transtorno afeta as mulheres”, recomenda. Para quem está em busca de profissionais especializados, ela sugere consultar diretórios como os da revista ADDitude, onde há blogs públicos públicos sobre o tema.
Com o diagnóstico e o tratamento correto, Júlia acredita que é possível transformar a maneira como o TDAH impacta a vida e alcançar o equilíbrio e o sucesso em diferentes áreas.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Conclusões
O TDAH não é uma condição que afeta apenas crianças. Muitos adultos, tanto mulheres quanto homens, também convivem com o transtorno, embora muitas vezes se manifestem de maneiras diferentes ao longo da vida. Reconhecer os sintomas, buscar apoio especializado e adotar estratégias de enfrentamento são passos essenciais para gerenciar o TDAH na idade adulta.
Com as ferramentas certas, é possível não apenas lidar com os desafios do TDAH, mas também prosperar em diversas áreas da vida. A chave é entender como o transtorno afeta você pessoalmente e criar um plano que aproveite suas habilidades e minimize as dificuldades, promovendo um equilíbrio e um senso de realização.
Referência
Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/adhd/how-adult-adhd-feels
FAQ: perguntas frequentes sobre TDAH
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