Conheça a nifedipina
A nifedipina (Procardia) é um medicamento amplamente utilizado para tratar hipertensão. Pertence à classe dos bloqueadores dos canais de cálcio (CCB). Embora alguns CCBs, como verapamil e diltiazem, tenham maior tendência a reduzir a frequência cardíaca, a nifedipina é menos propensa a provocar essa queda. No entanto, em algumas situações específicas, ela pode causar bradicardia (frequência cardíaca abaixo do normal).
Doses elevadas de nifedipina também foram associadas a um risco aumentado de parada cardíaca súbita. Esse efeito é incomum, mas deve ser considerado, especialmente em pacientes com problemas cardíacos preexistentes. É importante que o uso da nifedipina e a dosagem sejam monitorados cuidadosamente por um médico para evitar possíveis complicações.
Neste artigo, abordaremos outros efeitos colaterais importantes associados à nifedipina, como tontura, inchaço nas pernas e rubor facial, além de como minimizar esses sintomas para garantir uma adesão segura ao tratamento.
Para que é usada a nifedipina?
A nifedipina é um bloqueador dos canais de cálcio utilizado para tratar hipertensão. Esses medicamentos reduzem a pressão arterial ao relaxar tanto os músculos do coração quanto os vasos sanguíneos, facilitando o fluxo sanguíneo. Embora tenha sido amplamente usada no passado como tratamento de primeira escolha para hipertensão, sua popularidade diminuiu com o tempo devido à aprovação de novos medicamentos pelo FDA e ANVISA, que apresentam menos efeitos colaterais.
Além de ser prescrita para hipertensão, a nifedipina é útil no tratamento da angina, uma dor no peito resultante de insuficiência de fluxo sanguíneo para o coração. Seu efeito vasodilatador ajuda a melhorar a circulação nas artérias coronárias, aliviando os sintomas. A nifedipina também é eficaz no tratamento da síndrome de Raynaud, uma condição em que os vasos sanguíneos dos dedos das mãos e dos pés se contraem em resposta ao frio. O medicamento ajuda a manter esses vasos dilatados, evitando crises e melhorando a circulação nas extremidades.
A nifedipina pode aumentar o risco de parada cardíaca?
Uma parada cardíaca ocorre quando o coração para de bater ou não consegue bombear sangue de forma eficaz, comprometendo a circulação pelo corpo. Trata-se de uma situação grave e com baixas chances de sobrevivência.
Uma análise de 2019 comparou o uso de nifedipina com outros medicamentos para pressão arterial e identificou que doses superiores a 60 mg por dia de nifedipina podem aumentar o risco de parada cardíaca súbita. No entanto, doses menores (abaixo de 60 mg por dia) não apresentaram a mesma associação de risco.
O estudo também incluiu pessoas que tomavam amlodipina (Norvasc), um outro bloqueador dos canais de cálcio (CCB), e não encontrou evidências de aumento no risco de parada cardíaca com este medicamento.
É essencial destacar que esse foi apenas um estudo, e mais pesquisas são necessárias para confirmar se doses elevadas de nifedipina estão definitivamente ligadas a um risco maior de parada cardíaca.
A nifedipina pode diminuir sua frequência cardíaca?
Alguns bloqueadores dos canais de cálcio (CCBs), como verapamil e diltiazem, tendem a reduzir a frequência cardíaca. No entanto, a nifedipina, especialmente em sua formulação de curta ação, pode, na verdade, provocar um aumento temporário na frequência cardíaca. No entanto, a nifedipina de curta ação raramente é utilizada atualmente.
A formulação de longa ação da nifedipina, mais comumente prescrita, normalmente não tem um impacto significativo na frequência cardíaca. Casos em que a nifedipina pode reduzir a frequência cardíaca são muito incomuns. Um desses cenários envolve overdose, embora mesmo nesses casos uma queda da frequência cardíaca não seja um efeito esperado.
Outro possível problema foi relatado em uma pessoa com neuropatia autonômica. Nesse caso específico, um paciente de 80 anos apresentou bradicardia enquanto usava nifedipina. Após a suspensão do medicamento, sua frequência cardíaca voltou ao normal. Como esse é um relato isolado, não há evidências suficientes para confirmar se o mesmo efeito ocorreria em outras pessoas com condições semelhantes.
Quais são outros efeitos colaterais da nifedipina?
Embora a nifedipina tenha sido amplamente utilizada no passado, seu uso diminuiu. Isso se deve, em parte, ao fato de que ela pode causar edema, ou inchaço nas pernas, afetando até 30% das pessoas que a tomam. Atualmente, existem opções de tratamento para pressão arterial que não apresentam esse efeito colateral tão frequentemente.
Além do edema, outros efeitos colaterais comuns da nifedipina incluem:
- Tontura, especialmente se a pressão arterial cair excessivamente
- Constipação
- Dores de cabeça
- Náusea
Caso você experimente esses sintomas, é importante consultar seu médico. Ele poderá avaliar a situação e determinar se há alternativas mais adequadas para o seu tratamento.
Quais alternativas existem à nifedipina?
A nifedipina é frequentemente prescrita para tratar pressão alta. Se estiver apresentando bons resultados no seu caso, pode não ser necessário trocar de medicamento. Entretanto, é importante saber que existem outros bloqueadores dos canais de cálcio (CCBs) com menos efeitos colaterais. Além disso, há outras classes de medicamentos para pressão arterial que podem ser igualmente eficazes ou até mais adequadas, dependendo das necessidades específicas de cada paciente. Seu médico trabalhará junto com você para encontrar a melhor opção para o seu tratamento.
Se você utiliza nifedipina para tratar angina, há alternativas disponíveis, como medicamentos à base de nitrato, como isossorbida, e ranolazina (Ranexa), que podem ser eficazes. No entanto, como a angina é uma condição que exige cuidados mais específicos, é recomendável consultar um cardiologista para monitorar e avaliar a saúde do seu coração regularmente.
Caso a nifedipina seja utilizada para tratar a síndrome de Raynaud, as opções de substituição são mais limitadas. Em alguns casos, medicamentos à base de nitrato podem ser úteis, mas o controle da síndrome pode ser alcançado principalmente através de mudanças comportamentais, como evitar exposição ao frio, parar de fumar e identificar e afastar outros fatores desencadeantes, como o uso de estimulantes.
Conclusões
A nifedipina é um medicamento eficaz para controlar a pressão arterial em muitas pessoas. No entanto, é importante conhecer seus possíveis efeitos colaterais. Embora raro, há relatos de que o medicamento pode diminuir a frequência cardíaca. Além disso, um estudo indicou um risco aumentado de parada cardíaca súbita em pessoas que utilizavam doses mais altas de nifedipina. O inchaço nas pernas (edema) também é um efeito colateral relativamente comum, afetando até 30% dos pacientes que fazem uso desse medicamento.
Se você está preocupado com esses possíveis efeitos, é recomendável agendar uma consulta com seu médico. Juntos, vocês poderão avaliar os riscos e benefícios do tratamento e, se necessário, buscar alternativas mais seguras e eficazes para o seu caso.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Referências
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Texto adaptado e traduzido do original: https://www.goodrx.com/nifedipine/does-nifedipine-lower-heart-rate