Conheça 8 causas da ansiedade
Sentir-se ansioso de vez em quando é normal. Afinal, a ansiedade ajuda a prever e planejar situações adversárias, impulsionando a preparação para o futuro.
No entanto, para algumas pessoas, as preocupações parecem levar a sua própria vida. Enquanto alguns lidam com os riscos do dia a dia com tranquilidade, outros se sentem sobrecarregados por medos sobre o que pode acontecer.
Se você convive com a ansiedade, talvez já tenha se questionado o que a causa. A resposta, porém, não é simples. Nem sempre sabemos exatamente o que desencadeia a ansiedade, e isso pode variar de pessoa para pessoa. Para muitos, ela parece estar relacionada a uma combinação de fatores genéticos (históricos familiares), saúde física e experiências de vida.
Neste artigo, exploraremos algumas das possíveis causas de ansiedade. Continue a leitura para entender melhor os transtornos de ansiedade e o que a pesquisa revela sobre as ligações entre fatores mentais, físicos e sociais.
O que são transtornos de ansiedade?
Todos experimentam ansiedade de vez em quando. No entanto, para algumas pessoas, ela pode ocorrer com tanta frequência ou intensidade que começa a interferir na vida cotidiana. Quando isso acontece, pode ser um sinal de um transtorno de ansiedade.
Transtornos de ansiedade são um grupo de condições de saúde mental que, embora apresentem sintomas distintos, associados ao mesmo denominador: a presença de ansiedade.
O transtorno de ansiedade generalizado é o mais comum, mas há outros tipos, como:
- Transtorno de ansiedade social (TAS)
- Síndrome do pânico
- Transtorno de ansiedade de separação
- Agorafobia
- Fobias
Os transtornos de ansiedade geralmente se manifestam na infância e podem surgir de forma intermitente ao longo da vida. Em crianças, a preocupação está relacionada a meninos e meninas de forma semelhante, mas após a puberdade, é mais comum entre as mulheres, embora possa atingir qualquer pessoa.
A ansiedade costuma surgir a partir da combinação de várias causas. A seguir, exploramos oito fatores já estabelecidos como causadores de ansiedade.
1. Histórico familiar de ansiedade
Transtornos de ansiedade tendem a ocorrer em famílias. Pesquisas indicam que pessoas com ansiedade têm frequentemente familiares em gerações anteriores que também sofreram com esses transtornos.
Aqui as principais descobertas dessa pesquisa estão:
- Uma parte é genética. Em outras palavras, o risco de desenvolver ansiedade já está inscrito no DNA da pessoa antes mesmo do nascimento. Muitos indivíduos com ansiedade conseguem identificar pais, avós ou outros parentes que enfrentam problemas semelhantes. Quando uma ansiedade não tem DNA, ela pode surgir em qualquer fase da vida — embora muitas pessoas passem por períodos de ansiedade alternados com fases de bem-estar.
- Situações de vida podem “desencadear” a ansiedade. Como membros de uma mesma família costumam compartilhar o mesmo ambiente, uma situação estressante — como falta de moradia ou pobreza — pode gerar ansiedade em vários familiares ao longo do tempo.
- Ambientes estressantes também podem causar ansiedade. Pesquisas recentes sugerem que a exposição a um ambiente estressante durante a gravidez — ou até mesmo antes dela — pode estar ligada ao desenvolvimento de ansiedade em crianças. Através da epigenética, os pesquisadores estão começando a entender como o estresse emocional pode modificar o DNA que os pais transmitem aos seus filhos.
2. Medos específicos
Em alguns casos, a ansiedade está diretamente relacionada a um medo específico. Esse tipo de ansiedade pode ser intensa em certas situações, mas ausente em outras. Por exemplo, uma pessoa com anorexia pode ter uma forte ansiedade em relação ao ganho de peso, mas não em outras áreas da vida.
Algumas condições de saúde mental que envolvem medos específicos incluem:
- Fobias específicas, como agorafobia
- Transtorno de ansiedade social
- Transtorno de ansiedade de separação
- Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)
- Anorexia nervosa
- Ansiedade pós-parto
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
- "Síndrome do pânico
3. Trauma, estresse e situações perturbadoras
Passar por uma situação estressante — como insegurança financeira, conflitos familiares, trauma ou perda — pode ser um gatilho para a ansiedade.
No entanto, estresse e trauma não causam ansiedade em todos. Algumas pessoas têm menos propensão a desenvolver-se, e outras possuem características que reduzem suas chances, mesmo em situações de grande estresse. Especialistas apontam que espiritualidade, senso de propósito na vida e conexão social podem atuar como fatores de proteção contra a ansiedade.
Apesar disso, ninguém é completamente imune à ansiedade. Para aqueles com uma predisposição maior — seja por fatores genéticos ou históricos familiares — o estresse pode ser o elemento que transforma um funcionamento saudável em ansiedade avassaladora.
4. Mídias sociais
Novas pesquisas indicam que as mídias sociais podem influenciar o desenvolvimento da ansiedade por diversos motivos, entre eles:
- Comparação social: As redes sociais frequentemente expõem aos usuários imagens e histórias que podem gerar uma sensação de inferioridade em relação aos outros. Isso leva as pessoas a se julgarem e se preocuparem com o julgamento alheio.
- Falta de regulação emocional: Estudos mostram que muitas pessoas recorrem à internet para evitar lidar com emoções intensas, como amor, raiva ou ciúme. Essa prática impede o aprendizado de como situações emocionais na vida real, incluindo aquelas que geram ansiedade.
- Falta de interação social presencial: Para indivíduos tímidos ou com leve ansiedade social, utilizar mensagens de texto ou outras formas de comunicação online pode parecer uma forma mais fácil de construir amizades. No entanto, a dependência excessiva da tecnologia pode minar a confiança nos relacionamentos presenciais, ampliando problemas que inicialmente eram pequenos.
- Preocupação com a conectividade: Com o aumento da interação online, muitas pessoas se sentem ansiosas quando não recebem uma resposta imediata a mensagens ou textos, gerando preocupações sobre perder algo importante, o que pode agravar a ansiedade.
- Cyberbullying: O ambiente online pode ser palco de comportamentos intimidadores, cruéis e ameaçadores. Informações pessoais compartilhadas podem ser salvas e divulgadas sem controle, criando situações dolorosas ou constrangedoras. Qualquer pessoa pode ser vítima de cyberbullying, mas os adolescentes são especialmente vulneráveis. O cyberbullying em adolescentes está associado a altas taxas de vergonha, depressão, medo, solidão e preocupação.
5. Falta de sono e ansiedade do sono
Não é segredo que a falta de sono torna mais difícil lidar com o estresse. Além disso, o sono tem um impacto significativo na saúde mental, incluindo a depressão e a ansiedade. Se você enfrentar problemas contínuos de sono, como a insônia, isso pode até aumentar o risco de desenvolver um transtorno de ansiedade.
A relação entre sono ruim e ansiedade não para por aí. A própria ansiedade pode dificultar o sono, mantendo você acordado com preocupações durante a noite. Ficar acordado se preocupa interferindo no descanso, o que, por sua vez, torna ainda mais difícil lidar com os desafios do dia a dia.
6. Medicamentos ou drogas
Muitos medicamentos podem causar ansiedade como efeito colateral. Isso geralmente ocorre porque aumenta a frequência cardíaca e o estado de alerta.
Se você acredita que um medicamento prescrito está causando preocupação, converse com seu médico antes de interromper ou usar. Alguns medicamentos desta lista podem causar complicações se suspendem abruptamente.
Medicamentos sem receita
Substâncias e medicamentos de venda livre incluem:
- Cafeína: presente em café, chá, refrigerantes e bebidas energéticas
- Medicamentos que contêm cafeína, como Excedrin ou NoDoz
- Pseudoefedrina (Sudafed)
- Fenilefrina (Sudafed PE)
Medicamentos prescritos
Os medicamentos prescritos que podem causar ansiedade incluem:
- Esteróides:
- Dexametasona (Decadron, TaperDex ou outros)
- Fluticasona (Flovent, Advair ou outros)
- Hidrocortisona (Cortef ou outros)
- Prednisona (Rayos ou outros)
- Prednisolona (Orapred, Prelone ou outros)
- Triancinolona (Kenalog ou outros)
- Estimulantes usados para TDAH:
- Metilfenidato (Concerta, Ritalina ou outros)
- Anfetamina (Adderall, Mydayis ou outros)
- Medicamentos para asma:
- Albuterol (ProAir, Ventolin ou outros)
- Montelucaste (Singulair)
- Salmeterol (Advair, Serevent ou outros)
- Teofilina
- Medicamentos para a tireoide:
- Levotiroxina (Levoxyl, Synthroid ou outros)
Drogas ilegais
Drogas ilegais que podem causar ansiedade incluem:
- Cocaína, metanfetamina e outros estimulantes
- PCP e outras substâncias que causam alucinações
A preocupação também pode surgir ao interromper o uso de determinadas substâncias ou medicamentos, como drogas ou álcool. Isso ocorre porque o corpo precisa se reajustar à ausência de substâncias químicas no sistema. Embora seja um efeito temporário temporário, ele pode ser severo e, em alguns casos, exigir supervisão médica.
Fique atento aos sinais de ansiedade após parar de usar:
- Medicamentos anestésicos e sedativos
- Álcool
- Cannabis (maconha)
- Opioides (morfina, fentanil, entre outros)
7. Doenças médicas
Condições médicas podem causar ansiedade. Na verdade, quase qualquer diagnóstico (incluindo o de ansiedade) tem o potencial de desencadear preocupações. Isso acontece porque tanto a doença quanto os eventos que levaram ao diagnóstico podem ser assustadores ou avassaladores.
Além do estresse e da preocupação associada à condição, a ansiedade também está ligada a diversas doenças. Alguns exemplos incluem:
- Doença cardíaca
- Diabetes
- Problemas de tireoide, como hipertireoidismo ou hipotireoidismo
- Demências, como a doença de Parkinson
- Problemas resistentes, como doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou asma
- Síndrome do ovário policístico (SOP)
Se você estiver em tratamento e suspeitar que sua condição esteja causando ansiedade, informe seu médico.
8. Química cerebral
É útil entender o que ocorre no cérebro de uma pessoa com ansiedade. A serotonina (5-HT) é uma substância química produzida pelas células cerebrais que atua como neurotransmissor, facilitando a comunicação entre essas células.
A maioria dos cientistas acredita que os níveis de serotonina no cérebro estão relacionados à ansiedade. A serotonina desempenha um papel crucial no controle do humor, influenciando a ansiedade, a obsessão e a depressão. Por isso, medicamentos que aumentam os níveis de serotonina podem ser eficazes no tratamento da ansiedade e depressão.
Os genes provavelmente influenciam tanto a quantidade de serotonina no cérebro quanto a forma como o cérebro responde a ela. Isso ajuda a explicar porque a ansiedade pode ser hereditária.
Além disso, há muitos outros fatores envolvidos na determinação de quem desenvolverá ansiedade. À medida que os cientistas aprofundam seus estudos sobre as diferenças individuais que predispõem a problemas de ansiedade, mais se descobrirão sobre como tratá-los.
Conclusão
A ansiedade está associada a diversos fatores, como genética, funcionamento cerebral, saúde física e experiências de vida. Isso pode dificultar a identificação exata de sua origem. No entanto, independentemente da causa, há ajuda disponível. Conversar com um profissional de saúde é um excelente primeiro passo. Assim, você poderá entender melhor quais fatores estão contribuindo para sua ansiedade e quais são controláveis ou não.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Referências
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Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/generalized-anxiety-disorder/causes