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transtorno bipolar e como ele é tratado
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Escrito por
Wilton de Andrade
Última atualização
24/07/2025
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Principais tópicos:

  • O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental que provoca alterações incomuns no humor, nos níveis de energia e no comportamento.

  • Os medicamentos mais comuns usados no tratamento incluem lítio, anticonvulsivantes e antipsicóticos.

  • Não existe uma abordagem única que funcione para todos. O tratamento ideal depende dos sintomas de cada pessoa, de suas preferências e do histórico médico individual. Por isso, é fundamental contar com o acompanhamento de um profissional de saúde para encontrar a combinação mais eficaz e segura.

 

O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental que pode provocar mudanças intensas e incomuns no humor, nos níveis de energia e no comportamento. Geralmente é diagnosticado na adolescência ou no início da vida adulta e se caracteriza por episódios marcantes de emoções elevadas (mania ou hipomania) e depressivas.

Nos Estados Unidos, estima-se que mais de 4% dos adultos sejam afetados pelo transtorno bipolar ao longo da vida. No Brasil, embora os dados específicos variem entre os estudos, pesquisas populacionais apontam que cerca de 1% a 2% da população vive com algum tipo de transtorno bipolar — o que representa milhões de pessoas. A condição atinge indivíduos de todas as idades, raças, etnias e identidades de gênero.

O transtorno bipolar está entre as principais causas de incapacidade no mundo. No entanto, com os avanços da medicina e o acesso a tratamentos adequados, muitas pessoas conseguem viver com estabilidade emocional e levar uma vida produtiva e satisfatória.

Neste texto, vamos explicar o que é o transtorno bipolar, como ele pode ser tratado e quais são os principais medicamentos utilizados no seu controle.


O que é transtorno bipolar?

Como mencionado, pessoas que vivem com transtorno bipolar costumam experimentar emoções muito intensas, conhecidas como oscilações de humor. Episódios de mania — caracterizados por euforia, energia excessiva, agitação e irritabilidade — contrastam com os episódios depressivos, que podem provocar sentimentos profundos de tristeza, desesperança e, em alguns casos, pensamentos suicidas.

Existem três formas principais de transtorno bipolar: transtorno bipolar tipo I, transtorno bipolar tipo II e ciclotimia. Cada uma delas apresenta sintomas distintos.

  • Transtorno bipolar tipo I: a pessoa alterna entre episódios maníacos e depressivos. Os episódios de mania costumam durar pelo menos 7 dias e, em alguns casos, podem ser tão intensos que exigem hospitalização. Já os episódios depressivos geralmente duram no mínimo 14 dias.

  • Transtorno bipolar tipo II: envolve episódios depressivos graves intercalados com episódios de hipomania — uma forma mais branda da mania, com sintomas menos intensos e sem prejuízos tão marcantes à vida da pessoa.

  • Ciclotimia: considerada uma forma mais leve do transtorno bipolar, é marcada por sintomas de hipomania e depressão que não são tão intensos nem duradouros quanto os observados no tipo II. Mesmo assim, pode causar impacto significativo na qualidade de vida.

Também é possível apresentar episódios com características mistas — ou seja, sintomas de mania e depressão ocorrendo ao mesmo tempo. Antes se acreditava que isso só acontecia no transtorno bipolar tipo I, mas hoje se reconhece que episódios mistos podem ocorrer em qualquer ponto do espectro bipolar.

Vale destacar que outras condições de saúde mental, como o transtorno por uso de substâncias ou transtornos de ansiedade, podem agravar os sintomas e influenciar o tratamento. Por isso, o plano terapêutico deve ser personalizado, levando em conta o tipo de transtorno bipolar, o histórico médico e as necessidades individuais de cada pessoa.

O transtorno bipolar tem cura?

Atualmente, não existe cura para o transtorno bipolar, que é considerado uma condição crônica, ou seja, que acompanha a pessoa ao longo da vida. No entanto, existem tratamentos eficazes que ajudam a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

A causa exata do transtorno bipolar ainda não é totalmente compreendida, mas acredita-se que seja resultado de uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais. Pesquisadores continuam estudando a condição e, com o avanço da ciência, há expectativa de que novas abordagens e recursos possam tornar o tratamento ainda mais eficaz no futuro.

Apesar de não haver cura, é possível viver bem com o transtorno bipolar, especialmente com acompanhamento médico adequado, uso correto de medicações e apoio psicológico contínuo.

O transtorno bipolar piora com a idade?

Em alguns casos, sim. À medida que pessoas com transtorno bipolar envelhecem, os sintomas depressivos podem se tornar mais frequentes. Um estudo indicou que indivíduos diagnosticados até os 44 anos tendem a apresentar mais sintomas depressivos ao longo do tempo, em comparação com aqueles diagnosticados após os 45 anos.

Por outro lado, ainda há poucas evidências sobre se os sintomas maníacos pioram com o passar dos anos. Se você tem transtorno bipolar e percebe que seus sintomas estão mudando, é importante conversar com seu médico. Ele pode ajudar a ajustar os medicamentos e revisar o plano de tratamento para garantir que ele continue funcionando da melhor forma para você.


Quais medicamentos são usados para tratar o transtorno bipolar?

Existem diversos medicamentos utilizados no tratamento do transtorno bipolar. Em muitos casos, a combinação de diferentes medicamentos é necessária para oferecer um controle mais eficaz dos sintomas.

Alguns medicamentos são indicados para tratar episódios maníacos, mistos ou depressivos no momento em que ocorrem — esse tipo de abordagem é chamado de tratamento agudo. Outros são voltados para o tratamento de manutenção, ou seja, são usados de forma contínua para prevenir recaídas e manter a estabilidade do humor após a fase aguda. No entanto, muitos medicamentos podem ser utilizados tanto em situações agudas quanto na manutenção, dependendo do caso.

Embora existam outras formas de tratamento além dos medicamentos — como a psicoterapia e a terapia eletroconvulsiva (TEC) —, este texto se concentra especificamente nos medicamentos utilizados no manejo do transtorno bipolar.

Lítio

O lítio é um medicamento que atua como estabilizador de humor. Apesar de ter sido aprovado em 1970, continua sendo uma das principais opções no tratamento do transtorno bipolar até hoje. Embora seu mecanismo de ação ainda não seja totalmente compreendido, ele é considerado eficaz no tratamento de episódios de mania, depressão, episódios mistos e também na manutenção da estabilidade do humor ao longo do tempo.

Normalmente, o lítio é prescrito para pessoas com 12 anos ou mais e costuma ser administrado de 2 a 3 vezes ao dia. Está disponível em forma de comprimidos, cápsulas e solução oral.

Apesar de sua eficácia comprovada, o lítio pode causar efeitos colaterais. Os mais comuns incluem sede excessiva, aumento na frequência urinária e sensação de mal-estar. Um dos principais cuidados no uso do lítio é manter seus níveis no sangue dentro de uma faixa segura. Se esses níveis se elevarem demais, pode ocorrer intoxicação por lítio, uma condição potencialmente grave.

O lítio tem uma janela terapêutica estreita, o que significa que a diferença entre a dose eficaz e a dose tóxica é pequena. Fatores como alterações na ingestão de sal ou níveis baixos de sódio no organismo podem elevar a concentração de lítio no corpo. Além disso, o lítio pode interagir com outros medicamentos, como:

  • Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)

  • Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA)

  • Bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRAs)

Essas interações podem aumentar o risco de toxicidade.

A toxicidade por lítio é considerada uma emergência médica. Os sintomas podem incluir, mas não se limitam a:

  • Tontura e fraqueza

  • Tremores

  • Dificuldade para reagir ou responder

  • Fala arrastada

  • Frequência cardíaca reduzida

  • Náuseas e vômitos intensos

Caso esses sinais apareçam, é fundamental buscar atendimento médico imediato. O uso seguro do lítio exige acompanhamento regular com exames de sangue e orientação constante de um profissional de saúde.

Medicamentos anticonvulsivantes

Três medicamentos anticonvulsivantes — carbamazepina de liberação prolongada (Equetro), divalproato (Depakote) e lamotrigina (Lamictal) — também são amplamente utilizados como estabilizadores de humor no tratamento do transtorno bipolar. Assim como o lítio, são considerados opções de primeira linha por sua eficácia no controle de episódios maníacos, mistos, depressivos e também na manutenção a longo prazo.

A escolha entre esses medicamentos deve ser feita de forma individualizada, considerando o histórico clínico, os sintomas predominantes, possíveis efeitos colaterais e interações medicamentosas. Além disso, cada um está disponível em diferentes formas farmacêuticas, o que também pode influenciar na decisão do profissional de saúde.

Veja um resumo das principais características de cada um:

  • Divalproato: também conhecido como valproato ou ácido valproico, é o anticonvulsivante mais amplamente utilizado no tratamento do transtorno bipolar. Está disponível em comprimidos, cápsulas, cápsulas para aspersão, solução oral e forma injetável. A dosagem varia conforme a necessidade clínica.

  • Lamotrigina: indicada especialmente para episódios depressivos, é encontrada em várias apresentações de comprimidos — comuns, mastigáveis e de dissolução rápida. A dosagem também é ajustada de forma individualizada.

  • Equetro (carbamazepina de liberação prolongada): entre os três, é o que possui menos evidências científicas para o uso em manutenção do transtorno bipolar, embora possa ser eficaz em alguns casos, especialmente durante episódios maníacos ou mistos.

Cada um desses medicamentos tem um perfil diferente de ação e tolerabilidade, por isso o acompanhamento médico é essencial para garantir o tratamento mais seguro e eficaz possível.

Medicamentos antipsicóticos atípicos

Alguns medicamentos antipsicóticos — também chamados de antipsicóticos atípicos ou de segunda geração — são amplamente utilizados no tratamento do transtorno bipolar. Eles são especialmente eficazes em episódios de mania e episódios mistos.

Há diversas opções disponíveis, e a escolha do antipsicótico mais adequado leva em consideração fatores como perfil de efeitos colaterais, idade do paciente e forma de apresentação — como comprimido, solução oral ou injeção. Os efeitos colaterais podem variar bastante entre os medicamentos, por isso a escolha deve ser feita com orientação médica.

Entre os antipsicóticos atípicos mais utilizados, destacam-se:

  • Olanzapina (Zyprexa): disponível em comprimidos, comprimidos de desintegração oral e injeção. Pode ser usada em pessoas a partir dos 13 anos. A frequência de administração depende da forma de uso — se para episódios agudos ou como tratamento de manutenção — e da via de administração.

  • Risperidona (Risperdal, Risperdal Consta): disponível em comprimidos, comprimidos desintegrantes, solução oral e injetável. A forma oral pode ser usada em pessoas com 10 anos ou mais, enquanto a versão injetável é indicada para adultos. A frequência de uso também varia conforme a indicação e a via de administração.

Esses medicamentos devem sempre ser prescritos e acompanhados por um profissional de saúde, que avaliará os benefícios, os possíveis efeitos adversos e a resposta individual ao tratamento.

Outras opções de medicamentos

Caso os sintomas não sejam controlados de forma eficaz com os medicamentos já mencionados, existem outras opções que podem ser consideradas. Essas alternativas são geralmente avaliadas com base nas necessidades específicas de cada pessoa. Entre elas:

  • Antidepressivos: podem ser utilizados, especialmente em episódios depressivos, desde que combinados com um estabilizador de humor, como o lítio. Isso ajuda a reduzir o risco de que o antidepressivo desencadeie um episódio de mania. Entre as opções estão:

    • Bupropiona (Wellbutrin)

    • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como a paroxetina (Paxil)

    • Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSN), como a venlafaxina (Effexor)

    • Um medicamento combinado, olanzapina/fluoxetina (Symbyax), também está disponível e pode ser indicado em certos casos


  • Benzodiazepínicos: usados em situações de agitação intensa durante episódios de mania. São geralmente indicados por curto prazo, principalmente em ambientes hospitalares. Entre os mais utilizados estão:

    • Clonazepam (Klonopin)

    • Lorazepam (Ativan)

Essas medicações devem ser administradas com cautela e sempre sob supervisão médica, considerando os potenciais riscos, como sedação excessiva ou dependência, no caso dos benzodiazepínicos.

 

Qual é o melhor medicamento para transtorno bipolar?

Em resumo, não existe um único medicamento ideal para o tratamento do transtorno bipolar. Trata-se de uma condição altamente variável, e a resposta ao tratamento pode diferir bastante de pessoa para pessoa. Algumas pessoas respondem melhor a determinados medicamentos ou combinações, enquanto outras podem precisar de ajustes ao longo do tempo.

Nesse contexto, a Associação Psiquiátrica Americana (APA) desenvolve diretrizes que orientam os profissionais de saúde na escolha dos tratamentos mais indicados. Essas diretrizes ajudam a definir, de acordo com cada situação clínica, quais medicamentos podem ser considerados como primeira opção, sempre com base em evidências científicas e na experiência clínica. 

Isso é discutido mais detalhadamente na tabela a seguir:

Situação

Medicamentos recomendados

Episódios maníacos — graves

Lítio + antipsicótico ± benzodiazepínico


Divalproex + antipsicótico ± benzodiazepínico

Episódios mistos — graves

Divalproex + antipsicótico ± benzodiazepínico

Episódios mistos — graves

Divalproex + antipsicótico ± benzodiazepínico

Episódios maníacos — leves a moderados

Antipsicótico


divalproato de lítio


Episódios depressivos — graves

Lítio + antidepressivo

Episódios depressivos — leves a moderados



Lamotrigina de lítio

Manutenção — preferencial



Divalproex de lítio


Conclusões

O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental que provoca alterações incomuns no humor, na energia e no comportamento. O tratamento varia de acordo com a gravidade e o tipo de sintomas apresentados. Medicamentos como lítio, anticonvulsivantes e antipsicóticos podem ser bastante eficazes.

Embora existam opções geralmente recomendadas como primeira linha de tratamento, a escolha da medicação ideal depende das necessidades individuais de cada pessoa. O acompanhamento médico é fundamental para ajustar o tratamento e garantir os melhores resultados ao longo do tempo.

 

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.

 

Produtos relacionados

 

Referências

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Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/bipolar-disorder/bipolar-disorder-medications

 

FAQ: perguntas frequentes sobre Transtorno Bipolar

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