Transtorno Bipolar 1 e 2: Seu Guia Pill

Principais Tópicos:

• O transtorno bipolar é uma condição crônica com oscilações intensas de humor, incluindo episódios de depressão, mania, hipomania ou sintomas mistos. Pode causar impactos significativos na vida pessoal, social e profissional.

• O tratamento combina medicamentos e terapia, como estabilizadores de humor, antipsicóticos e abordagens psicoterapêuticas (ex: TCC e terapia familiar). Diagnóstico correto e acompanhamento profissional são essenciais.

• Reconhecer gatilhos e manter um estilo de vida saudável ajuda no controle da condição, com foco em sono regular, alimentação equilibrada, suporte social e adesão ao tratamento.

O que é transtorno bipolar?

O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental caracterizada por alterações intensas no humor, nos níveis de energia e na capacidade de funcionamento diário. Estima-se que mais de 4% dos adultos nos Estados Unidos recebam esse diagnóstico em algum momento da vida, geralmente no início da idade adulta. No Brasil, os dados são semelhantes: estudos indicam que cerca de 2% a 4% da população apresenta o transtorno, embora muitos casos ainda não sejam diagnosticados ou recebam o tratamento adequado.

Pessoas com transtorno bipolar passam por episódios marcados por oscilações extremas de humor, que podem durar dias ou semanas. Esses episódios incluem:

• Depressão: sentimentos profundos de tristeza, baixa energia e falta de motivação

• Mania: humor anormalmente elevado ou altamente irritável, muitas vezes acompanhado de impulsividade e pouca necessidade de sono

• Hipomania: um estado de euforia mais leve do que a mania, mas ainda acima do humor habitual

• Episódio misto: presença simultânea de sintomas de depressão e mania ou hipomania

É comum que todas as pessoas tenham variações de humor. No entanto, no transtorno bipolar, essas mudanças são intensas, frequentes e podem interferir significativamente na vida pessoal, nos relacionamentos, no trabalho e até gerar consequências financeiras ou jurídicas.

O transtorno bipolar é uma condição crônica, mas com acompanhamento médico, apoio psicossocial e tratamento adequado — que pode incluir medicação, psicoterapia e mudanças no estilo de vida — é possível controlar os sintomas e levar uma vida estável e satisfatória.

Sinais e sintomas do transtorno bipolar

O transtorno bipolar apresenta uma variedade de sintomas, que variam de acordo com o tipo diagnosticado. Existem três formas principais da condição:

• Bipolar I: ocorre quando a pessoa tem pelo menos um episódio de mania.

• Bipolar II: envolve episódios de hipomania e depressão.

• Transtorno ciclotímico: caracteriza-se por oscilações frequentes entre sintomas leves de depressão e hipomania, sem atingir a gravidade dos episódios típicos.

Um episódio de mania é caracterizado por um humor anormalmente elevado ou irritável que dura, no mínimo, uma semana e afeta de forma significativa a capacidade de funcionar no dia a dia. Os sintomas podem incluir:

• Redução drástica da necessidade de sono

• Fala acelerada

• Pensamentos rápidos ou acelerados

• Facilidade para se distrair

• Aumento da atividade física ou mental

• Envolvimento em comportamentos impulsivos ou de risco

Durante um episódio de hipomania, os sintomas são parecidos, mas menos intensos e duram menos tempo, sem causar grandes prejuízos no funcionamento da pessoa.

Já um episódio depressivo é um período de tristeza profunda que dura pelo menos duas semanas. Os sintomas são semelhantes aos da depressão maior e podem incluir:

• Perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram prazerosas

• Cansaço constante

• Sentimentos de culpa, inutilidade ou baixa autoestima

• Dificuldade de concentração

• Alterações no nível de atividade (lentidão ou agitação)

• Mudanças no sono e/ou apetite

• Pensamentos suicidas

Identificar corretamente o tipo de transtorno bipolar é fundamental para um tratamento eficaz e para a melhora da qualidade de vida.

Obtendo um diagnóstico de transtorno bipolar

O transtorno bipolar é diagnosticado por meio de uma avaliação feita por um profissional de saúde mental. Devido à complexidade da condição, pode levar anos entre o início dos sintomas e a obtenção de um diagnóstico preciso.

É essencial diferenciar o transtorno bipolar tipo 1 do tipo 2, já que eles apresentam diferenças no curso, na gravidade e, consequentemente, no tratamento necessário.

Além disso, é importante considerar se os sintomas realmente indicam transtorno bipolar ou outra condição com características semelhantes. O transtorno bipolar pode, às vezes, ser confundido com:

• Transtorno depressivo maior

• Esquizofrenia

• Transtorno de personalidade borderline (limítrofe)

Também é comum que o transtorno bipolar apareça junto com outras condições de saúde mental, como:

• Transtornos de ansiedade

• Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

• Transtornos relacionados ao uso de substâncias

Obter um diagnóstico claro é essencial para planejar um tratamento eficaz. Caso você tenha mais de uma condição associada, o tratamento deve considerar todas as questões de saúde mental envolvidas.

O que causa o transtorno bipolar?

O transtorno bipolar não tem uma causa única. Especialistas acreditam que ele resulta de uma combinação de fatores biológicos, genéticos e ambientais. Entre os principais, estão:

• Genética: diversos genes já foram associados ao transtorno bipolar. Ter um familiar com a condição aumenta significativamente o risco de desenvolvê-la.

• Química do cérebro: o transtorno parece estar relacionado a desequilíbrios em neurotransmissores como serotonina e dopamina, que regulam o humor e a motivação.

• Ambiente: experiências de vida também têm impacto. Eventos estressantes, traumas ou abuso na infância são frequentemente associados ao surgimento ou agravamento dos sintomas.

• Período pós-parto: mudanças hormonais e o estresse após o parto podem desencadear episódios bipolares. Mulheres com histórico de transtorno bipolar têm maior risco de recaída nesse período.

Esses fatores podem interagir entre si. Por exemplo, uma predisposição genética pode tornar alguém mais vulnerável, e um evento estressante, como o fim de um relacionamento, pode ser o gatilho para um episódio bipolar.

Tratamento para transtorno bipolar

O tratamento do transtorno bipolar geralmente combina o uso de medicamentos com terapia.

Os medicamentos são indicados para controlar os sintomas, tanto durante os episódios quanto na prevenção de recaídas. Os principais tipos incluem:

• Estabilizadores de humor: são usados principalmente para controlar episódios de mania ou hipomania. Entre os mais comuns estão o lítio, o divalproato (Depakote) e outros.

• Antipsicóticos: indicados tanto para sintomas maníacos quanto depressivos. Exemplos incluem olanzapina (Zyprexa), lurasidona (Latuda), quetiapina (Seroquel), risperidona (Risperdal), entre outros.

• Antidepressivos: podem ser utilizados para tratar episódios depressivos em pessoas com transtorno bipolar. No entanto, como esses medicamentos podem desencadear episódios de mania, costumam ser combinados com estabilizadores de humor, como o lítio ou um antipsicótico.

Muitos desses medicamentos são mantidos a longo prazo para ajudar a prevenir novos episódios e promover estabilidade.

A terapia também é uma parte essencial do tratamento. Ela ajuda a pessoa a lidar melhor com a condição, identificar gatilhos e desenvolver estratégias para manter uma rotina saudável. A compreensão dos fatores que desencadeiam os episódios permite maior controle sobre os sintomas.

Entre os tipos mais comuns de terapia utilizados no transtorno bipolar estão:

• Terapia cognitivo-comportamental (TCC): ajuda a entender a relação entre pensamentos, emoções e comportamentos, e a desenvolver novas formas de enfrentamento e manejo dos sintomas.

• Terapia interpessoal e de ritmo social (IPSRT): auxilia no monitoramento de atividades diárias, padrões de sono e humor. A partir dessas informações, terapeuta e paciente identificam formas de estabilizar o ritmo de vida e reduzir os episódios de humor.

• Terapia focada na família: envolve os familiares no processo terapêutico, oferecendo suporte emocional, melhorando a comunicação e fortalecendo a rede de apoio da pessoa com transtorno bipolar.

• Terapia comportamental dialética (TCD): desenvolve habilidades de enfrentamento, como regulação emocional, tolerância ao estresse, atenção plena e relações interpessoais, ajudando a lidar melhor com os desafios da condição.

Gerenciando o transtorno bipolar a longo prazo

Se você tem transtorno bipolar, é essencial reconhecer o que pode desencadear seus episódios de humor. Compreender esses gatilhos permite se antecipar e se preparar para lidar melhor com os sintomas. Eles podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns dos mais comuns incluem:

• Mudanças sazonais

• Uso de substâncias

• Eventos estressantes da vida

• Alterações no padrão de sono

• Uso de antidepressivos

• Período pós-parto

• Doença ou lesão

• Envolvimento intenso em novos projetos criativos

Além disso, manter um estilo de vida saudável é uma parte fundamental do controle do transtorno bipolar. Cuidar da sua saúde física e emocional contribui para a estabilidade e qualidade de vida. Boas práticas incluem:

• Gerenciar o estresse

• Dormir o suficiente e com regularidade

• Praticar atividade física

• Ter uma alimentação equilibrada

• Manter conexões sociais

• Tomar os medicamentos de forma regular e conforme orientação médica

Para saber mais sobre o transtorno bipolar e as opções de tratamento, consulte instituições especializadas como:

• Instituto Nacional de Saúde Mental

• Associação Psiquiátrica Americana

• Aliança Nacional sobre Doenças Mentais

• Fundação Internacional Bipolar

Conclusões

O transtorno bipolar é uma condição complexa, mas tratável. Com o diagnóstico correto, tratamento adequado e apoio contínuo, é possível levar uma vida equilibrada e produtiva. Reconhecer os sintomas, entender os tipos de episódios, identificar gatilhos e manter hábitos saudáveis são passos essenciais no gerenciamento da condição. Medicamentos, terapias específicas e o suporte da família e de profissionais de saúde mental formam a base do cuidado contínuo. Quanto mais informado você estiver sobre o transtorno, maiores as chances de se antecipar às crises e preservar sua qualidade de vida. Lembre-se: buscar ajuda é um sinal de força, não de fraqueza.

Pill, somos a parceria ideal para a sua saúde

Na Pill, nosso foco é em melhorar a vida das pessoas, democratizando o acesso à saúde e aos serviços da farmácia. Nós nos preocupamos com nossos pacientes e queremos fazer parte do seu cotidiano, facilitando sua vida. É um prazer cuidar todos de vocês.

Para ser atendido, basta mandar a sua dúvida no nosso WhatsApp: (11) 99999-0380. Visite nosso site e monte sua cesta de remédio e coloque tudo no automático com o nosso serviço de Compra Recorrente: pill.com.br, sua caixa de remédio renovada todo mês.

Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.

Produtos relacionados

Referências

Associação Psiquiátrica Americana. (nd). O que são transtornos bipolares? 

Associação Psiquiátrica Americana. (2020). O que é depressão?

Bojic, S., et al. (2017). Tratamento baseado em mindfulness para transtorno bipolar: uma revisão sistemática da literatura . Revista Europeia de Psicologia . 

Conejo-Galindo, J., et al. (2022). Recaída pós-parto em pacientes com transtorno bipolar . Revista de Medicina Clínica .  

Dagani, J., et al. (2017). Meta-análise do intervalo entre o início e o tratamento do transtorno bipolar . The Canadian Journal of Psychiatry . 

Geddes, JR, et al. (2013). Tratamento do transtorno bipolar . The Lancet . 

Grande, I., et al. (2016). Transtorno bipolar . The Lancet . 

Fernandez, E., et al. (2016). Raiva em transtornos psicológicos: prevalência, apresentação, etiologia e implicações prognósticas . Revista de Psicologia Clínica . 

Mental Health America. (nd). O transtorno bipolar desaparece sozinho? 

Miklowitz, DJ, et al. (2018). Terapia focada na família para transtorno bipolar: reflexões sobre 30 anos de pesquisa . Processo Familiar . 

Mente. (2023). Hipomania e mania . 

Aliança Nacional sobre Doenças Mentais. (nd). Diferentes tipos de terapia para transtorno bipolar . 

Serviço Nacional de Saúde. (2023). Sintomas - transtorno bipolar . 

Instituto Nacional de Saúde Mental. (nd). Transtorno bipolar . 

Nitzburg, GC, et al. (2017). Estratégias de enfrentamento e funcionamento no mundo real no transtorno bipolar . Journal of Affective Disorders . 

Proudfoot, J., et al. (2012). Fatores desencadeantes de mania e depressão em jovens adultos com transtorno bipolar . Revista de Transtornos Afetivos . 

Rowland, TA, et al. (2018). Epidemiologia e fatores de risco para transtorno bipolar . Avanços Terapêuticos em Psicofarmacologia . 

Russell, S., et al. (2009). Vivendo bem com o transtorno bipolar . A pesquisa importa. 

Sekhon, S., et al. (2023). Transtorno de humor . StatPearls . 

Steardo, L., Jr., et al. (2020). Eficácia da terapia de ritmo interpessoal e social (IPSRT) em pacientes com transtorno bipolar: resultados de um ensaio clínico controlado em ambiente real . Anais de Psiquiatria Geral . 

Administração de Serviços de Abuso de Substâncias e Saúde Mental. (2023). Transtorno bipolar .

Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/bipolar-disorder

FAQ: perguntas frequentes sobre transtorno bipolar