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Entenda como o TDAH afeta o trabalho
Foto Wilton de Andrade
Escrito por
Wilton de Andrade
Última atualização
28/01/2025
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Entenda como o TDAH afeta o trabalho

Muitas pessoas associaram o TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) a desafios importantes no ambiente escolar e profissional. A condição caracterizada por sintomas como dificuldade em manter a concentração, inquietação e hiperatividade pode tornar tarefas como priorizar atividades ou manter o foco especialmente solicitado.

No entanto, Daniella Rodrigues, designer gráfica e criadora de conteúdo em São Paulo - SP, que vive com TDAH, argumenta que essa visão é limitada. Segundo ela, tanto os funcionários do TDAH quanto seus gestores precisam ampliar sua compreensão sobre a condição.

Ao longo de sua trajetória profissional, Daniella percebeu que o TDAH pode, de fato, dificultar certos aspectos do trabalho, como a organização ou o cumprimento de prazos rígidos. Porém, ela enfatiza que as pessoas com TDAH também possuem qualidades únicas que podem extrair recursos altamente valiosos para os jogadores.

Entre os pontos fortes frequentemente associados ao TDAH estão a criatividade, a capacidade de resolução de problemas, a energia para realizar várias tarefas e uma abordagem inovadora para enfrentar desafios. Daniella ressalta que, para aproveitar esses talentos, as empresas precisam adotar uma postura mais flexível e inclusiva, ajustando processos e práticas para acomodar diferentes estilos de trabalho.

Essa perspectiva sublinha a importância de uma abordagem mais equilibrada e positiva ao TDAH no local de trabalho, acompanhando tanto os desafios quanto os pontos fortes que uma condição pode trazer.


Um diagnóstico adiado por estereótipos

Daniella e sua família enfrentaram atitudes negativas em relação ao TDAH desde o início de sua jornada com o diagnóstico. Na escola, apesar de ter um bom desempenho acadêmico, Daniella era conhecida por ser extremamente inquieta e tagarela na sala de aula. Preocupada, sua mãe decidiu conversar com um dos professores e disse se descobriu que Daniella poderia ter TDAH.

"A professora da quinta série literalmente respondeu: 'Ela não pode ter TDAH. Ela é muito inteligente'", lembra Daniella. Após essa afirmação, sua mãe desistiu da possibilidade de diagnóstico, mesmo que os desafios comportamentais continuassem.

Ao longo dos anos, Daniella enfrentou dificuldades crescentes. “Antes do meu diagnóstico, fui demitida de todos os empregos que tive”, confessa. No ensino médio, ela desenvolveu ansiedade e depressão, condições que hoje associam ao TDAH não tratadas. Quando se mudou para a faculdade e perdeu a estrutura organizada de sua casa, os desafios se intensificaram. Atividades cotidianas, como cozinhar ou cuidar da roupa, tornaram-se tarefas esmagadoras.

Finalmente, Daniella decidiu procurar ajuda profissional. Durante uma consulta, o terapeuta concorda rapidamente com a possibilidade de TDAH. “Minha terapeuta era uma mulher com TDAH e estava bem informada sobre o assunto. Ela logo sugeriu que eu poderia ter a condição”, conta Daniella.

Inicialmente, Daniella resistiu à ideia. "Eu dizia: 'Não, eu não tenho', porque — odeio admitir — eu tinha a visão estereotipada de que TDAH era algo que apenas meninos hiperativos tinham. Havia um estigma na minha mente que dificultava aceitar a possibilidade", explica.

Depois de pesquisar mais sobre o assunto, as peças começaram a se encaixar. Daniella percebeu que o diagnóstico explicava muitas das dificuldades que enfrentava. Ela iniciou o uso de medicamentos e notou mudanças significativas em sua vida.

"Foi como se eu tivesse colocado óculos pela primeira vez. Eu pensei: 'É assim que é para as outras pessoas?' Embora esses ‘óculos’ não funcionem da mesma forma todos os dias, eles ainda ajudam muito”, reflete Daniella.

A jornada de Daniella destaca os desafios de lidar com o TDAH não tratado, mas também evidencia a transformação que um diagnóstico correto e o tratamento adequado podem trazer.


Ela não queria revelar seu TDAH aos empregadores

Com o auxílio de medicamentos, Daniella concluiu seu curso de design e iniciou sua trajetória profissional como designer gráfica. Apesar de ter superado boa parte dos estereótipos negativos sobre o TDAH, ela ainda se preocupava com a forma como seu diagnóstico seria questionado pelos trabalhadores. Por isso, decidiu não mencionar sua condição ao se candidatar às vagas ou informar seus supervisores sobre o TDAH. Contudo, essa abordagem trouxe desafios significativos.

Após sua formação, Daniella perdeu o acesso ao plano de saúde dos pais, e o custo de seus medicamentos aumentou consideravelmente. Como recém-formada com um salário inicial modesto, ela não conseguiu arcar com o valor necessário para comprar um medicamento. Sem outra alternativa, interrompeu o tratamento.

“Comecei a ter dificuldades no trabalho por não concluir minhas tarefas, me distrair facilmente e passar tempo nas redes sociais”, lembra.

Nesse momento, Daniella lembrou que eu precisava contar à empresa sobre sua condição e solicitar algumas instruções para melhorar seu desempenho. No entanto, os seus pedidos, mesmo os mais simples, foram negados.

Por exemplo, ela pediu para substituir seus fones de ouvido com cancelamento de ruído, que utilizavam pilhas e frequentemente ficavam descarregados, por um modelo recarregável. A empresa decidiu, justificando que outros funcionários poderiam considerar isso um privilégio injusto ou "tratamento especial".

Sem sentir apoio no ambiente de trabalho, Daniella decidiu fazer duas mudanças importantes: retomar o uso de medicamentos e mudar de carreira.

“Cheguei a concluir que priorize minha saúde e meu desempenho. Decidi pagar o valor necessário por mês pelos medicamentos porque não poderia continuar enfrentando tantos problemas no trabalho”, explica.

Ela aceitou uma posição em uma empresa de consultoria e análise, mas desta vez resolveu adotar uma abordagem diferente. Daniella percebeu que, para alcançar o equilíbrio entre desempenho profissional e saúde mental, era essencial buscar ambientes de trabalho mais inclusivos e estar preparado para defender suas necessidades de maneira assertiva.

Sua experiência reflete os desafios enfrentados por muitas pessoas com TDAH no Brasil, especialmente no que diz respeito ao custo de medicamentos e à falta de conscientização no ambiente corporativo. A história de Daniella ressalta a importância de políticas mais inclusivas nas empresas e de acesso a tratamentos que permitam às pessoas com TDAH desenvolver todo o seu potencial.

 

Deixando de lado o segredo do TDAH no trabalho 

Daniella não informou seu TDAH no momento de sua candidatura à vaga na nova empresa. Contudo, no primeiro dia de trabalho, decidiu comunicar a equipe de Recursos Humanos.

“Eu fui ao RH porque queria que isso estivesse registrado no sistema”, explica. “Eles disseram: 'Não vamos contar ao seu chefe, a menos que você queira.' E eu respondi: 'Não, não, não. Só quero que vocês saibam, caso algo aconteça no futuro.'”

Inicialmente, Daniella não revelou seu diagnóstico para o novo chefe. Porém, ao perceber que seus colegas de trabalho na nova empresa eram mais abertos sobre questões de saúde mental, começaram a compartilhar suas experiências com o TDAH em conversas informais. Uma dessas interações foi tão inspiradora que o motivou a criar algo que mudaria o rumo de sua vida.

Daniella desenhou uma história em quadrinhos que comparava como pessoas neurotípicas e pessoas com TDAH contam histórias. A ideia surgiu das diferenças que ela havia percebida em si mesma e em seus colegas. Por incentivo de uma amiga do escritório, que adorou o projeto, Daniella fez uma ilustração no Twitter, excluindo o Instagram, onde sabia que seu chefe a seguir.

A resposta foi surpreendente. Em questão de dias, a história em quadrinhos viralizou.

“Ela foi compartilhada no Facebook e no Instagram, atingindo cerca de 100 milhões de visualizações em uma semana. Celebridades repostaram, e até a BBC publicou um artigo sobre isso”, conta Daniella. "Foi como soltar o gato da bolsa."

Diante da repercussão, Daniella precisou conversar com seu chefe sobre seu TDAH, mas a experiência foi muito diferente daquela vivenciada em empregos anteriores.

"Ele foi extremamente abrangente. Disse: 'Isso não afeta como eu vejo você como profissional. Se você tiver dificuldades, por favor, me procure. Podemos trabalhar juntos para encontrar soluções que facilitem seu trabalho.'"

Esse apoio inesperado a deixou emocionada e motivada. Com a ajuda de um ambiente acolhedor, Daniella prosperou na empresa. Paralelamente, comecei a criar mais conteúdos relacionados ao TDAH, incluindo vídeos e novas histórias em quadrinhos. Seu trabalho começou a atrair grande atenção, conduzindo a palestra e criando conteúdo em plataformas como o TikTok.

Dois anos depois, em fevereiro de 2020, Daniella decidiu que era o momento de seguir em tempo integral sua carreira como criadora de conteúdo independente. Seu trabalho já era financeiramente sustentável e impactava positivamente a vida de muitas pessoas.

Hoje, Daniella é uma referência na comunidade de pessoas com TDAH. Ela publicou o livro "The Anti-Planner: How to Get Sh*t Done When You Don't Feel Like It", uma obra projetada para ajudar pessoas com TDAH a lidar com tarefas diárias de forma prática e leve.

Daniella reflete com carinho sobre sua trajetória: “Eu realmente amei trabalhar na Gallup. Foi um ambiente transformador para mim. Além disso, tenho a liberdade de criar conteúdos importantes para mim ter recompensas únicas. Vi colegas de trabalho descobrirem seu próprio TDAH porque se identificaram com o que eu compartilhava.”

Seguindo sua abordagem criativa e flexível, ela continua desenvolvendo projetos que refletem sua paixão e se adaptam ao seu estilo de trabalho único: “Tenho uma abordagem muito TDAH para criar conteúdo sobre TDAH”, brinca Daniella.


Os benefícios de pensar diferente 

Navegar na carreira sendo uma pessoa com TDAH tem sido testado para Daniella, mas também lhe trouxe aprendizados valiosos sobre sua condição. Embora tarefas repetitivas e atividades administrativas desenvolvidas possam ser difíceis para alguém com uma mente criativa e dinâmica como a dela, Daniella descobriu que seu estilo de pensar oferece vantagens significativas no ambiente de trabalho.

“As pessoas gostam de ter funcionários com TDAH porque temos muitos pontos fortes. Somos realmente criativos e temos uma abordagem inovadora para resolver problemas. Pensamos fora da caixa”, explica.

Ela acrescenta que sua capacidade de buscar eficiência é uma vantagem para as empresas. “Sou muito bom em criar atalhos realmente eficientes. Se você me dá algo repetitivo e chato, minha ocorrência imediata é: deve haver uma maneira mais fácil de fazer isso.”

No entanto, Daniella enfatizou que para aproveitar pontos fortes, as empresas precisam entender que as pessoas com necessidades de TDAH têm e habilidades diferentes dos funcionários neurotípicos.

“Há benefícios claros para os funcionários com TDAH, que traz perspectivas únicas para a equipe. Mas é injusto esperar que eles atendam exatamente aos mesmos padrões que se aplicam a um neurotípico. Ressaltamos que ninguém é bom em tudo. Pessoas com TDAH têm pontos fortes que podem complementar as habilidades da equipe, mas também enfrentam dificuldades em áreas específicas”, destaca.

Seu conselho para gestores é direto: “Atribuam tarefas alinhadas com os pontos fortes do funcionário, em vez de aplicar um modelo único para todos. Isso não só ajuda as pessoas com TDAH, mas beneficia a equipe como um todo.”

No Brasil, embora não exista uma legislação equivalente ao Americans with Disabilities Act (ADA) dos Estados Unidos, que regular o TDAH como uma deficiência e exige regras moderadas para essas pessoas, a inclusão no mercado de trabalho é garantida pela Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e pela Constituição Federal , que promovem a igualdade de condições para todas as pessoas. Ainda assim, na prática, as condições para pessoas com TDAH dependem da conscientização e da boa vontade dos trabalhadores.

Daniella acredita que oferecer ofertas simples e de bom senso, como flexibilizar prazos ou ajustar o ambiente de trabalho, não é apenas justo, mas também estratégico. “Quando os funcionários do TDAH têm o suporte necessário para desempenhar bem suas funções, isso também impacta positivamente o desempenho geral da empresa.”

Ela conclui que reconhecer e valorizar as habilidades únicas das pessoas com TDAH pode ser um diferencial competitivo para as empresas, promovendo inovação, criatividade e soluções eficientes para desafios complexos.


Conclusões

A história de Daniella é uma poderosa demonstração de como um diagnóstico de TDAH, aliada ao tratamento adequado e ao apoio de um ambiente inclusivo, pode transformar desafios em oportunidades. Sua jornada revela que, embora o TDAH traga dificuldades, como problemas com organização e tarefas repetitivas, ele também confere talentos únicos, como criatividade, pensamento inovador e a capacidade de encontrar soluções eficientes.

Daniella enfatiza a importância de enxergar pessoas com TDAH além dos estereótipos, reconhecendo que sua forma diferente de pensar pode ser uma vantagem estratégica para empresas dispostas a adotar práticas mais flexíveis e inclusivas. Ajustes simples no ambiente de trabalho, como adaptar tarefas às forças do funcionário e oferecer suporte às suas necessidades específicas, não apenas ajudam os indivíduos a prosperar, mas também beneficiam o desempenho geral da organização.

No Brasil, ainda há um longo caminho a percorrer em termos de conscientização sobre TDAH e políticas corporativas inclusivas. Contudo, a história de Daniella serve como inspiração para empresas e profissionais, destacando que a diversidade de pensamento é uma força que pode contribuir para a inovação e a produtividade. Ao abraçar a singularidade de cada indivíduo, as empresas criam ambientes de trabalho mais ricos, dinâmicos e eficazes, onde todos têm a chance de alcançar seu pleno potencial.

 

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.

 

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Referência

Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/adhd/adhd-at-work-dani-donovan 

 

FAQ: perguntas frequentes sobre TDAH

 

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