A falta de sono pode levar à demência ou à doença de Alzheimer?

Entenda a relação entre sono e Alzheimer 

A privação de sono é uma condição comum que pode ter consequências graves para a saúde. No Brasil, estudos recentes indicam que aproximadamente 72% dos brasileiros sofrem de alterações no sono, como dificuldade para iniciar ou manter o sono. Nos Estados Unidos, cerca de 30% dos adultos relataram problemas para adormecer ou permanecer dormindo, e aproximadamente 27% relataram angústia excessiva durante o dia.

Especialistas já sabem que perder algumas noites de sono afetará imediatamente o funcionamento do cérebro, prejudicando o julgamento e a capacidade cognitiva no dia seguinte. A privação crônica de sono pode aumentar o risco de desenvolver demência, incluindo a doença de Alzheimer, que é a forma mais comum desta condição. Portanto, é essencial adotar hábitos que promovam uma boa qualidade de sono para preservar a saúde cognitiva a longo prazo.

O que é privação crônica do sono?

Todos passam por noites em que dormem menos do que o necessário. Quando isso acontece por uma ou duas noites, pode prejudicar o funcionamento no dia seguinte, um efeito conhecido como privação aguda do sono. O problema se torna mais sério quando a falta de sono se torna frequente. Se a duração prolongada do sono persiste por mais de três meses, é caracterizada como privação crônica do sono.

O que a falta de sono faz com seu cérebro?

Sem sono suficiente, seu cérebro não funciona tão bem quanto quando você descansa adequadamente. O sono é essencial para que o cérebro possa relaxar, processar informações e se recuperar.

Enquanto você dorme, seu nível de consciência sobre o ambiente ao redor diminui, seus movimentos reduzem e seu metabolismo desacelera. Durante esse período, o cérebro tem a chance de recarregar, permitindo que, ao acordar, seu raciocínio esteja mais claro e sua disposição melhor.

No entanto, quando o sono é insuficiente, isso pode afetar negativamente o funcionamento cerebral. Como o cérebro controla diversas funções do corpo, os impactos da privação de sono podem ser amplos. A falta crônica de sono pode prejudicar o humor, tornar o pensamento mais lento e comprometer a força muscular.

Embora os especialistas já conheçam essas consequências há mais de uma década, pesquisas recentes indicam que a privação crônica do sono pode estar relacionada a doenças mais graves, como:

• Maior risco de ataque cardíaco

• Maior risco de acidente vascular cerebral

• Aumento da probabilidade de acidentes físicos

• Obesidade

• Enfraquecimento do sistema imunológico

Qual é a relação entre a privação do sono e a demência?

Uma noite de sono ruim pode afetar sua capacidade de pensar no dia seguinte. Mas meses ou anos de sono inadequado podem levar a problemas mais graves e persistentes na cognição. Por exemplo, um estudo mostrou que pessoas que dormem menos de quatro horas por noite podem ter mais dificuldades com aprendizado, memória e habilidades cognitivas.

Embora as pesquisas ainda estejam em andamento, evidências sugerem que um histórico de problemas de sono pode aumentar o risco de demência. Um estudo indicou que a privação do sono pode elevar esse risco em 20%. Além disso, na meia-idade, dormir menos de seis horas por noite pode contribuir para um maior risco de desenvolver demência no futuro.

Outros estudos também sugerem uma relação entre sono insuficiente e demência. Uma pesquisa de pequeno porte descobriu que perder apenas uma noite de sono pode aumentar a presença de beta-amiloide no cérebro, uma proteína associada ao desenvolvimento da doença. No entanto, esse estudo analisou apenas 20 pessoas e não avaliou diretamente os impactos na memória.

Vale lembrar que a demência é uma condição complexa, e os especialistas ainda estudam suas causas. A falta de sono é apenas um dos muitos fatores de risco. Ter dificuldades para dormir agora não significa, necessariamente, que você desenvolverá demência no futuro.

É possível se recuperar da privação crônica do sono?

Distúrbios do sono podem ser desafiadores de corrigir e, muitas vezes, exigem motivação e mudanças significativas no estilo de vida. No entanto, existem passos que você pode tomar para melhorar sua qualidade de sono. Se você está preocupado com doenças crônicas relacionadas à privação do sono, como a demência, melhorar seus hábitos de sono pode ajudar a reduzir os riscos.

O primeiro passo é conversar com um médico sobre suas dificuldades para dormir. É importante verificar se há condições médicas, distúrbios do sono, como apneia, ou o uso de medicamentos que possam estar contribuindo para o problema.

Além disso, desenvolver bons hábitos de sono, conhecidos como higiene do sono, pode ser um grande aliado para noites mais reparadoras. Algumas práticas que podem ajudar incluem:

• Estabelecer um horário fixo para dormir e acordar todos os dias.

• Se não conseguir dormir após 20 minutos, levantar-se por um tempo antes de tentar novamente.

• Evitar cafeína e álcool no período da noite.

• Evitar cochilos ao longo do dia.

• Criar uma rotina relaxante para a hora de dormir, usando estímulos sensoriais para avisar ao cérebro que o momento de descanso está chegando. Isso pode incluir um banho quente, o uso de um sabonete específico, velas aromáticas ou uma playlist relaxante.

• Praticar atividades físicas regularmente, mas evitar exercícios intensos pelo menos quatro horas antes de dormir.

Pequenos ajustes na rotina podem fazer uma grande diferença na qualidade do sono e no bem-estar geral.

Conclusões

Ter uma boa noite de sono pode ser ainda mais essencial do que se imaginava. A privação crônica do sono traz consequências sérias e pode aumentar o risco de demência. Por isso, priorizar um sono de qualidade é fundamental para um envelhecimento saudável.

Todos os adultos devem revisar seus hábitos de sono e buscar formas de aprimorar sua higiene do sono. Pequenas mudanças na rotina podem contribuir significativamente para a saúde e o bem-estar ao longo da vida.

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.

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Referências

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Texto adaptado e traduzido: https://www.goodrx.com/well-being/sleep/sleep-deprivation-dementia-alzheimers-risk

FAQ: perguntas frequentes sobre Alzheimer