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10 coisas que você precisa saber sobre os sintomas do transtorno bipolar em mulheres

Escrito por

Wilton de Andrade

Última atualização

24/07/2025

Principais tópicos:

Mulheres com transtorno bipolar tendem a apresentar mais sintomas de depressão e ansiedade do que os homens. Também são mais propensas a desenvolver formas específicas da condição, como o transtorno bipolar tipo 2 e o transtorno bipolar de ciclo rápido, caracterizado por quatro ou mais episódios de alteração de humor ao longo do ano.
Além disso, fatores hormonais e variações sazonais podem influenciar diretamente o humor e a intensidade dos sintomas em mulheres com transtorno bipolar. Esses aspectos devem ser considerados no planejamento do tratamento e no acompanhamento clínico.

O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental que provoca oscilações intensas de humor — desde episódios de depressão até momentos de euforia extrema, chamados de mania. Algumas pessoas apresentam hipomania, uma forma mais leve da mania. Existem dois tipos principais de transtorno bipolar: tipo 1 e tipo 2.

A condição afeta homens e mulheres com frequência semelhante, mas os sintomas podem se manifestar de forma diferente entre os gêneros. As mulheres, por exemplo, tendem a ter mais episódios depressivos do que os homens. Também são mais propensas a apresentar hipomania em vez de mania. Além disso, os episódios de humor em mulheres podem ser mais influenciados por alterações hormonais e pelas fases da vida, como gravidez, menopausa ou ciclo menstrual.

Quer entender melhor como isso funciona na prática? Vamos em frente.

10 maneiras pelas quais os sintomas do transtorno bipolar são diferentes nas mulheres

1. Mais hipomania

Mulheres com transtorno bipolar têm mais chances de apresentar episódios de hipomania do que os homens. Por isso, é mais comum que recebam o diagnóstico de transtorno bipolar tipo 2.

Durante um episódio hipomaníaco, surgem sintomas semelhantes aos da mania, como euforia, aumento de energia e impulsividade. No entanto, esses sintomas são menos intensos e não chegam a causar prejuízos graves à vida social ou profissional, como ocorre nos episódios maníacos mais severos.

2. Mais episódios mistos

Mulheres tendem a apresentar episódios mistos com mais frequência do que os homens. Um episódio misto é caracterizado pela presença simultânea de sintomas de depressão e mania ou hipomania. Já os homens, em geral, são mais propensos a vivenciar esses episódios de forma separada — ou seja, alternando entre fases distintas de depressão e mania.

3. Mais ansiedade

Mulheres frequentemente apresentam sintomas de ansiedade durante episódios mistos. Além disso, são mais propensas do que os homens com transtorno bipolar a sofrer ataques de pânico ou desenvolver transtorno do pânico.

4. Mais depressão

As mulheres têm mais chances do que os homens de vivenciar um episódio depressivo como o primeiro sintoma do transtorno bipolar, antes de ocorrer um episódio maníaco ou hipomaníaco. Esse episódio pode incluir sinais como mau humor, dificuldade de concentração e alterações no apetite e no sono.

Além disso, as mulheres são mais propensas a ter múltiplos episódios depressivos ao longo da vida e a desenvolver quadros de depressão com sintomas psicóticos.

5. Gatilhos sazonais

As mulheres são mais propensas a apresentar episódios de humor influenciados pelas mudanças sazonais, especialmente durante a primavera e o outono. Essas variações podem desencadear tanto episódios depressivos quanto hipomaníacos ou mistos, dependendo da pessoa.

Acredita-se que fatores como a variação na luz solar, alterações no ritmo biológico e mudanças hormonais possam contribuir para essa sensibilidade. Por isso, é importante que mulheres com transtorno bipolar estejam atentas a possíveis padrões sazonais em seu humor, para que possam discutir estratégias de prevenção e controle com seus profissionais de saúde. O acompanhamento contínuo pode ajudar a reduzir o impacto dessas oscilações ao longo do ano.

6. Ciclagem mais rápida

Mulheres podem ter maior probabilidade de desenvolver o transtorno bipolar de ciclo rápido, caracterizado por quatro ou mais episódios de alteração de humor ao longo de um ano. Esses episódios podem incluir fases de depressão, mania, hipomania ou episódios mistos, ocorrendo em sucessão com pouca ou nenhuma estabilidade entre eles.

Embora a causa exata dessa tendência ainda não seja totalmente compreendida, acredita-se que fatores hormonais, genéticos e até diferenças na resposta aos tratamentos possam influenciar esse padrão. O ciclo rápido pode tornar o manejo da condição mais desafiador, exigindo um acompanhamento médico mais frequente e ajustes no plano de tratamento ao longo do tempo. Por isso, identificar precocemente esse padrão é fundamental para oferecer um cuidado mais eficaz e melhorar a qualidade de vida da pessoa.

7. Mais tentativas de suicídio

Mulheres com transtorno bipolar têm maior probabilidade de tentar suicídio ao longo da vida. No entanto, os homens apresentam uma taxa mais alta de morte por suicídio. Essa diferença pode estar relacionada a diversos fatores, como o método utilizado, o acesso a meios letais e a forma como cada gênero lida com sofrimento emocional.

As tentativas de suicídio em mulheres, embora menos letais, ainda representam um sinal importante de sofrimento psíquico e não devem ser ignoradas. Por isso, o acompanhamento psicológico e psiquiátrico contínuo é essencial, especialmente em fases de maior instabilidade emocional. A criação de uma rede de apoio, aliada ao tratamento adequado, pode ajudar a reduzir os riscos e promover uma vida mais segura e equilibrada.

8. Gatilhos hormonais

Em mulheres com transtorno bipolar, os sintomas podem surgir ou se intensificar em períodos de alterações hormonais naturais. Essas mudanças costumam ocorrer durante a gravidez, no pós-parto e na transição para a menopausa.

Além disso, algumas mulheres percebem variações nos sintomas ao longo do mês, de acordo com as fases do ciclo menstrual. Esses padrões hormonais podem influenciar o humor e a estabilidade emocional, tornando ainda mais importante o acompanhamento médico regular e a personalização do tratamento. Identificar essas relações pode ajudar a prevenir crises e promover um manejo mais eficaz da condição.

9. Condições de saúde mental associadas

As mulheres têm mais chances do que os homens de apresentar outras condições de saúde mental associadas ao transtorno bipolar. Entre os diagnósticos mais comuns estão o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), os transtornos alimentares e o transtorno de personalidade borderline.

Por outro lado, as mulheres com transtorno bipolar são menos propensas a desenvolver transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) ou transtorno por uso de substâncias, em comparação com os homens. Reconhecer a presença de comorbidades é fundamental para oferecer um tratamento mais completo e eficaz, ajustado às necessidades de cada pessoa.

10. Sintomas físicos e problemas de saúde

Pessoas com transtorno bipolar também podem enfrentar questões de saúde física. No caso das mulheres, há uma maior probabilidade de desenvolverem condições como enxaqueca, hipotireoidismo e doenças autoimunes, em comparação com os homens.

Além disso, mulheres com transtorno bipolar têm mais chances de apresentar ganho de peso ou obesidade, muitas vezes como efeito colateral dos medicamentos utilizados no tratamento. Por isso, o acompanhamento médico deve considerar tanto a saúde mental quanto a física, promovendo um cuidado integral e equilibrado.

Com que idade os sinais do transtorno bipolar aparecem nas mulheres?

O transtorno bipolar pode surgir em qualquer gênero e em qualquer fase da vida, embora geralmente comece na adolescência ou no início da vida adulta, por volta dos 20 anos. Muitas mulheres têm o primeiro episódio depressivo — ou múltiplos episódios — já na fase adulta, antes de apresentarem um episódio maníaco ou hipomaníaco. Isso difere dos homens, que tendem a manifestar o primeiro episódio maníaco ainda na infância ou adolescência.

As mulheres também costumam receber o diagnóstico de transtorno bipolar mais tarde do que os homens. As razões para isso ainda não são totalmente claras. Pode ser que o transtorno realmente se manifeste mais tardiamente nas mulheres, ou que leve mais tempo para ser identificado nelas. Em alguns casos, os sintomas podem ser confundidos com outras condições ou ligados a fases específicas da vida, como a transição para a menopausa, o que pode atrasar o diagnóstico correto.

Conclusões

O transtorno bipolar é igualmente comum em homens e mulheres. No entanto, as mulheres têm mais chances de apresentar um episódio depressivo como primeiro sintoma, além de manifestarem com mais frequência sintomas de depressão e ansiedade. Também são mais propensas a desenvolver ciclos rápidos e episódios de humor influenciados por alterações hormonais ou mudanças sazonais.

Se você está preocupado com a possibilidade de transtorno bipolar, procure um profissional de saúde. Ele poderá ajudar a compreender melhor seus sintomas e indicar o tratamento mais adequado para o seu caso.

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.