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Alguém pode morrer de demência? Estágios tardios, complicações e morte por demência

Escrito por

Wilton de Andrade

Última atualização

19/03/2025

Entenda os riscos da demência

A demência é uma condição comum entre adultos mais velhos, afetando mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, aproximadamente 8,5% da população com 60 anos ou mais convive com a doença, totalizando cerca de 2,71 milhões de casos. Governo do Brasil.

Estudos indicam que o número de pessoas vivendo com demência pode triplicar até 2050, alcançando cerca de 152,8 milhões globalmente. No Brasil, a projeção é de que os casos aumentem para 5,6 milhões no mesmo período.

Além disso, um número significativo de pessoas assume o papel de cuidador de amigos ou familiares com a doença, o que levanta muitas dúvidas sobre o que esperar, especialmente nos estágios mais avançados.

É possível morrer de demência?

Sim, a demência pode levar à morte. Trata-se de uma doença progressiva, o que significa que seus sintomas se agravam com o tempo, afetando funções vitais e podendo, eventualmente, ser a causa do falecimento. Para a pessoa diagnosticada e seus familiares, lidar com essa evolução pode ser um processo desafiador.

Além disso, pessoas com demência também podem falecer devido a outras doenças comuns em adultos mais velhos, como:

Acidente vascular cerebral (AVC)
Câncer
Doenças cardíacas
Doenças renais

Isso significa que, em muitos casos, a morte ocorre antes que a demência alcance seus estágios mais avançados.

Nos Estados Unidos, dados de 2017 apontam que mais de 250 mil pessoas faleceram em decorrência da demência. Dentre essas mortes, cerca de 46% foram causadas pela doença de Alzheimer, o tipo mais comum da condição. Além disso, a demência foi listada como um fator contribuinte, mas não como causa primária, em quase 130 mil certidões de óbito.

Esses números mostram que a demência pode, de fato, ser fatal, mas também que muitas pessoas diagnosticadas acabam falecendo por outras complicações de saúde.

A demência é uma condição progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo o Brasil. No país, estima-se que aproximadamente 8,5% da população com 60 anos ou mais conviva com algum tipo de demência, totalizando cerca de 2,71 milhões de casos. Projeções indicam que esse número pode chegar a 5,6 milhões até 2050.

Entre 2010 e 2021, foram registradas 440.318 mortes relacionadas à demência no Brasil em indivíduos com 60 anos ou mais. Dessas, a doença de Alzheimer foi responsável por 78,3% dos óbitos, enquanto a demência vascular representou 3,3%.

Esses dados refletem uma tendência global de aumento nos casos de demência, especialmente em países de baixa e média renda, sobrecarregando sistemas de saúde e famílias. A conscientização e o diagnóstico precoce são essenciais para o manejo adequado da doença e para a implementação de políticas públicas eficazes.

Quanto tempo vivem as pessoas com demência?

A expectativa de vida de uma pessoa diagnosticada com demência pode variar bastante. Isso depende de fatores como:

Idade no momento do diagnóstico
Tipo específico de demência
Outras condições médicas presentes
Gravidade dos sintomas

Por isso, é difícil prever exatamente quanto tempo alguém viverá após o diagnóstico. No entanto, pesquisadores já estudaram essa questão.

Em um estudo, foi observado que metade das pessoas com demência faleceu dentro de cinco anos após o diagnóstico, enquanto a outra metade viveu por mais tempo. Além disso, pessoas com demência tiveram uma expectativa de vida menor do que aquelas sem a condição. O estudo também apontou que aqueles diagnosticados mais jovens tendem a viver mais do que aqueles diagnosticados em idade mais avançada.

Quais complicações fatais tornam a demência fatal?

Viver com demência pode ser desafiador, pois a condição interfere na rotina diária. Os sintomas variam de acordo com o tipo e a gravidade da doença, mas geralmente incluem dificuldades com:

Memória
Comunicação
Atenção
Julgamento
Resolução de problemas

Essas dificuldades tornam as tarefas do dia a dia mais complicadas. Com o tempo, a pessoa pode precisar de mais apoio da família ou de cuidadores para realizar atividades básicas.

Nos estágios mais avançados, a demência pode afetar a capacidade de se movimentar, sentar, falar e até mesmo engolir. Isso pode tornar essencial a ajuda para vestir-se, tomar banho e se alimentar. Para familiares e cuidadores, acompanhar essa progressão pode ser emocionalmente difícil.

Além disso, a dificuldade para se movimentar, falar e engolir pode aumentar o risco de complicações, como:

Quedas
Coágulos sanguíneos
Desidratação
Desnutrição
Infecções

Embora muitas dessas complicações possam ser tratadas, elas podem levar a hospitalizações frequentes e à necessidade de cuidados médicos adicionais. Algumas pessoas com demência podem não desejar tratamentos invasivos ou podem não responder bem às intervenções médicas. Para os cuidadores, garantir a segurança e o bem-estar do paciente é uma preocupação constante. No entanto, mesmo com os melhores cuidados, algumas complicações podem ser inevitáveis.

Qual é a principal causa de morte de pessoas com demência?

Duas das principais causas de morte em pessoas com demência são a pneumonia e as doenças cardíacas.

As doenças cardíacas são a principal causa de morte entre adultos no Brasil e no mundo, tornando-se mais comuns conforme a idade avança. Entre as pessoas com demência, um dos tipos mais frequentes é a doença cardíaca isquêmica, que ocorre quando o estreitamento das artérias reduz o fluxo de sangue para o coração. Isso pode levar a complicações graves, como infarto e insuficiência cardíaca.

Além das doenças cardíacas, a pneumonia é uma das principais causas de morte entre pessoas com demência. A pneumonia por aspiração é especialmente perigosa, pois ocorre quando alimentos ou líquidos entram nos pulmões em vez de seguirem para o estômago. Isso pode acontecer em pessoas que têm dificuldade para engolir, um sintoma comum nos estágios mais avançados da demência. A infecção resultante pode ser grave e, muitas vezes, fatal.

Cuidar de alguém nos estágios finais da demência pode ser um grande desafio, tanto físico quanto emocional. O acompanhamento médico se torna mais complexo, e a deterioração da saúde de um ente querido pode ser dolorosa de presenciar. No entanto, é importante lembrar que você não precisa enfrentar essa situação sozinho. No Brasil, existem serviços de apoio para cuidadores e famílias, como grupos de suporte, assistência médica domiciliar e cuidados paliativos, que podem oferecer suporte durante esse momento difícil.

Conclusões

A demência é uma condição progressiva que, com o tempo, interfere nas atividades diárias, como se alimentar e se vestir. À medida que a doença avança, podem surgir complicações que podem ser fatais. Além disso, pessoas com demência também estão suscetíveis a outras doenças comuns, como problemas cardíacos.

Não é possível prever exatamente quando ou como uma pessoa com demência irá falecer, pois a evolução da doença varia para cada indivíduo. No entanto, entender o que esperar pode ajudar a família e os cuidadores a se prepararem melhor para oferecer o suporte necessário ao longo do processo.

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.