Veja como mantive minha mãe mentalmente envolvida enquanto ela tinha demência

Descubra como se manter a mente ativa com demência

Manter o cérebro de um ente querido ativo durante a demência pode parecer um desafio, mas com um pouco de criatividade, é possível proporcionar momentos significativos.

Ao estimular os cinco sentidos — visão, olfato, audição, paladar e tato — encontrei maneiras de tornar o dia da minha mãe mais especial. Ela viveu com demência e diabetes tipo 2, e fui sua cuidadora em tempo integral por mais de uma década. Mesmo nos estágios finais da doença, até sua morte em fevereiro de 2023, manter sua mente ocupada sempre fez parte da nossa rotina.

Começávamos o dia observando flores coloridas no nosso bairro, apreciando seus aromas doces. Tocávamos suas músicas favoritas nos fones de ouvido ou ouvíamos o canto dos pássaros no jardim do vizinho. Na cozinha, eu sempre mantinha alimentos saudáveis à disposição para pequenos lanches. Durante anos, essas pequenas experiências faziam seus olhos brilharem.

Se essa rotina nos trouxe conforto, acredito que possa ajudar outras famílias que também enfrentam a demência. Aqui estão algumas dicas para manter a mente de um ente querido engajada.

1. Estimulação da visão

A estimulação sensorial pode ajudar a despertar memórias agradáveis e reforçar experiências felizes. Imagens de lugares familiares ou cenas naturais, como praias e montanhas, podem trazer lembranças antigas e até criar novas memórias.

As cores favoritas também podem ser uma ferramenta poderosa. Minha mãe adorava vermelho, e mesmo nos estágios finais da demência, eu usava esmalte vermelho para associar a cor a momentos específicos, como a hora da higiene e das refeições.

Criar conexões positivas com elementos do dia a dia pode melhorar a qualidade de vida de quem enfrenta a perda de memória, tornando as interações mais significativas.

2. Estimulação olfativa

A estimulação olfativa pode ser feita com aromaterapia, usando velas perfumadas, óleos essenciais ou difusores com fragrâncias calmantes, como lavanda e camomila. Esses aromas ajudam a criar uma sensação de tranquilidade, contribuindo para o bem-estar geral.

Em casa, usei detergente com aroma de lavanda e spray de ambiente, e percebi que isso trazia conforto e melhorava o humor da minha mãe. Com os cuidados certos, é possível impactar positivamente a qualidade de vida de um ente querido, mesmo nos estágios finais da demência.

3. Estimulação sonora

A estimulação sonora pode ser feita por meio da música.

Tocávamos as músicas favoritas da minha mãe e, às vezes, cantávamos juntos. Outra ótima opção são os audiolivros, que não apenas estimulam a audição, mas também envolvem a mente com histórias e personagens familiares.

O mais importante é identificar o que seu ente querido mais gosta e adaptar a abordagem. Oferecer a ele a estimulação auditiva certa pode trazer conforto, reforçar conexões afetivas e estimular a mente.

4. Estimulação do paladar

A estimulação do paladar não apenas ativa os sentidos, mas também pode incentivar uma alimentação saudável e equilibrada.

Fazer refeições juntos é uma ótima maneira de criar momentos especiais. Para minha mãe, isso significava pratos com sabores marcantes, que despertavam seu apetite. Comidas apimentadas, sobremesas doces ou receitas tradicionais da família ajudavam a resgatar memórias afetivas ligadas à comida.

5. Estimulação tátil

Cuidar de alguém com demência pode ser desafiador e emocionalmente exaustivo. Quando a comunicação verbal se torna difícil, oferecer conforto de outras formas se torna essencial.

O toque é uma maneira eficaz de demonstrar afeto e proporcionar apoio. Gestos simples, como segurar as mãos ou dar um abraço gentil, ajudam a transmitir segurança e bem-estar. O contato físico também estimula a produção de ocitocina, promovendo relaxamento e reduzindo a ansiedade.

A estimulação tátil pode aliviar a sensação de isolamento e reforçar a conexão emocional, garantindo ao seu ente querido que você estará ao lado dele em todas as fases da jornada.

Incentivando a interação

Estimular o cérebro de um ente querido por meio dos cinco sentidos pode tornar a vida mais agradável e digna. A personalização dessa abordagem faz toda a diferença.

No meu caso, isso significava falar com uma voz suave, garantir que minha mãe tivesse uma vista para a natureza ou objetos que despertassem memórias e tocar músicas tranquilas.

Pequenos gestos podem tornar o dia de alguém com demência mais significativo. Além disso, esse cuidado também pode trazer conforto emocional para o próprio cuidador.

Conclusões 

Cuidar de alguém com demência é uma jornada desafiadora, mas também cheia de momentos significativos. Embora a progressão da doença traga perdas, pequenas ações podem fazer a diferença na qualidade de vida do seu ente querido.

Ao estimular os cinco sentidos—visão, olfato, audição, paladar e tato—é possível criar experiências que despertam memórias, proporcionam conforto e reforçam conexões emocionais. A personalização dessas interações, baseada nas preferências e no histórico de vida da pessoa, pode transformar momentos simples em lembranças valiosas.

Além de beneficiar quem vive com demência, essas práticas também ajudam o cuidador a sentir que está fazendo a diferença. A sobrecarga emocional é real, mas encontrar formas de manter o vínculo e proporcionar bem-estar pode tornar essa jornada mais leve.

Por fim, lembrar-se de cuidar de si mesmo é fundamental. Fazer pausas, buscar apoio e dividir responsabilidades são atitudes essenciais para garantir que o cuidado seja sustentável e equilibrado. O amor e a paciência são os maiores presentes que podemos oferecer a quem enfrenta a demência, e cada pequeno gesto de carinho pode iluminar o caminho dessa jornada.

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.

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Referência

Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/dementia/how-to-help-parent-with-dementia

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