Entenda a relação entre o uso da maconha no tratamento do Parkinson
A doença de Parkinson é uma condição neurológica que afeta significativamente a vida diária dos pacientes. No Brasil, estima-se que aproximadamente 200 mil pessoas convivam com essa enfermidade.
Diante das limitações dos tratamentos convencionais, muitos buscam alternativas, como a cannabis medicinal. No Brasil, o uso do canabidiol (CBD), um dos compostos da cannabis, tem sido explorado em pesquisas para o tratamento de diversas condições neurológicas, incluindo o Parkinson. Um estudo da Universidade de São Paulo demonstrou que o CBD pode melhorar a qualidade de vida e o bem-estar geral de pacientes com a doença.
Entretanto, é importante destacar que, embora haja evidências promissoras, a eficácia da cannabis no tratamento do Parkinson ainda requer mais estudos científicos robustos para comprovação definitiva. Além disso, o uso de cannabis medicinal deve ser orientado por profissionais de saúde qualificados e seguir as regulamentações vigentes no país.
Em resumo, enquanto a cannabis medicinal apresenta potencial como tratamento complementar para a doença de Parkinson, é fundamental que pacientes e familiares busquem informações atualizadas e consultem especialistas antes de considerar essa opção terapêutica.
A cannabis pode ajudar pessoas com doença de Parkinson?
Ainda não está claro se a cannabis realmente ajuda pessoas com doença de Parkinson. Alguns pacientes relatam melhora em sintomas como tremores, lentidão de movimentos e dor. Pesquisas iniciais também sugerem um possível benefício, mas os especialistas ainda aguardam resultados de estudos clínicos em larga escala para confirmar esses efeitos.
A forma como a cannabis atua no corpo indica que ela pode ter potencial terapêutico para o Parkinson. A planta contém compostos ativos chamados canabinoides. Os dois principais são:
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THC (tetrahidrocanabinol) – responsável pelos efeitos psicoativos e pela sensação de bem-estar;
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CBD (canabidiol) – com propriedades anti-inflamatórias, pode ajudar a aliviar a dor e a ansiedade.
Os canabinoides se ligam a receptores espalhados por todo o corpo, especialmente no cérebro e no sistema nervoso. Esses receptores estão ligados a funções como humor, cognição e movimento. Por isso, a cannabis tem sido estudada em diferentes condições neurológicas, como lesão cerebral traumática e esclerose múltipla.
No caso do Parkinson, a doença é causada pela morte de neurônios em uma área específica do cérebro — justamente onde há alta concentração desses receptores. Alguns pesquisadores acreditam que os canabinoides podem ajudar a proteger essas células contra danos, especialmente por seu efeito anti-inflamatório.
Apesar de estudos promissores, a Parkinson’s Foundation atualmente não recomenda o uso de cannabis como tratamento para os sintomas da doença ou para retardar sua progressão. O principal motivo é a falta de evidências científicas sólidas que confirmem seus benefícios e segurança a longo prazo.
Que pesquisas existem sobre os efeitos da cannabis no Parkinson?
Quando especialistas analisam as pesquisas disponíveis sobre o uso da cannabis na doença de Parkinson, chegam a uma conclusão comum: ainda precisamos de mais dados confiáveis.
Embora estudos menores relatem melhora nos sintomas com o uso da cannabis, muitos deles não atendem aos padrões científicos necessários para tirar conclusões sólidas. As principais limitações desses estudos incluem:
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Número reduzido de participantes: A maioria envolveu apenas um pequeno grupo de pessoas.
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Falta de grupo de controle: Muitos estudos não compararam os resultados com um grupo que recebeu placebo ou tratamento padrão.
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Estudos com rótulo aberto: Tanto os pesquisadores quanto os participantes sabiam que estavam usando cannabis, o que aumenta o risco de viés nos resultados.
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Falta de padronização: Não havia controle consistente sobre a dose, a forma de uso ou o protocolo de tratamento com cannabis.
Isso não significa que a cannabis não possa ter um papel no futuro tratamento do Parkinson — apenas que ainda é cedo para afirmar. Mais estudos bem conduzidos são necessários.
Como mencionado anteriormente, a cannabis tem efeitos no cérebro que podem ser relevantes para o Parkinson. Pesquisas com animais e estudos laboratoriais sugerem que ela pode ajudar com:
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Sintomas motores, como tremores, rigidez e lentidão
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Sintomas não motores, como dor, ansiedade e alterações de humor
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Efeitos colaterais de medicamentos usados para tratar a doença, como as discinesias (movimentos involuntários)
Em estudos pequenos e não controlados, algumas pessoas com Parkinson relataram melhora com o uso de cannabis em sintomas como:
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Tremores
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Rigidez muscular
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Lentidão dos movimentos
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Distúrbios do sono
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Dor
Um estudo apontou que cerca de metade dos participantes com Parkinson relataram alguma melhora com o uso de cannabis. Em outro, os principais motivos para o uso foram ansiedade, dor e dificuldades para dormir. No entanto, cerca de 1 em cada 4 pessoas parou de usar a substância por não perceber melhora nos sintomas.
Esses relatos mistos podem estar relacionados a diversos fatores, como:
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A grande variação dos sintomas entre os pacientes
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O estágio em que a doença se encontra
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Diferenças na dose, frequência e forma de uso da cannabis
Existem riscos no uso de cannabis para Parkinson?
Como qualquer medicamento ou tratamento, é importante estar atento aos riscos associados ao uso da cannabis. Entre eles estão:
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Efeitos colaterais
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Toxicidade (possível overdose)
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Dependência (necessidade de uso contínuo)
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Interações com outros medicamentos
A seguir, explicamos cada um desses pontos com mais detalhes.
Efeitos colaterais
A cannabis pode causar reações indesejadas, como:
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Dificuldade de concentração
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Perda de memória de curto prazo
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Tontura
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Visão embaçada
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Problemas de equilíbrio e coordenação
O uso frequente ou prolongado também pode aumentar o risco de:
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Danos pulmonares, especialmente com produtos inalados, podendo levar a doenças como DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica)
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Doenças cardíacas e risco de infarto
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Acidente vascular cerebral (AVC)
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Síndrome de hiperêmese canabinoide — caracterizada por episódios de vômito intenso e recorrente
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Ansiedade e depressão
Toxicidade
É possível ter uma overdose de cannabis, embora isso raramente represente risco de vida. Esse tipo de reação é mais comum com produtos comestíveis, pois seus efeitos costumam ser mais lentos e imprevisíveis.
Por exemplo, pode levar de 2 a 4 horas para que os efeitos de um comestível sejam percebidos, e eles podem durar de 6 a 8 horas. Isso faz com que algumas pessoas, por acharem que a dose inicial não foi suficiente, consumam mais do que o necessário.
A overdose por cannabis é menos comum quando ela é fumada, mas ainda pode acontecer — especialmente com produtos que contêm altos níveis de THC em comparação ao CBD. Doses elevadas de THC podem causar:
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Agitação, ansiedade ou paranoia
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Alucinações
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Episódios de psicose
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Dor no peito ou aumento da frequência cardíaca
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Náuseas e vômitos
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Convulsões
Dependência
O uso repetido de cannabis pode levar à dependência — uma condição em que a pessoa sente necessidade de usar a substância para funcionar normalmente. Em alguns casos, essa dependência evolui para um uso problemático, conhecido como transtorno de uso de cannabis.
Pesquisas indicam que cerca de um terço das pessoas que usam cannabis podem desenvolver algum grau de dependência.
A maioria das pessoas que fazem uso intenso da substância pode apresentar sintomas de abstinência ao reduzir ou interromper o consumo. Esses sintomas incluem:
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Dificuldade para dormir ou insônia
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Perda de apetite
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Ansiedade
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Vontade intensa de usar a substância (craving)
Interações medicamentosas
A cannabis é metabolizada no fígado, utilizando enzimas semelhantes às que o corpo emprega para processar muitos outros medicamentos. Quando a cannabis e outros remédios estão presentes no organismo ao mesmo tempo, o fígado pode ter dificuldade em processá-los adequadamente. Isso pode causar:
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Aumento do risco de efeitos colaterais da cannabis
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Acúmulo de medicamentos no organismo em níveis tóxicos
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Redução da eficácia de outros tratamentos
Se você toma algum medicamento que interage com toranja (grapefruit), há uma chance de que ele também possa interagir com a cannabis. Por isso, é fundamental conversar com seu médico antes de iniciar o uso.
O profissional de saúde poderá avaliar possíveis interações, ajustar doses se necessário e garantir que o uso da cannabis seja feito de forma segura, sem comprometer o efeito dos demais medicamentos.
Qual é a melhor maneira de usar cannabis para Parkinson?
No Brasil, o uso medicinal da cannabis é permitido em situações específicas, mediante prescrição médica e com autorização da Anvisa para importação de produtos à base de canabidiol (CBD) ou THC. Embora a doença de Parkinson ainda não esteja oficialmente listada como uma condição com protocolo padrão para o uso de cannabis, muitos médicos vêm considerando a substância como uma opção complementar para controle de sintomas, especialmente nos casos de dor crônica, rigidez muscular e distúrbios do sono.
Se você está pensando em utilizar cannabis para tratar sintomas do Parkinson, é essencial conversar antes com seu médico ou equipe de saúde. Eles poderão orientar sobre os possíveis benefícios e riscos, além de avaliar se essa opção é compatível com o seu tratamento atual.
Também é fundamental adquirir produtos de fontes confiáveis, com qualidade controlada e registro na Anvisa. Isso garante maior segurança quanto à composição, dosagem e pureza do produto.
Como ainda não existe uma dose padrão de cannabis para o tratamento do Parkinson, a recomendação geral é começar com cautela:
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Inicie com uma dose baixa e aumente gradualmente, caso necessário, ao longo de dias ou semanas.
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Evite produtos com altas concentrações de THC, pois essa substância pode agravar problemas de pensamento, equilíbrio e coordenação.
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Para comestíveis, tinturas ou óleos, recomenda-se iniciar com doses entre 1 mg e 2,5 mg de THC.
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Para produtos inaláveis, como vaporizadores, comece com uma tragada e aguarde cerca de 15 minutos antes de decidir repetir. Prefira produtos com baixo teor de THC.
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Sempre que possível, opte por produtos com alta concentração de CBD ou uma proporção equilibrada de CBD:THC, já que o CBD pode reduzir os efeitos colaterais do THC e oferecer benefícios próprios, como alívio da ansiedade, dor e inflamações
Conclusões
Cada vez mais pessoas estão explorando os possíveis benefícios da cannabis medicinal no tratamento da doença de Parkinson. As pesquisas atuais mostram algum potencial, especialmente para o alívio de sintomas como dor, rigidez e distúrbios do sono. No entanto, ainda não há estudos suficientes para comprovar com segurança sua eficácia ou seus riscos específicos para pessoas com Parkinson.
É importante lembrar que a cannabis também pode trazer efeitos colaterais e impactos à saúde física e mental. Por isso, se você vive com Parkinson e está considerando o uso da cannabis como parte do tratamento, converse antes com um profissional de saúde de sua confiança. Ele poderá orientar sobre o uso mais seguro, indicar produtos legalizados e acompanhar possíveis reações.
No Brasil, o uso medicinal da cannabis é regulamentado pela Anvisa, com autorização para a importação de produtos à base de CBD ou THC mediante prescrição médica. A cannabis para uso recreativo continua proibida por lei.
Se você ou alguém próximo estiver enfrentando dificuldades relacionadas ao uso de substâncias, procure apoio. No Brasil, é possível entrar em contato com o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) mais próximo ou ligar para o Disque Saúde – 136, que oferece orientações gratuitas e sigilosas.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/parkinsons-disease/marijuana-cannabis-parkinsons
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