Principais tópicos:
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Um episódio misto é um tipo de episódio bipolar que envolve, ao mesmo tempo, sintomas de depressão e de mania ou hipomania.
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Esses episódios estão associados a riscos elevados, como maior chance de ideação suicida e comportamentos impulsivos, incluindo direção imprudente.
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O tratamento pode envolver uma combinação de medicamentos, terapia e, em alguns casos, terapia eletroconvulsiva (TEC), dependendo da gravidade dos sintomas e da resposta individual ao tratamento.
O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental caracterizada por mudanças significativas no humor e nos níveis de energia. Essas variações são chamadas de "episódios". Um dos tipos de episódio que podem ocorrer é o episódio misto.
Neste texto, você vai entender melhor os sinais e sintomas de um episódio misto, suas possíveis causas, os riscos envolvidos e as opções de tratamento disponíveis.
O que é um episódio misto de transtorno bipolar?
Durante um episódio bipolar misto, a pessoa apresenta, ao mesmo tempo, sintomas de um episódio maníaco ou hipomaníaco combinados com sintomas de um episódio depressivo.
Episódios mistos são um dos quatro tipos de episódios que podem ocorrer em pessoas com transtorno bipolar:
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Maníaco: períodos de humor anormalmente elevado ou irritável que duram pelo menos 7 dias
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Hipomaníaco: períodos de humor elevado ou irritável, menos intensos do que os da mania, com duração mínima de 4 dias
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Depressivo: períodos de baixa energia e perda de interesse ou prazer, com duração de pelo menos 2 semanas
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Misto: períodos em que sintomas maníacos ou hipomaníacos ocorrem junto com sintomas depressivos
Episódios mistos são relativamente comuns em quem vive com transtorno bipolar. Muitos especialistas acreditam que, na prática, é raro que os sintomas apareçam de forma “pura” — ou seja, exclusivamente maníacos, hipomaníacos ou depressivos, sem elementos mistos.
Entender qual tipo de episódio está em curso é fundamental para escolher a abordagem de tratamento mais adequada.
Sinais e sintomas de um episódio misto bipolar
Para que um episódio seja considerado misto, é necessário que a pessoa apresente uma das seguintes situações:
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Pelo menos três sintomas maníacos ou hipomaníacos durante um episódio depressivo
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Três ou mais sintomas depressivos durante um episódio maníaco ou hipomaníaco
Os sintomas de um episódio maníaco ou hipomaníaco incluem:
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Sensação exagerada de autoconfiança
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Sentir-se descansado mesmo dormindo pouco
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Falar em excesso
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Pensamentos acelerados
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Dificuldade para manter o foco
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Envolver-se em várias tarefas ao mesmo tempo
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Participar de atividades prazerosas com possíveis consequências negativas, como jogos de azar ou sexo sem proteção
Os sintomas de um episódio depressivo incluem:
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Tristeza ou humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, por pelo menos duas semanas
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Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas
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Dificuldade de concentração
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Sentimentos de culpa ou inutilidade
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Alterações no apetite ou no peso
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Dormir muito mais ou muito menos que o habitual
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Mudanças nos movimentos, como lentidão ou agitação
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Falta de energia
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Pensamentos suicidas
O que causa um episódio bipolar misto?
Assim como no transtorno bipolar em geral, os pesquisadores ainda não compreendem totalmente o que causa ou desencadeia episódios mistos. As origens podem variar de pessoa para pessoa.
Com base no que se sabe até o momento, alguns possíveis gatilhos para episódios mistos em pessoas com transtorno bipolar incluem:
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Vivenciar eventos estressantes ou traumáticos
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Uso de medicamentos antidepressivos
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Alterações nos ritmos circadianos, como a privação de sono
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Mudanças nos padrões sazonais, como a transição entre estações
Quem tem episódios bipolares mistos?
Um grande número de pessoas com transtorno bipolar vive episódios mistos. Alguns grupos têm maior probabilidade de apresentá-los:
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Pessoas com episódios mistos anteriores: indivíduos com transtorno bipolar tendem a repetir os mesmos tipos de episódios ao longo do tempo. Quem já teve um episódio misto tem mais chance de passar por outros no futuro.
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Pessoas mais jovens: os episódios mistos são mais comuns em jovens do que em adultos de meia-idade ou idosos. O transtorno bipolar costuma ter início por volta dos 25 anos.
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Mulheres: episódios mistos ocorrem com mais frequência em mulheres do que em homens com transtorno bipolar. No entanto, é comum que os sintomas iniciais nas mulheres sejam episódios depressivos, o que pode dificultar o diagnóstico correto.
Quais são os riscos envolvidos em episódios bipolares mistos?
Um dos riscos mais graves associados ao transtorno bipolar é o suicídio. A taxa de suicídio entre pessoas com esse transtorno é de 10 a 30 vezes maior do que na população geral, sendo ainda mais elevada em episódios depressivos e mistos.
Durante episódios mistos, a impulsividade e a instabilidade emocional podem levar a comportamentos perigosos, como:
Essas atitudes podem gerar consequências sérias tanto no curto quanto no longo prazo, como:
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Perda do emprego
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Prisão ou problemas legais
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Contaminação por infecções sexualmente transmissíveis (DSTs)
Devido aos riscos envolvidos, é fundamental buscar tratamento adequado o quanto antes.
Opções de tratamento para episódios bipolares mistos
O tratamento para episódios mistos costuma ser semelhante ao do transtorno bipolar como um todo. Em geral, envolve a combinação de medicação com terapia. Quando outras abordagens não apresentam os resultados esperados, a eletroconvulsoterapia (TEC) pode ser considerada como uma alternativa eficaz.
Medicamento
Existem diferentes tipos de medicamentos utilizados no tratamento do transtorno bipolar, inclusive para episódios mistos. A escolha do medicamento mais adequado depende dos sintomas específicos e do histórico de episódios anteriores.
Os medicamentos usados para tratar o transtorno bipolar incluem:
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Antipsicóticos, como risperidona (Risperdal), olanzapina (Zyprexa) e quetiapina (Seroquel)
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Estabilizadores de humor, como lítio e lamotrigina (Lamictal)
Em alguns casos, antidepressivos podem ser prescritos em conjunto com antipsicóticos ou estabilizadores de humor. No entanto, é importante ter cautela, pois esses medicamentos podem desencadear sintomas de mania. Por isso, o uso de antidepressivos em pessoas com transtorno bipolar deve ser cuidadosamente avaliado por profissionais de saúde.
Pessoas que apresentam episódios mistos também costumam ter outros transtornos de saúde mental, como transtornos de ansiedade e uso de substâncias. É fundamental que o tratamento leve em conta todas essas condições. Ignorar parte dos sintomas pode comprometer os resultados e causar sofrimento desnecessário.
Terapia
A terapia para o transtorno bipolar tem como foco:
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Oferecer suporte emocional
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Educar a pessoa e sua família sobre a condição
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Incentivar hábitos saudáveis
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Ensinar estratégias de enfrentamento
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Prevenir recaídas
Terapias individual, em grupo ou familiar podem ser bastante úteis. Entre as abordagens terapêuticas mais eficazes estão:
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Terapia cognitivo-comportamental (TCC): ajuda a identificar e modificar padrões de pensamento negativos
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Terapia focada na família (FFT): orienta a pessoa com transtorno bipolar e seus familiares sobre a condição e promove uma comunicação mais eficaz
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Terapia de ritmo interpessoal e social (IPSRT): auxilia na criação de rotinas e hábitos diários que favorecem a estabilidade do humor
ECT
A eletroconvulsoterapia (TEC) pode ser uma opção de tratamento para pessoas com sintomas graves que não responderam bem à medicação. Durante o procedimento, o cérebro é estimulado com uma corrente elétrica controlada enquanto a pessoa está sob anestesia. A TEC é considerada um tratamento seguro.
Um ciclo típico de TEC envolve de 2 a 3 sessões por semana, totalizando entre 6 e 12 sessões. Embora seja eficaz no controle de sintomas do transtorno bipolar e outras condições, a TEC não representa uma cura definitiva. Após o tratamento, é provável que a pessoa ainda precise continuar com o uso de medicamentos e sessões de terapia. Em alguns casos, sessões adicionais de manutenção podem ser recomendadas ao longo do tempo.
Recursos de saúde mental e apoio para transtorno bipolar
Se você ou alguém que você conhece convive com transtorno bipolar, é essencial buscar ajuda profissional. No Brasil, você pode procurar atendimento por meio do SUS, em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), ou buscar orientação com um médico de família na unidade de saúde mais próxima. Também é possível recorrer a clínicas particulares ou serviços com atendimento social e psicológico acessível.
Além do tratamento, pessoas com transtorno bipolar e seus familiares podem se beneficiar dos seguintes recursos:
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Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA): oferece informação, orientação e grupos de apoio para pessoas com transtornos afetivos, como depressão e transtorno bipolar.
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Centro de Valorização da Vida (CVV): oferece apoio emocional gratuito e sigiloso, 24 horas por dia, por telefone (188), chat ou e-mail. É voltado para qualquer pessoa que precise conversar.
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Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP): disponibiliza informações confiáveis sobre saúde mental e uma ferramenta para localizar psiquiatras em sua região.
Se você ou alguém estiver passando por uma crise ou tiver pensamentos suicidas, entre em contato imediatamente com o CVV pelo número 188, ou procure o pronto-socorro mais próximo. O atendimento é gratuito, confidencial e está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana.
Conclusões
Episódios mistos são um dos tipos de episódios que podem ocorrer em pessoas com transtorno bipolar tipo 1 ou tipo 2. Eles envolvem uma combinação de sintomas de depressão e de mania ou hipomania, ocorrendo ao mesmo tempo ou em rápida alternância.
Esses episódios podem aumentar o risco de comportamentos perigosos, incluindo tentativas de suicídio. Por isso, reconhecer os sinais e buscar tratamento adequado o quanto antes é fundamental para a segurança e o bem-estar da pessoa.
No Brasil, é possível procurar ajuda por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou clínicas particulares com suporte psicológico e psiquiátrico. O tratamento pode incluir medicação, terapia e apoio familiar. Quanto mais cedo o cuidado é iniciado, melhores são as chances de estabilidade e qualidade de vida.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Referências
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Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/bipolar-disorder/bipolar-mixed-episode
FAQ: perguntas frequentes sobre Transtorno Bipolar
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