Entenda o autocuidado para quem tem Parkinson
A doença de Parkinson é uma condição neurológica crônica e progressiva que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Nos Estados Unidos, estima-se que quase 90 mil novos casos sejam diagnosticados anualmente, totalizando aproximadamente 1 milhão de indivíduos vivendo com a doença.
No Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 200 mil pessoas convivam com a doença de Parkinson. Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, projeta-se que esse número possa chegar a mais de 600 mil brasileiros até 2030.
Embora a doença de Parkinson não tenha cura, diversos tratamentos estão disponíveis para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Além dos medicamentos e procedimentos cirúrgicos, o autocuidado desempenha um papel fundamental no manejo da doença. A adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividades físicas, alimentação equilibrada e apoio psicológico, contribui significativamente para o bem-estar dos indivíduos com Parkinson.
É essencial que pacientes e familiares busquem informações e suporte adequados para enfrentar os desafios impostos pela doença. O acompanhamento por uma equipe multidisciplinar e a participação em grupos de apoio podem proporcionar orientações valiosas e compartilhar experiências que auxiliam na adaptação e no enfrentamento da condição.
Por que o autocuidado é importante na doença de Parkinson?
Autocuidado é o conjunto de atitudes que adotamos para cuidar da nossa saúde física, emocional e mental. Pode ser algo simples, como manter uma rotina regular de exercícios, praticar atividades que aliviem o estresse ou garantir uma boa alimentação.
Para quem vive com uma condição crônica como a doença de Parkinson, o autocuidado vai além: envolve estratégias no dia a dia para lidar com os sintomas e manter a qualidade de vida.
O tratamento da doença de Parkinson geralmente envolve uma equipe multidisciplinar — médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. Mas o papel mais importante é o da própria pessoa que convive com a doença. Afinal, ninguém conhece melhor os próprios limites, necessidades e respostas ao tratamento.
No Brasil, cada vez mais pessoas diagnosticadas com Parkinson têm buscado se informar, adaptar a rotina e desenvolver práticas de autocuidado que realmente façam diferença.
Carlos Andrade e Luciana Ribeiro, que convivem com a doença de Parkinson, compartilham suas experiências e mostram como o autocuidado tem sido essencial em suas vidas. Eles falam sobre os desafios, as rotinas que funcionam e o impacto positivo de estarem ativos no controle da própria saúde.
Seja aqui ou em qualquer lugar do mundo, relatos como esses mostram que, com apoio, orientação e atitudes práticas, é possível viver com mais autonomia e bem-estar, mesmo diante dos desafios da doença.
Movimento, flexibilidade e equilíbrio
A doença de Parkinson afeta células do cérebro responsáveis pela produção de dopamina, uma substância essencial para o controle dos movimentos. Com isso, surgem dificuldades relacionadas à mobilidade, flexibilidade e equilíbrio.
Para lidar com esses desafios, a Associação Brasil Parkinson recomenda a prática regular de atividades físicas que incluam:
-
Exercícios aeróbicos, como caminhadas, corridas leves, natação ou andar de bicicleta
-
Treinamento de força com pesos, faixas elásticas ou o próprio peso corporal
-
Atividades de equilíbrio e coordenação, como ioga, tai chi, dança ou boxe adaptado
-
Alongamentos para manter a flexibilidade
Luciana Ribeiro, professora de administração e empreendedorismo em São Paulo, descobriu que práticas como ioga, tai chi e alongamento ajudam bastante. Ela também recorre à atenção plena para lidar melhor com os sintomas. “Aprendi a parar um instante depois de me levantar, antes de começar a andar, para recuperar o equilíbrio”, conta. Em alguns momentos, ela também usa uma bengala: “Não preciso o tempo todo, mas é útil quando caminho em lugares com pouca luz ou com chão irregular”.
A perda de equilíbrio é um problema frequente entre pessoas com Parkinson. O exercício físico é uma ferramenta poderosa nesse aspecto, mas sintomas como tontura também podem tornar a prática mais desafiadora.
Carlos Andrade, professor aposentado de inglês do Rio de Janeiro, tentou o boxe adaptado (conhecido como "boxe funcional para Parkinson"), muito útil para algumas pessoas. No entanto, sentiu fortes tonturas durante e após os treinos e precisou encontrar outras formas de se manter ativo.
Luciana também enfrenta dificuldades relacionadas à tontura e à variação da frequência cardíaca. “Tenho testado exercícios em intervalos mais curtos, e isso tem funcionado melhor pra mim”, relata.
Essas tonturas podem ser causadas por um quadro chamado hipotensão ortostática – quando a pressão arterial cai de forma abrupta ao mudar de posição. Esse sintoma é comum em quem vive com Parkinson e pode, inclusive, causar desmaios. Se esse for o caso, é fundamental contar com o acompanhamento de um fisioterapeuta. Ele poderá orientar um plano de exercícios mais seguro e personalizado para cada situação.
Nutrição
Fazer boas escolhas alimentares sempre que possível é uma parte essencial do autocuidado para quem vive com a doença de Parkinson. Embora não exista uma dieta específica que reverta os sintomas, uma alimentação equilibrada pode ajudar a retardar a progressão da doença e aliviar sintomas específicos.
Para incluir a alimentação no seu plano de autocuidado, considere as seguintes orientações:
-
Dê preferência a alimentos naturais e variados, com foco em grãos integrais, frutas, verduras, legumes e proteínas magras como frango, ovos, peixe e leguminosas.
-
Inclua alimentos ricos em antioxidantes, que ajudam na proteção das células do cérebro. Boas opções são frutas vermelhas (como morango, amora e mirtilo), nozes, folhas verdes escuras (como espinafre e couve), além de peixes como salmão e atum.
-
Se você consome bebidas alcoólicas, procure limitar o consumo. O álcool pode acentuar sintomas como tontura e ainda interferir na ação de alguns medicamentos utilizados no tratamento da doença.
-
Mantenha-se bem hidratado e aumente o consumo de alimentos ricos em fibras, como aveia, mamão, ameixa, feijão e vegetais. Isso pode ajudar a prevenir ou aliviar a constipação, um sintoma comum em pessoas com Parkinson.
-
Se tiver dificuldades para mastigar ou engolir, converse com sua equipe de saúde. Eles podem indicar adaptações na alimentação e, se necessário, encaminhá-lo(a) para um fonoaudiólogo, profissional capacitado para ajudar nesses casos.
Luciana Ribeiro e Carlos Andrade, que vivem com a doença de Parkinson, também destacam a importância de adaptar a alimentação à rotina e às necessidades do corpo. “A alimentação faz diferença não só no corpo, mas no humor e na disposição”, conta Luciana. “Hoje, comer bem é um dos meus pilares de autocuidado”, completa Carlos.
Pensamento e memória
Não é incomum que pessoas com doença de Parkinson enfrentem desafios relacionados à memória, atenção e raciocínio. Esses sintomas cognitivos não afetam todos os pacientes, e quando surgem, podem se manifestar de formas diferentes. Alguns exemplos incluem:
-
Dificuldade para manter a atenção em tarefas específicas ou em ambientes com muitos estímulos.
-
Problemas para resolver situações do dia a dia, especialmente ao tentar realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo.
-
Dificuldade em perceber espaços, distâncias ou movimentos ao redor.
Luciana Ribeiro, diagnosticada com Parkinson há alguns anos, aprendeu a lidar com essas mudanças de forma prática: “Percebi que insistir em continuar quando estou cansada ou muito estimulada não funciona. Hoje, evito fazer várias coisas ao mesmo tempo. Quando foco em uma tarefa por vez e faço pausas, minha memória e concentração melhoram muito.”
Carlos Andrade, que também convive com a doença, relata que não se sente tão à vontade em ambientes fora de casa como antes. Mas encontrou formas de manter a mente e o corpo ativos. Professor aposentado, ele passou a escrever cartas em espanhol para amigos e colegas. Além disso, destaca atividades que considera especialmente benéficas:
-
Jogar jogos de palavras e de tabuleiro
-
Ler livros e jornais
-
Escrever em um diário
-
Caminhar ao ar livre
-
Cuidar de animais de estimação
-
Tocar ou ouvir música
-
Receber visitas e conversar com amigos
A Associação Brasil Parkinson, assim como outras instituições de referência, recomenda a prática regular de exercícios físicos, mentais e sociais como forma de estimular o cérebro e promover bem-estar. Ter uma boa rotina de sono também é essencial, pois noites mal dormidas podem afetar ainda mais a memória e o raciocínio.
Saúde mental e emocional
Depressão e ansiedade afetam até metade das pessoas com doença de Parkinson. Conviver com uma condição crônica já é desafiador por si só. No caso do Parkinson, o impacto vai além: a doença afeta neurotransmissores no cérebro, o que pode contribuir diretamente para esses sintomas emocionais. Muitas vezes, a depressão e a ansiedade surgem antes mesmo dos sintomas motores mais conhecidos.
Esses sintomas não motores, apesar de menos visíveis, têm um impacto profundo na qualidade de vida.
Carlos Andrade, por exemplo, conta que a ansiedade e os episódios de pânico diminuíram seu conforto em situações públicas. “Isso mudou minha vida drasticamente. Hoje fico mais em casa”, relata. No entanto, ele acredita que atividades que estimulam a memória e o raciocínio também ajudam a controlar a ansiedade.
Luciana Ribeiro encontrou na psicoterapia uma aliada importante. “Faço sessões duas vezes por mês para trabalhar a tristeza que senti após o diagnóstico”, compartilha. “Essa ajuda me permitiu tomar decisões que preservam minha independência, respeitando meus limites de energia e as mudanças que estou enfrentando.”
Assim como Carlos, Luciana também descobriu benefícios em manter um diário. Além disso, escreve ensaios semanais, onde compartilha suas reflexões. “Escrever me ajuda a mostrar para os outros como estou lidando com o Parkinson e a ressignificar quem sou agora”, explica. “A maior lição que aprendi foi ajustar minhas expectativas e praticar mais gentileza comigo mesma.”
Apoio social
Além de contar com uma equipe de saúde de confiança, é fundamental ter uma rede de apoio pessoal. Ter pessoas por perto com quem você possa conversar, dividir sentimentos e contar nos momentos difíceis faz toda a diferença para manter o autocuidado e o bem-estar.
Carlos Andrade destaca sua família como seu maior alicerce. “Principalmente minha esposa”, diz. “Ela me escuta com paciência e esteve presente em muitas das minhas consultas médicas.” Ele também valoriza muito o carinho e o incentivo de amigos próximos.
Luciana Ribeiro também conta com o apoio da família e de alguns bons amigos, com quem se sente à vontade para ser quem é. “Me sinto exausta em lugares muito cheios, então prefiro estar com poucas pessoas de cada vez”, explica. “Essas pessoas me ajudam a preservar minha autonomia, sempre me ouvem com atenção e ainda tornam a vida mais leve e divertida.”
Conclusões
Pessoas com doença de Parkinson podem levar uma vida ativa, rica e cheia de significado. No entanto, os sintomas da condição podem trazer desafios no dia a dia.
O primeiro passo para o autocuidado é entender o que realmente importa para você. Compartilhe seus objetivos com sua equipe de saúde e, juntos, explorem maneiras de alcançá-los de forma prática e segura.
Conectar-se com outras pessoas que também vivem com Parkinson pode ser muito valioso. Trocar experiências e estratégias ajuda a encontrar caminhos mais leves para lidar com os sintomas. Além disso, cultivar laços com familiares e amigos fortalece sua rede de apoio emocional.
Um círculo de apoio verdadeiro não só melhora sua qualidade de vida, como também beneficia quem está ao seu lado, criando relações mais empáticas e solidárias.
Pill, somos a parceria ideal para a sua saúde
Na Pill, nosso foco é em melhorar a vida das pessoas, democratizando o acesso à saúde e aos serviços da farmácia. Nós nos preocupamos com nossos pacientes e queremos fazer parte do seu cotidiano, facilitando sua vida. É um prazer cuidar todos de vocês.
Para ser atendido, basta mandar a sua dúvida no nosso WhatsApp: (11)99999-0380. Visite nosso site e monte sua cesta de remédio e coloque tudo no automático com o nosso serviço de Compra Recorrente: pill.com.br, sua caixa de remédio renovada todo mês.
Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
Produtos relacionados
Referências
Associação Americana da Doença de Parkinson. (2020). Boxe e doença de Parkinson .
American Speech-Language-Hearing Association. (nd). Distúrbios de deglutição em adultos .
Grady, PA, et al. (2014). Autogestão: Uma abordagem abrangente para a gestão de condições crônicas . American Journal of Public Health .
Milne-Ives, M., et al. (2022). Intervenções de autogestão para pessoas com doença de Parkinson: revisão de escopo . Journal of Medical Internet Research .
Instituto Nacional de Saúde Mental. (2024). Cuidando da sua saúde mental . Institutos Nacionais de Saúde.
Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame. (2023). Doença de Parkinson: Desafios, progresso e promessa . Institutos Nacionais de Saúde.
Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame. (2024). Doença de Parkinson . Institutos Nacionais de Saúde.
Palma, J., et al. (2018). Tratamento da disfunção autonômica na doença de Parkinson e outras sinucleinopatias . Distúrbios do movimento .
Fundação Parkinson. (nd). Ansiedade e DP .
Fundação Parkinson. (nd). Combatendo a depressão .
Fundação Parkinson. (nd). Dieta e nutrição .
Fundação Parkinson. (nd). Sintomas de movimento .
Fundação Parkinson. (nd). Recomendações de exercícios para Parkinson .
Fundação Parkinson. (2019). 15 maneiras práticas de praticar o autocuidado .
Fundação Parkinson. (2021). Ficar bem: Dicas para bem-estar mental e memória .
Saeedian, RG, et al. (2014). O papel do apoio social na ansiedade e depressão entre pacientes com doença de Parkinson . Deficiência e Reabilitação .
Fundação Michael J. Fox para Pesquisa de Parkinson. (nd). Mudanças de memória e pensamento .
Willis, AW, et al. (2022). Incidência da doença de Parkinson na América do Norte . NPJ Doença de Parkinson .
Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/parkinsons-disease/parkinsons-disease-self-care-tips
FAQ: perguntas frequentes sobre Parkinson
Produtos Mais Vendidos
Compra Recorrente

Escolha em qual data e endereço gostaria de enviar seu produto.
26/10/22
Endereço de entregaAv. Dr. Arnaldo, 2194, CEP 43267364, SP SP
26/10/22
Endereço de entregaAv. Dr. Arnaldo, 2194, CEP 43267364, SP SP
Escolha os detalhes do produto



Feito! Seu Item foi adicionado à sua compra recorrente com sucesso.
Ah! não temos entrega disponível desse produto para seu CEP.

ahh! ocorreu um erro ao processar a sua solicitação, tente novamente mais tarde ou entre em contato com nosso atendimento!
ahh! você ainda não possui nenhuma recorrência ativa!



Atenção! Este produto
necessita de receita.
Arquivos de receita
Avise-me
Notificaremos você por e-mail assim que o produto estiver disponível novamente!


Feito! Notificaremos você por e-mail assim que o produto estiver disponível novamente!

Ah! Não foi possível salvar sua solicitação, tente novamente mais tarde!