Entenda as diferenças entre Depressão e Demência
O cérebro é um órgão complexo, responsável por controlar o funcionamento de todo o corpo. Além disso, ele tem um papel fundamental na forma como pensamos, sentimos e nos relacionamos com o mundo ao nosso redor.
Entre as condições que afetam diretamente o cérebro, duas se destacam: a depressão e a demência. Embora sejam doenças diferentes, elas podem apresentar sintomas semelhantes, o que pode dificultar o diagnóstico e a compreensão dos quadros clínicos.
Neste texto, vamos explorar a relação entre depressão e demência e entender por que, em muitos casos, identificar corretamente os sintomas e rotulá-los como pertencentes a uma ou outra condição pode ser mais desafiador do que parece.
Quais são os sintomas sobrepostos da depressão e da demência?
Depressão e demência são condições que afetam o funcionamento do cérebro e, consequentemente, a capacidade da pessoa de realizar suas atividades do dia a dia.
A depressão está relacionada a desequilíbrios químicos no cérebro que provocam um humor persistentemente baixo e alterações emocionais. Já a demência é uma síndrome causada por diferentes fatores, como a morte de células cerebrais ou falhas na comunicação entre os neurônios, resultando em prejuízos progressivos na memória, no raciocínio e em outras funções cognitivas.
Ambas as condições podem causar alterações na memória, na concentração e no pensamento. Além disso, uma pode aumentar o risco de desenvolvimento da outra — e isso vale nos dois sentidos.
Por essa razão, especialmente nos estágios iniciais, pode ser difícil distinguir entre depressão e demência. Os sintomas se sobrepõem em vários aspectos. Alguns sinais comuns que podem indicar o início de qualquer uma das duas condições incluem:
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Dificuldades no pensamento e na tomada de decisões
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Perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas
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Isolamento social e afastamento de convivências
Reconhecer esses sinais precocemente e buscar avaliação médica é essencial para garantir o diagnóstico correto e o tratamento mais adequado.
A depressão na demência é grave?
A depressão ou um estado de humor persistentemente deprimido pode, em alguns casos, ser um dos primeiros sinais de demência. Isso significa que, sim, a depressão pode indicar um problema neurológico mais sério, ainda sem cura definitiva.
Quando uma pessoa convive com depressão e demência ao mesmo tempo, o manejo clínico torna-se mais complexo. Os sintomas de uma condição podem intensificar os da outra, dificultando o tratamento e afetando ainda mais a qualidade de vida.
Se você está preocupado que seu desânimo ou alterações de humor possam estar relacionados a um problema de memória em estágio inicial, o mais importante é procurar um médico. Agendar uma consulta é o primeiro passo para esclarecer as causas desses sintomas e receber o acompanhamento adequado. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores são as chances de controlar os impactos dessas condições no dia a dia.
Como diferenciar depressão de demência
Existem algumas estratégias que podem ajudar a diferenciar depressão e demência em uma avaliação inicial. No entanto, na maioria dos casos, a distinção entre as duas condições é complexa e requer a avaliação de um médico especializado, como um neurologista ou psiquiatra.
O diagnóstico correto depende de uma análise detalhada dos sintomas, do histórico de saúde e, muitas vezes, de exames complementares. Por isso, se houver dúvidas, o ideal é buscar orientação profissional o quanto antes.
Idade
O principal fator de risco para o desenvolvimento da demência é o avanço da idade. Por isso, quando uma pessoa mais jovem ou de meia-idade começa a perceber mudanças na memória, a causa mais provável costuma ser a depressão — e não necessariamente um processo de demência.
A boa notícia é que sintomas depressivos na meia-idade não estão, de forma geral, associados a um risco maior de desenvolver demência no futuro. No entanto, sentir-se deprimido mais tarde na vida, especialmente após os 60 anos, tem sido correlacionado com um risco aumentado de demência.
Ainda não se sabe ao certo por que essa relação ocorre. Algumas hipóteses sugerem que a depressão e a demência compartilham fatores de risco comuns, como predisposição genética, inflamações ou problemas vasculares. Outra possibilidade é que a depressão, em alguns casos, seja um dos primeiros sinais do processo de demência, mesmo antes de os sintomas cognitivos ficarem evidentes.
Em qualquer caso, é importante levar os sintomas a sério e buscar avaliação médica, principalmente quando alterações de humor ou memória persistem ou interferem na rotina diária.
Quem inicia a conversa sobre mudanças de memória
Uma forma útil de diferenciar depressão de demência está em quem percebe e relata as mudanças na memória.
Pessoas com depressão geralmente são as primeiras a notar e relatar essas alterações, seja para familiares ou para um profissional de saúde. Isso acontece porque elas costumam se sentir incomodadas e preocupadas com o próprio desempenho cognitivo.
Já no caso da demência, é mais comum que a própria pessoa não reconheça — ou tente minimizar — os problemas de memória. Nesses casos, familiares ou amigos próximos é que costumam perceber os sinais e iniciar a conversa sobre as mudanças cognitivas.
Observar quem identifica os sintomas primeiro pode ser um indicativo importante durante a avaliação clínica.
O que é pseudodemência e por que é chamada assim?
O termo “pseudodemência” tem sido cada vez menos utilizado na medicina atual. Ele era usado para descrever casos em que uma pessoa apresentava problemas de memória que, à primeira vista, pareciam ser demência — tanto para ela quanto para seus familiares. No entanto, ao buscar ajuda médica, descobria-se que o verdadeiro problema era a depressão.
Nesses casos, ao tratar a depressão, os sintomas de perda de memória geralmente desapareciam, o que levava à ideia de que se tratava de uma forma “reversível” de demência.
Com o avanço das pesquisas, passou-se a entender melhor a complexa relação entre depressão e declínio cognitivo. Por isso, o termo “pseudodemência” vem sendo substituído por expressões mais precisas, como “demência associada à depressão” ou “comprometimento cognitivo relacionado à depressão”, que refletem de forma mais adequada a sobreposição entre essas duas condições.
Essa mudança de perspectiva ajuda a direcionar melhor o tratamento e o acompanhamento, respeitando a complexidade de cada caso.
Ajudar alguém com demência ou pseudodemência
Se você tem um ente querido apresentando sinais de demência ou alterações cognitivas semelhantes à chamada pseudodemência, é fundamental levar esses sinais a sério.
Qualquer mudança significativa de humor ou comportamento em adultos mais velhos merece atenção e deve ser avaliada com cuidado, pois pode indicar um problema de saúde mais complexo.
O ideal é que a pessoa seja acompanhada por um profissional especializado, como um neurologista, geriatra ou psiquiatra. Esses médicos têm experiência para investigar as causas dos sintomas, realizar um diagnóstico preciso e indicar o tratamento mais adequado.
Buscar ajuda o quanto antes pode fazer toda a diferença na qualidade de vida da pessoa e de toda a família.
Diagnóstico
Um médico especializado normalmente fará primeiro um histórico completo e um exame físico para alguém que tem preocupações sobre sua própria memória, ou alguém que tem entes queridos preocupados com sua memória. Esta entrevista especializada é a parte mais importante para descobrir o que está acontecendo com a memória de alguém e como seu humor pode estar contribuindo. Existem padrões e sintomas específicos que os médicos procurarão para dar pistas sobre o que pode estar acontecendo.
Uma parte secundária de um diagnóstico é o teste de memória (também chamado de “teste cognitivo”). Existem vários testes iniciais diferentes que podem ajudar a determinar a causa mais provável das mudanças no pensamento, bem como o quão avançadas as mudanças de memória podem ser. Esses testes também podem ser usados para rastrear a progressão e a velocidade das mudanças de memória ao longo do tempo. Alguns comuns são o Mini-Mental State Examination (MMSE), o exame Saint Louis University Mental Status (SLUMS) e o Montreal Cognitive Assessment (MoCA).
Em certas circunstâncias, um médico pode recomendar um dia mais longo de testes, chamado de “teste neuropsicológico”, que é feito por um psicólogo licenciado. Diagnosticar demência é complicado para começar e pode ser ainda mais complicado quando há sintomas psiquiátricos envolvidos.
Quando alguém apresenta preocupações com a própria memória — ou quando familiares percebem mudanças cognitivas — o primeiro passo é buscar a avaliação de um médico especializado, como um neurologista, geriatra ou psiquiatra.
O profissional geralmente começa com um levantamento detalhado do histórico clínico e um exame físico completo. Essa etapa inicial da consulta é fundamental para entender o que está acontecendo com a memória da pessoa e avaliar de que forma o estado emocional pode estar contribuindo para os sintomas. Durante a conversa, o médico observa padrões de comportamento e sinais específicos que podem indicar a presença de alterações cognitivas ou emocionais.
Além da entrevista, o médico pode aplicar testes de memória — também chamados de testes cognitivos — que ajudam a avaliar a função mental de forma mais estruturada. Esses testes auxiliam a identificar a possível causa das alterações, além de indicar o estágio em que a pessoa se encontra. Entre os mais utilizados estão:
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Mini-Mental State Examination (MMSE)
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Saint Louis University Mental Status (SLUMS)
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Montreal Cognitive Assessment (MoCA)
Esses instrumentos também são úteis para acompanhar a evolução da cognição ao longo do tempo.
Em casos mais complexos, especialmente quando há suspeita de depressão, ansiedade ou outros sintomas psiquiátricos associados, o médico pode indicar uma avaliação neuropsicológica mais aprofundada. Esse tipo de teste é realizado por um psicólogo especializado e pode durar várias horas, oferecendo uma análise detalhada das habilidades cognitivas, emocionais e comportamentais do paciente.
O diagnóstico da demência — e de condições relacionadas — exige cuidado, sensibilidade e uma abordagem multidisciplinar. Quanto mais cedo for feita a investigação, maiores são as chances de oferecer um tratamento eficaz e melhorar a qualidade de vida da pessoa e de sua família.
Quais são as diferenças entre as opções de tratamento para depressão e demência?
Depressão e demência são condições complexas, que exigem abordagens específicas e cuidadosas no tratamento.
No caso da depressão, as principais formas de tratamento incluem a psicoterapia — especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC) — e o uso de medicamentos antidepressivos. Ambas as estratégias são geralmente consideradas igualmente eficazes no controle dos sintomas. A escolha entre uma ou outra, ou a combinação das duas, depende do perfil de cada paciente, da gravidade do quadro e da resposta individual ao tratamento.
Já no caso da demência, as intervenções mais eficazes são voltadas principalmente para a preservação da qualidade de vida e da função cognitiva. Modificações no estilo de vida são fundamentais, tanto para reduzir o risco de desenvolver a doença quanto para preservar a autonomia quando ela já está presente. Práticas como a atividade física regular, uma alimentação equilibrada e a manutenção de uma boa qualidade do sono são aliadas importantes na manutenção da saúde cerebral.
Embora existam medicamentos aprovados que ajudam a controlar alguns sintomas da demência — como a perda de memória e a confusão mental —, infelizmente eles não conseguem interromper a progressão da doença nem restaurar as funções cerebrais já comprometidas.
Por isso, o cuidado com a saúde mental e cognitiva deve ser contínuo, com foco na prevenção, no bem-estar e no suporte integral ao paciente e à família.
Como a depressão é tratada em alguém com demência?
Sintomas neuropsiquiátricos — como depressão, apatia, irritabilidade e agitação — estão presentes em mais de 50% das pessoas com demência ao longo da evolução da doença. Apesar de desafiadores, há boas notícias: alguns estudos sugerem que o uso de antidepressivos pode ajudar a retardar o avanço da demência em pessoas que apresentam perda de memória nos estágios iniciais.
Além dos medicamentos, mudanças simples no estilo de vida podem ter um impacto positivo significativo nos sintomas depressivos de pessoas com demência. Entre as estratégias recomendadas estão:
Aproveitar a luz natural: Abrir as janelas e se expor à luz do dia pode ajudar a reduzir os sintomas de depressão. A luz natural auxilia na regulação do humor e do ciclo do sono, que costumam estar alterados em quadros de demência.
Manter o convívio social: O contato com outras pessoas, seja em casa, em grupos ou em atividades comunitárias, pode trazer bem-estar emocional e reduzir sentimentos de solidão e tristeza.
Praticar atividades físicas: Movimentar o corpo regularmente, com caminhadas leves ou exercícios adaptados, pode melhorar o humor, aumentar a disposição e contribuir para a saúde geral.
Experimentar terapias complementares: Aromaterapia e massoterapia vêm sendo estudadas como recursos auxiliares no manejo da depressão em pessoas com demência. Para alguns pacientes, essas práticas oferecem momentos de relaxamento e bem-estar.
Essas abordagens, quando combinadas com um acompanhamento médico adequado e apoio familiar, podem fazer grande diferença na qualidade de vida de quem vive com demência.
Conclusões
Demência e depressão são condições que afetam o cérebro. Embora sejam doenças distintas, podem apresentar sintomas semelhantes e, em muitos casos, coexistirem. Além disso, uma pode aumentar o risco de desenvolvimento da outra.
Por isso, é importante lembrar: um adulto mais velho com sintomas de depressão pode, na verdade, estar desenvolvendo demência — assim como alguém com sinais de demência também pode estar enfrentando um quadro depressivo.
A avaliação regular de ambos os quadros, especialmente em pessoas com maior risco, é essencial para diferenciar corretamente as duas condições. Esse cuidado permite definir o diagnóstico com mais precisão e oferecer o plano de tratamento mais adequado para cada situação, melhorando a qualidade de vida do paciente.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Referências
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Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/dementia/depression-or-dementia
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