A hipertensão (pressão alta) é uma condição médica comum nos Estados Unidos. Se você faz parte do grupo de pessoas que vive com hipertensão, pode se questionar se isso aumenta o risco de desenvolver sintomas graves em caso de infecção por COVID-19. Por outro lado, se você contraiu COVID-19 ou está lidando com COVID longa, pode estar preocupado com o impacto dessa condição na sua pressão arterial.
Pesquisas indicam que a hipertensão pode estar associada a um risco maior de complicações graves pela COVID-19, especialmente em indivíduos não vacinados ou com comorbidades. Além disso, o estresse fisiológico causado pela infecção pode agravar a hipertensão ou tornar mais difícil seu controle. Em alguns casos, pacientes que desenvolvem COVID longa relatam elevações sustentadas da pressão arterial, exigindo ajustes no tratamento.
Manter a pressão arterial dentro de uma faixa saudável durante e após uma infecção por COVID-19 é essencial. A recomendação é seguir estas orientações:
- Monitorar regularmente a pressão arterial em casa.
- Continuar tomando seus medicamentos para hipertensão conforme prescrito, sem interrupções.
- Manter um estilo de vida saudável, incluindo alimentação balanceada, prática de atividade física regular e gerenciamento do estresse.
- Consultar seu médico em caso de mudanças significativas nos níveis de pressão arterial, especialmente se estiver se recuperando de COVID-19.
Conversar com seu profissional de saúde é fundamental para garantir que o tratamento permaneça eficaz durante situações desafiadoras, como a COVID-19, e para adaptar a terapia, se necessário.
A pressão alta afeta o risco de COVID?
A hipertensão parece estar associada a um risco maior de desenvolver sintomas graves se a pessoa contrair COVID-19. No entanto, ainda não está totalmente claro se a pressão alta, por si só, aumenta esse risco, ou se é apenas mais comum em pessoas que apresentam outros fatores de risco para COVID grave. Estudos mostram que indivíduos com diabetes, obesidade ou doenças cardíacas são mais propensos a sofrer complicações severas ao contrair COVID-19 — e muitas dessas pessoas também convivem com hipertensão.
A questão permanece: a pressão alta isoladamente agrava os desfechos da COVID-19? Alguns estudos sugerem que não. No entanto, pesquisas mais recentes indicam que a hipertensão pode aumentar o risco de hospitalização por COVID-19, mesmo na ausência de outras condições médicas preexistentes. É importante notar, porém, que esses estudos não são diretamente comparáveis, pois foram realizados em momentos distintos da pandemia. Como resultado, analisaram diferentes variantes do vírus e refletiram níveis variados de vacinação na população.
A compreensão dessa relação ainda está evoluindo, destacando a necessidade de continuar monitorando a pressão arterial e seguir as recomendações de saúde pública, especialmente durante a pandemia e os períodos de recuperação.
A COVID causa pressão alta?
Um estudo retrospectivo analisou pessoas hospitalizadas sem histórico anterior de hipertensão e descobriu que elas tinham uma chance de 12% de desenvolver hipertensão de início recente após a infecção por COVID-19. Curiosamente, os pesquisadores não observaram um aumento semelhante no risco de outras condições, como diabetes, doença arterial coronariana ou DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).
No entanto, é essencial lembrar que a correlação entre duas condições não implica causalidade direta. Isso significa que o surgimento de novos casos de hipertensão não pode ser atribuído automaticamente à COVID-19.
Ainda assim, estudos subsequentes reforçaram a associação entre a infecção por COVID-19 e o aumento do risco de hipertensão. Além disso, pessoas que já conviviam com hipertensão relataram uma piora em sua condição após contrair COVID-19, indicando que a infecção pode complicar o controle da pressão arterial em pacientes com histórico prévio de hipertensão.
Esse conjunto de evidências destaca a importância do acompanhamento regular da pressão arterial, especialmente para aqueles que contraíram COVID-19, a fim de evitar complicações futuras e garantir a estabilidade da saúde cardiovascular.
E quanto à COVID longa e à pressão alta?
Dada a variedade de problemas de saúde que podem surgir após a infecção por COVID-19, é natural se perguntar se a hipertensão está entre eles. Felizmente, as evidências até agora sugerem que a COVID longa não causa diretamente pressão alta.
Veja o que a pesquisa atual revela:
- A pressão alta pode aumentar o risco de COVID longa: Um pequeno estudo observacional indicou que pessoas com hipertensão podem ter maior probabilidade de desenvolver sintomas persistentes após a infecção. No entanto, mais estudos são necessários para confirmar essa associação de forma conclusiva.
- COVID longa não parece causar hipertensão: Até o momento, não há evidências consistentes de que a COVID longa possa levar ao desenvolvimento de hipertensão em pessoas previamente normotensas.
- Sintomas da COVID longa e impacto cardiovascular: Embora a COVID longa não cause hipertensão, ela pode resultar em variações na pressão arterial e na frequência cardíaca. Em alguns casos, os pacientes podem desenvolver POTS (síndrome de taquicardia postural ortostática), ou apresentar sintomas semelhantes, mesmo sem diagnóstico formal. Esses sintomas incluem tontura, vertigem, palpitações e aumento da frequência cardíaca ao se levantar, podendo levar a episódios de desmaio ou sensação de desfalecimento.
O monitoramento contínuo e o acompanhamento médico são essenciais para pacientes com sintomas prolongados da COVID-19, especialmente em casos que afetam o sistema cardiovascular, garantindo o controle adequado de condições subjacentes e a prevenção de complicações.
Você precisa mudar seus medicamentos para pressão arterial se tiver COVID?
Você provavelmente não precisará ajustar seus medicamentos para pressão arterial devido à COVID-19. As diretrizes atuais recomendam que pessoas com hipertensão continuem tomando seus medicamentos como prescrito, a menos que um médico indique o contrário. Suspender ou alterar os medicamentos sem orientação pode resultar em descontrole da pressão arterial, o que aumenta o risco de complicações cardiovasculares.
Para garantir uma abordagem segura e eficaz, é essencial continuar monitorando regularmente a pressão arterial e manter uma comunicação aberta com seu médico durante o tratamento. Se surgirem dúvidas sobre a interação dos medicamentos com a COVID-19 ou outros sintomas relacionados, consulte seu profissional de saúde para orientações específicas e personalizadas.
Lisinopril e outros inibidores da ECA
No início da pandemia, alguns pesquisadores levantaram preocupações sobre o uso de inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRAs) em pessoas com COVID-19. A hipótese era baseada no fato de que o vírus SARS-CoV-2 utiliza a proteína ACE2 — influenciada por esses medicamentos — para entrar e infectar as células do corpo.
Felizmente, estudos subsequentes mostraram que o uso de IECAs e BRAs não piora os desfechos da COVID-19. Pelo contrário, pesquisas recentes indicam que esses medicamentos podem ter um efeito neutro ou até ligeiramente benéfico para pacientes com hipertensão. A manutenção desses tratamentos pode ajudar a evitar oscilações na pressão arterial e melhorar a saúde cardiovascular durante a infecção.
Entre os exemplos de IECAs estão:
Entre os BRAs, alguns dos mais comuns incluem:
Organizações médicas de prestígio, como a American Heart Association, recomendam que as pessoas que utilizam IECAs ou BRAs continuem com seus tratamentos normalmente, independentemente de estarem infectadas com COVID-19 ou não. A interrupção abrupta desses medicamentos pode ser prejudicial e comprometer o controle da pressão arterial, aumentando o risco de complicações cardiovasculares. Por isso, é essencial seguir as orientações médicas e manter a medicação conforme prescrito.
Hidroclorotiazida e outros diuréticos
Diuréticos são frequentemente prescritos para tratar pressão alta. Diuréticos comuns incluem:
- Hidroclorotiazida (HCTZ)
- Furosemida
- Espironolactona
- Clortalidona
- Triantereno
Não há evidências de que o uso desses medicamentos piore a COVID.
Bloqueadores dos canais de cálcio
Boas notícias para quem já utiliza bloqueadores dos canais de cálcio. Evidências sugerem que esses medicamentos podem reduzir o risco de complicações graves e mortalidade em casos de COVID-19. Estudos indicam que eles podem atuar diminuindo a inflamação e retardando a replicação do vírus no organismo, oferecendo benefícios adicionais além do controle da pressão arterial.
Entre os bloqueadores de canais de cálcio mais prescritos estão:
Esses medicamentos são frequentemente utilizados para tratar hipertensão e outras condições cardiovasculares, mas sua potencial eficácia contra complicações da COVID-19 demonstra uma vantagem adicional. Como sempre, é importante seguir as orientações médicas e não interromper o tratamento sem consultar seu profissional de saúde.
O que você pode fazer em casa se tiver COVID e pressão alta?
Se você tem hipertensão e COVID-19, é essencial adotar medidas para garantir uma recuperação rápida e manter o controle da pressão arterial. Mesmo que não seja possível visitar seu médico pessoalmente, você pode seguir algumas orientações importantes para cuidar da sua saúde:
- Continue tomando seus medicamentos: Não interrompa o tratamento sem orientação médica. Manter o uso regular dos medicamentos é fundamental para evitar complicações.
- Monitore sua pressão arterial em casa: Utilize um medidor de braço em vez de um de pulso e verifique sua pressão todos os dias no mesmo horário, preferencialmente em repouso. Lembre-se de que é normal a pressão subir ligeiramente em situações de febre, dor ou estresse. Se notar valores muito elevados, consulte seu médico para receber orientação.
- Mantenha uma alimentação saudável: A menos que tenha alguma restrição específica, consumir frutas e vegetais ajuda tanto no fortalecimento do sistema imunológico quanto no controle da pressão arterial.
- Descanse bastante: O repouso é essencial para a recuperação. No entanto, tente se movimentar conforme suas condições permitirem. Mesmo pequenos movimentos ajudam a prevenir coágulos sanguíneos e a manter a saúde em dia.
- Considere parar de fumar: Algumas pessoas aproveitaram o período de infecção para abandonar o cigarro, uma vez que o desejo de fumar costuma diminuir durante a doença. Embora o período de abstinência possa ser desafiador ao se recuperar, você já terá superado o momento mais difícil.
- Reduza o consumo de álcool: O álcool pode aumentar a pressão arterial e comprometer a capacidade do corpo de combater infecções, como a COVID-19. Modere seu consumo para melhorar sua recuperação e evitar complicações.
Seguir essas recomendações pode contribuir para manter sua pressão arterial controlada e apoiar uma recuperação mais rápida. Não hesite em buscar orientação médica se surgirem dúvidas ou preocupações durante o processo.
Conclusões
É natural se preocupar com a COVID-19, especialmente se você tem hipertensão ou outra condição de saúde. Embora algumas evidências sugiram que a infecção possa agravar os níveis de pressão arterial, há diversas medidas que você pode adotar para proteger sua saúde e minimizar riscos.
Uma das ações mais importantes é dar ao seu corpo tempo para descansar e manter a regularidade na medicação diária. Acompanhar sua pressão arterial em casa também é essencial, mesmo que você não possa visitar um profissional de saúde pessoalmente. Use um medidor confiável e registre suas leituras regularmente para observar possíveis variações.
Por fim, mantenha a comunicação com seu médico. Relate qualquer alteração nos sintomas ou preocupação com os níveis de pressão arterial, para que ele possa orientar ajustes no tratamento, se necessário. Seguir essas práticas ajudará você a se manter seguro e a enfrentar melhor os desafios impostos pela pandemia.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/conditions/covid-19/coronavirus-hypertension-high-blood-pressure-medications