Como a tecnologia ajuda no controle da Diabetes?
Atualmente, um dos pilares fundamentais no tratamento de pessoas com diabetes é o uso de tecnologias aplicadas ao diabetes - como o medidor de glicose - existem diferentes ferramentas que facilitam a vida cotidiana das pessoas com a doença.
Essas tecnologias incluem sensores de glicose, sistemas de medição instantânea ou sob demanda e sistemas de monitoramento contínuo de insulina, bombas de insulina, entre outros. Entenda a importância das inovações no tratamento, como medir e gerenciar quadros de glicose alta a seguir.
Importância da Tecnologia no Controle do Diabetes
De acordo com a OMS(1), o diabetes é uma das doenças mais prevalentes em todo o mundo e uma das principais causas de morte precoce em adultos. Mais de 425 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de diabetes. O futuro parece preocupante: espera-se que mais de 522 milhões de pessoas sejam afetadas até 2030.
Além disso, estima-se que 24% a 62% das pessoas com diabetes ainda não foram diagnosticadas e não foram tratadas. O diagnóstico precoce da doença é essencial para evitar todos os tipos de complicações - insuficiência renal, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e amputação de membros inferiores - ou seja, salvar a vida do paciente.
De modo análogo, uma vez que a pessoa tenha sido diagnosticada, a progressão e a evolução da doença precisam passar por um monitoramento contínuo e constante.
Nesse sentido, as novas tecnologias permitiram melhorar a adesão ao tratamento, realizar controles e acompanhamentos eficazes dos pacientes e melhorar sua qualidade de vida, entre outras coisas. Ao mesmo tempo, promoveu o treinamento e o aprendizado contínuo dos profissionais de saúde para melhorar ainda mais o atendimento a esse tipo de paciente.
Inovações em medidores de glicose e glicemia
Primeiramente, as inovações tecnológicas no diabetes mostraram melhorar o controle glicêmico das pessoas com diabetes que a utilizam e melhorar a qualidade de vida, bem como outros aspectos relacionados à saúde, como a qualidade do sono e a satisfação geral com o tratamento.
Uma das grandes inovações é o monitor contínuo de glicose (CGM). É um sistema que fornece informações por meio de sensores de monitoramento contínuo. O sensor do CGM é preso a um filamento que é inserido na pele e envia sinais de concentração de glicose para o monitor por meio de um transmissor.
Com esse dispositivo, os valores de glicose no sangue e os níveis de açúcar no sangue podem ser visualizados em tempo real, sem a necessidade de picadas regulares no dedo. Além disso, o dispositivo fornece um histórico do paciente e envia alertas em caso de hiperglicemia ou hipoglicemia.
Células beta artificiais: uma grande inovação no diabetes
Além do medidor de Glicemia, outra grande inovação que promete mudar o tratamento para diabetes são as células betas. Um projeto, ainda em fase experimental e conduzido pela Universidade da Carolina do Norte, tem como objetivo criar células artificiais capazes de liberar insulina quando detectam um aumento nos níveis de açúcar no sangue.
Essas células seriam introduzidas nos pacientes por meio de injeções subcutâneas ou pela colocação de um adesivo na pele. Dessa forma, as pessoas com diabetes não seriam mais obrigadas a auto administrar injeções de insulina, pois as células artificiais fazem a função das células beta do pâncreas.
Essas células inteligentes são cobertas por uma membrana lipídica de duas camadas, mas contêm pequenas vesículas cheias de insulina em seu interior. Quando os níveis de açúcar aumentam, ocorre uma reação química nas vesículas que faz com que elas se fundam com a membrana externa, liberando assim a insulina.
Como medir e interpretar a glicose
Há três métodos para medir os níveis de glicose no sangue:
- Hemoglobina glicosilada (A1C);
- Teste oral de tolerância à glicose;
- Teste de açúcar no sangue.
O último é a opção mais comum para medir os níveis de glicose na corrente sanguínea. Entretanto, a coleta de sangue pode ser realizada das seguintes formas em diabéticos:
Glicemia de jejum
Consiste em uma amostra de sangue com jejum de 8 horas, sem comer ou beber nada, e em que a pessoa deve informar que tipo de medicação está tomando.
- Resultados: Em pessoas saudáveis, os valores de glicemia em jejum estão entre 70 mg/dL (3,9 mmol/L) e 100 mg/dL (5,6 mmol/L).
Glicemia pós-prandial (PPG)
Nesse caso, a amostra de sangue é coletada exatamente 2 horas após a ingestão de alimentos. Em outras palavras, mede o nível de açúcar no sangue após as refeições.
- Resultados: o valor da glicemia pós-prandial não deve exceder 160 mg/dl 60 a 90 minutos após a refeição, caso esteja maior é preciso regular insulina.
Varia de acordo com a idade:
- Até 50 anos: glicemia ≤ 140 mg/dL (7,8 mmol/L).
- Entre 50 e 60 anos: glicose no sangue ≤ 150 mg/dL (8,3 mmol/L).
- Mais de 60 anos: glicose no sangue ≤ 160 mg/dL (8,9 mmol/L).
Glicemia aleatória (RBC)
O médico pode eventualmente sugerir que a pessoa diabética faça uma coleta aleatória de sangue. Como o termo sugere, isso pode ser feito a qualquer hora do dia, independentemente de quando você comeu ou bebeu pela última vez e, é claro, o jejum de 8 horas não é necessário.
- Resultados: os valores aleatórios de glicose no sangue podem variar e dependem da quantidade de alimento consumido na última refeição.
Pode variar da seguinte forma:
- Entre 80 e 120 mg/dL (4,4-4,6 mmol/L) antes de comer ou ao acordar pela manhã.
- Entre 100 e 140 mg/dL (5,5-7,7 mmol/L) na hora de dormir.
Hemoglobina glicosilada (HbA1c)
é uma amostra de sangue sugerida especialmente para pessoas com diabetes tipo 2 e pré-diabéticos. Nesse caso, é medido o nível médio de glicose nos últimos 3 meses. Conforme indicado pelo médico, o teste de HbA1c pode ser realizado sozinho ou em combinação com outros testes de diabetes.
- Resultados: Um nível normal de hemoglobina glicosilada está abaixo de 5,7%.
Varia em pessoas com pré-diabetes e diabetes tipo 2:
- Pré-diabetes: entre 5,7 e 6,4%.
- Diabetes tipo 2: acima de 6,5%.
Gerenciamento da insulina e tecnologias associadas
O gerenciamento pelos sistemas de monitoramento contínuo de glicose (CGM) e os sistemas de administração contínua de insulina (sistemas de bomba de insulina) têm demonstrado reduzir a frequência e a gravidade dos episódios de hipoglicemia. Consequentemente, eles também têm sido associados à melhoria dos aspectos negativos das hipoglicemias.
Todos esses dispositivos foram projetados para melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes, bem como para ajudar os profissionais de saúde a realizar seu trabalho de forma mais rápida, precisa e eficaz.
Como lidar com episódios de glicose alta
O paciente deve ser capaz de reconhecer os sinais de glicose alta e aplicar as medidas de emergência adequadas. A glicose alta pode ocorrer porque foi administrada uma quantidade insuficiente de insulina, por causa do aumento da necessidade de insulina devido a uma doença intercorrente ou por excesso de alimentação com carboidratos que gera grandes risco, sendo importante uma dieta low-carb.
Quando os níveis de glicose no sangue estão muito altos, o paciente pode se sentir mal, com dores de cabeça, sonolência, muita sede e necessidade de urinar com frequência. Nessas situações, além de precisar beber líquidos sem carboidratos, pode precisar receber uma dose extra de insulina.
A bebida é a água; não beba refrigerantes, sucos ou qualquer líquido que contenha açúcar. Se for constatado que os níveis de glicose no sangue do paciente estão altos, entre em contato com uma unidade de saúde, portanto guarde os números dos postos de saúde mais próximos em sua agenda.
Tenha a tecnologia como aliada no controle efetivo do diabetes
O uso da Inteligência Artificial está aperfeiçoando os medidores de glicose, permitindo uma adaptação mais individualizada a cada paciente. Nesse sentido, a estratégia mais difundida é o compromisso com a prevenção, a conscientização e a pesquisa, com o objetivo de detectar precocemente o surgimento da doença, assim evitar complicações ou sobrecarregar o sistema de saúde.
Como visto anteriormente, existem várias ferramentas que facilitam o controle do diabetes. Elas incluem monitores contínuos de glicose, bombas de insulina, canetas inteligentes, bomba integrada e sistemas de monitoramento contínuo, bem como os chamados sistemas híbridos de circuito fechado ou pâncreas artificial. No entanto, esses avanços tecnológicos exigem que o paciente seja bem capacitado para usá-los da melhor forma possível.
Em resumo, a aplicação de soluções tecnológicas ao diabetes foi um grande avanço tanto para as pessoas com diabetes quanto para os profissionais envolvidos em seu tratamento. As informações sobre esses sistemas devem ser fornecidas às pessoas com diabetes, caso a caso, como parte de um plano de ensino do tratamento.
Contudo, para tirar o máximo proveito dessas tecnologias, é essencial que a pessoa se envolva no acompanhamento de sua doença e siga as recomendações de sua equipe de saúde.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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