Entenda a relação entre Café e Parkinson
A doença de Parkinson é uma condição neurológica que afeta a coordenação e os movimentos do corpo. Pesquisas já identificaram que fatores genéticos e a exposição a certos agentes ambientais — como produtos químicos e pesticidas — podem aumentar o risco de desenvolver a doença. No entanto, ainda há muito a ser descoberto sobre como hábitos do dia a dia, como a alimentação e o consumo de bebidas, influenciam esse risco.
O café, por exemplo, faz parte da rotina de milhões de pessoas e é a substância psicoativa mais consumida no mundo. Há anos, cientistas estudam seus possíveis efeitos sobre a saúde do cérebro. E os resultados são promissores: evidências sugerem que o consumo regular de café pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver Parkinson, além de aliviar alguns sintomas da doença.
O que é a doença de Parkinson?
A doença de Parkinson afeta o movimento, o equilíbrio e, em alguns casos, a memória. Ela é causada pela perda de células cerebrais responsáveis pela produção de dopamina — um neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos. Acredita-se que essa perda ocorre devido a uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
Quando os primeiros sintomas aparecem, a pessoa já pode ter perdido entre 60% e 80% das células produtoras de dopamina na substância negra, uma região específica do cérebro. Por isso, estratégias de prevenção e tratamento muitas vezes caminham juntas, com o objetivo de preservar essas células pelo maior tempo possível e retardar a progressão da doença.
Como o café afeta o risco de doença de Parkinson?
Você pode estar se perguntando se o café realmente ajuda a prevenir a doença de Parkinson. Alguns estudos indicam que o consumo de café com cafeína está associado a um menor risco de desenvolver a doença — e, quanto maior o consumo, menor parece ser esse risco.
Mas, para entender melhor essa possível relação, é importante primeiro compreender alguns conceitos básicos sobre o funcionamento do Parkinson e como ele afeta o cérebro.
Pesquisa sobre a ligação entre café e doença de Parkinson
Beber café não previne a doença de Parkinson em todos os casos, mas pode ajudar a reduzir o risco em algumas pessoas. Em um grande estudo, observou-se que homens que consumiam mais café e outras bebidas com cafeína tinham menor risco de desenvolver Parkinson do que aqueles que não consumiam. Entre as mulheres, o menor risco foi identificado no grupo que bebia de 1 a 3 xícaras por dia.
Os pesquisadores ainda não sabem ao certo por que há essa diferença entre homens e mulheres. Uma das hipóteses é que a cafeína pode interagir com o estrogênio, especialmente em mulheres que fazem terapia de reposição hormonal, o que poderia, em alguns casos, aumentar o risco da doença.
A maioria dos estudos sobre o café e o Parkinson foca nos efeitos da cafeína no cérebro. No entanto, os grãos de café contêm mais de mil compostos ativos, e alguns deles também podem beneficiar a saúde cerebral.
Além disso, há indícios de que o consumo de chá também possa estar relacionado a um risco menor de desenvolver Parkinson, o que reforça a importância de investigar outros componentes além da cafeína.
O café pode ajudar a tratar a doença de Parkinson?
A cafeína pode ajudar a proteger as células cerebrais que produzem dopamina, mesmo após o início dos sintomas da doença de Parkinson. Após o consumo de uma quantidade típica de café, exames de imagem mostram um aumento nos sinais de atividade dopaminérgica no cérebro.
Além da cafeína, outros compostos presentes no café também contribuem para a saúde cerebral, ajudando a reduzir inflamações e prevenir danos às células. Esses efeitos não se limitam ao Parkinson — também podem ser benéficos em outras condições neurológicas, como a doença de Alzheimer.
Em um estudo, o consumo de café ajudou a reduzir os tremores em homens que ainda não usavam medicamentos para o Parkinson. No caso das mulheres, o efeito foi menos evidente. Outras pesquisas indicam que o café pode auxiliar na coordenação de movimentos, como engolir e caminhar, embora seus efeitos sobre os tremores não sejam tão consistentes.
A cafeína interage com carbidopa ou levodopa?
A cafeína pode interagir positivamente com alguns tratamentos usados no controle da doença de Parkinson, ajudando a reduzir certos sintomas.
O medicamento mais comum no tratamento é a combinação de levodopa e carbidopa. A levodopa é convertida em dopamina pelas células nervosas, enquanto a carbidopa impede que ela seja quebrada antes de chegar ao cérebro. Essa combinação ajuda a melhorar os problemas de movimento e tremores, embora não impeça a progressão da doença.
Com o uso contínuo, a levodopa pode causar efeitos colaterais, como movimentos involuntários da face, dos membros ou do tronco — conhecidos como discinesias. Estudos sugerem que o consumo de café pode reduzir o risco dessas discinesias em algumas pessoas que fazem uso da medicação.
Além disso, a levodopa pode ter melhor efeito em pessoas que consomem café regularmente. Isso porque a cafeína bloqueia certos receptores no cérebro que estão associados a dificuldades motoras no Parkinson. O café também pode ajudar a retardar o desenvolvimento de tolerância ao medicamento, o que significa que os pacientes podem manter a eficácia do tratamento por mais tempo, sem a necessidade de aumentar constantemente as doses.
A cafeína piora o tremor de Parkinson?
Algumas pessoas podem perceber as mãos tremendo levemente após consumir café ou outras bebidas com cafeína. No entanto, os tremores causados pela doença de Parkinson têm uma origem diferente no organismo. Para a maioria das pessoas com Parkinson, a cafeína não interfere de forma significativa nos tremores.
O café descafeinado é melhor para a doença de Parkinson?
A cafeína age de forma diferente em cada pessoa. Algumas evitam seu consumo por serem mais sensíveis aos efeitos colaterais, como ansiedade, insônia ou agitação. No entanto, ter a doença de Parkinson, por si só, não é um motivo para evitar completamente a cafeína.
Um grande estudo indicou que o consumo de café com cafeína está associado a um risco menor de desenvolver Parkinson — o mesmo efeito não foi observado com o café descafeinado. No entanto, outras pesquisas sugerem que o descafeinado também pode oferecer algum nível de proteção. Por isso, essa questão ainda está sendo estudada e continua em debate entre os especialistas.
É possível prevenir o Parkinson?
Os pesquisadores ainda não sabem exatamente o que causa a doença de Parkinson. Quando há casos na família, pode ser ainda mais difícil evitar o desenvolvimento da condição.
No entanto, adotar hábitos saudáveis pode ajudar a reduzir o risco ou, ao menos, contribuir para um melhor controle dos sintomas. Algumas medidas importantes incluem:
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Manter uma alimentação equilibrada, rica em vegetais e alimentos naturais. O guia alimentar MyPlate, do USDA, pode ser uma boa referência.
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Evitar a exposição a produtos químicos, tanto em casa quanto no ambiente de trabalho.
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Praticar atividades físicas que envolvam equilíbrio, flexibilidade, força e exercícios aeróbicos.
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Manter um peso saudável e adequado ao seu corpo.
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Controlar o estresse, já que ele pode aumentar a inflamação no organismo e acelerar a perda de células cerebrais.
Mesmo seguindo um estilo de vida saudável, o Parkinson ainda pode surgir. Mas cuidar do corpo e da mente pode desacelerar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida no dia a dia.
Conclusões
O café pode trazer alguns benefícios para a saúde do cérebro, incluindo a possibilidade de reduzir o risco de desenvolver a doença de Parkinson. Para quem já convive com a condição, ele também pode ajudar a aliviar alguns sintomas.
A cafeína é uma das responsáveis por esses efeitos, mas o café contém outras substâncias que também contribuem para a proteção das células cerebrais.
Embora não exista garantia de que o café previna ou trate o Parkinson, há indícios de que ele pode oferecer vantagens — talvez até escondidas naquela xícara de café do seu dia a dia.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Texto traduzido e adaptado do original:https://www.goodrx.com/conditions/parkinsons-disease/coffee-parkinsons-disease
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