Bloqueadores dos canais de cálcio: o que são e como funcionam?
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Wilton de Andrade
Última atualização
12/11/2024
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Entenda como funcionam os betabloqueadores

Você tem pressão alta, dor no peito ou enxaquecas? Se sim, talvez você já esteja familiarizado com os bloqueadores dos canais de cálcio (CCBs). Esses medicamentos são amplamente utilizados para tratar essas condições, mas há aspectos importantes sobre como eles funcionam que podem não ser tão conhecidos.

Os bloqueadores dos canais de cálcio relaxam os vasos sanguíneos, o que facilita o fluxo do sangue e reduz a pressão arterial. Eles também diminuem a carga de trabalho do coração e ajudam a prevenir espasmos das artérias coronárias, aliviando dores no peito. 

Se você estiver usando ou considerando o uso de bloqueadores de canais de cálcio, é fundamental conversar com seu médico. Ele irá orientá-lo sobre o tipo mais adequado para sua condição específica, além de monitorar possíveis interações com outros medicamentos que você possa tomar.

 

O que são bloqueadores dos canais de cálcio?

Se você tem pressão alta, os bloqueios dos canais de cálcio (CCBs) podem ser uma das primeiras opções prescritas pelo seu médico. Entretanto, o uso desses medicamentos não se limita apenas ao controle da hipertensão. Eles também são eficazes no tratamento de outras condições, como doença arterial coronariana, angina (dor no peito) e arritmias (batimentos cardíacos irregulares). Além disso, são empregados off-label para hipertensão pulmonar e prevenção de enxaquecas.

Exemplos comuns de CCBs:

Há também CCBs que atuam de forma diferente e são frequentemente usados ​​para controlar ritmos cardíacos irregulares:

Eficácia entre Diferentes Grupos Raciais

Embora algumas classes de medicamentos para pressão arterial apresentem variações de eficácia dependendo da origem racial do paciente, os CCBs mostram bons resultados de maneira consistente em todos os grupos raciais.

Se você estiver utilizando BCCs ou pensando em começar, é essencial manter um diálogo aberto com seu médico para garantir que o tratamento seja seguro e eficaz, além de verificar possíveis interações com outros medicamentos.

 

Como funcionam os bloqueadores dos canais de cálcio?

Os bloqueadores dos canais de cálcio (CCBs) funcionam relaxando os vasos sanguíneos, mas o mecanismo por trás disso é mais detalhado. Esses medicamentos bloqueiam a entrada de cálcio nos músculos do coração e nas paredes dos vasos sanguíneos através de canais específicos. O cálcio é essencial para que esses músculos se contraiam e ajudem a bombear sangue e oxigênio para o corpo. No entanto, em pessoas com doenças cardíacas e hipertensão, esses músculos podem estar sobrecarregados, trabalhando juntos.

Ao bloquear os canais de cálcio, os CCBs impedem que o cálcio entre as células, o que faz com que as artérias relaxem. Isso permite que o fluxo de oxigênio para o coração aumente, aliviando a pressão arterial e facilitando o trabalho do coração ao bombear sangue. Assim, esses medicamentos são tensos para o alívio do estresse sobre o sistema cardiovascular e ajudam a prevenir eventos cardíacos graves.

Embora todos os CCBs atuem por meio desse mecanismo, há diferenças entre eles em termos de como afetam o coração e os vasos sanguíneos. Alguns CCBs, como a amlodipina, têm um efeito mais pronunciado nas artérias, enquanto outros, como o verapamil e o diltiazem, também atuam diretamente no ritmo cardíaco, sendo úteis no tratamento de arritmias.

CCBs di-hidropiridínicos vs. não di-hidropiridínicos

Os bloqueadores dos canais de cálcio (CCBs) são divididos em dois tipos principais: di-hidropiridínicos e não di-hidropiridínicos.

Os CCBs di-hidropiridínicos, como amlodipina, felodipina e nifedipina, são frequentemente identificados pela terminação "ipina" e atuam principalmente relaxando as paredes das artérias, o que ajuda a reduzir a pressão arterial. Esses medicamentos têm pouco impacto direto sobre a frequência ou força dos corações cardíacos, sendo especialmente úteis para tratar hipertensão e angina.

Por outro lado, os CCBs não di-hidropiridínicos, como diltiazem e verapamil, afetam não apenas os vasos sanguíneos, mas também o coração diretamente. Eles diminuem a força e a frequência dos batimentos cardíacos, tornando-os eficazes no tratamento de arritmias e outros problemas cardíacos, além de hipertensão. Esses medicamentos são usados ​​com frequência quando é necessário reduzir a carga de trabalho do coração, controlar ritmos cardíacos irregulares ou tratar angina.

A distinção entre esses dois grupos é essencial porque cada tipo é indicado para condições específicas e pode ter efeitos diferentes. Por exemplo, embora os di-hidropiridínicos sejam mais adequados para tratar hipertensão isolada, os não-hidropiridínicos são mais indicados quando há necessidade de controlar a frequência cardíaca.

 

Quanto tempo os bloqueadores dos canais de cálcio levam para fazer efeito?

Alguns bloqueios dos canais de cálcio (CCBs) começam a apresentar efeitos iniciais dentro de 1 a 4 horas após a primeira dose. No entanto, é comum que os benefícios completos demorem entre 2 a 4 semanas para se manifestarem totalmente. Esse período pode variar dependendo do tipo específico de CCB que você estiver tomando.

A influência da alimentação sobre a absorção e eficácia dos BCCs também pode ser distinta. Por exemplo, a ingestão de uma refeição rica em gorduras pode aumentar os níveis de felodipina no corpo, potencializando seus efeitos. Por outro lado, o mesmo tipo de refeição pode reduzir os níveis de nicardipina, proporcionando sua eficácia. Por isso, é essencial seguir as orientações do seu profissional de saúde sobre a melhor forma de tomar seu medicamento — com ou sem alimentos.

Cada CCB pode ter instruções específicas para maximizar seus benefícios e minimizar riscos. Converse com seu médico ou farmacêutico para obter orientações personalizadas sobre como e quando tomar seu medicamento.

 

Os bloqueadores dos canais de cálcio são seguros?

No início da década de 1990, descobriu-se que a lidoflazina, um bloqueio dos canais de cálcio (CCB), aumentava o risco de arritmias e morte. Devido a esses riscos, o medicamento nunca foi lançado comercialmente, levantando preocupações sobre a segurança de outros CCBs. Em 1995, outro estudo alertava que a nifedipina de ação curta poderia aumentar o risco de morte em pessoas com doenças cardíacas, ampliando a desconfiança em relação à segurança dessa classe de medicamentos.

Contudo, grandes estudos posteriores ajudaram a esclarecer essa questão. O estudo ALLHAT (Antihypertensive and Lipid-Lowering Treatment to Prevent Heart Attack Trial), patrocinado pelo National Heart, Lung, and Blood Institute, acompanhou mais de 30.000 pessoas com hipertensão. O estudo comparou a amlodipina CCB com lisinopril e clortalidona, concluindo que a amlodipina não aumentou o risco de morte em comparação com os outros tratamentos.

Outro estudo significativo, o ensaio ACTION, investigou o uso de nifedipina de liberação prolongada em comparação a um placebo. Os resultados indicaram que não houve aumento do risco de morte associado ao uso da nifedipina de ação prolongada.

Esses estudos foram fundamentais para tranquilizar a comunidade médica e os pacientes sobre a segurança dos CCBs. Atualmente, essa classe de medicamentos é amplamente utilizada como uma das primeiras opções para o tratamento da hipertensão e outras condições cardíacas, graças à eficácia e ao perfil de segurança demonstrado por pesquisas rigorosas.

Efeitos colaterais comuns

Os bloqueadores dos canais de cálcio (CCBs) apresentam efeitos colaterais comuns, dependendo do tipo específico utilizado.

Os BCCs di-hidropiridínicos , como amlodipina e nifedipina, frequentemente causam:

  • Rubor (vermelhidão na pele)
  • Dor de cabeça
  • Edema (inchaço, especialmente em pernas e pés)
  • Tontura

Esses sintomas são típicos durante o início do tratamento, mas tendem a desaparecer à medida que o corpo se adapta à medicação. Se persistirem ou se tornarem incômodos, é importante conversar com seu médico.

Por outro lado, os CCBs não di-hidropiridínicos , como diltiazem e verapamil, podem causar:

  • Constipação
  • Bradicardia (frequência cardíaca baixa)

Se algum desses efeitos colaterais prolongar ou interferir na qualidade de vida, o médico pode ajustar a dose ou considerar outras opções terapêuticas. Monitorar os sintomas é essencial para evitar complicações e garantir que o tratamento continue seguro e eficaz.

Efeitos colaterais graves

Os efeitos colaterais graves dos bloqueios dos canais de cálcio (CCBs) são benéficos, mas podem incluir alterações no ritmo cardíaco e na pressão arterial. Em particular, verapamil e diltiazem podem reduzir a força e a velocidade das contrações cardíacas, o que pode limitar o fluxo sanguíneo. Por essa razão, esses medicamentos não são recomendados para pessoas com insuficiência cardíaca ou condições que prejudiquem a função cardíaca.

Se você sentir falta de ar, dor repentina no peito ou outros sintomas preocupantes enquanto estiver tomando um CCB, é essencial procurar atendimento médico de emergência. Esses sinais podem indicar que o coração não está funcionando corretamente e podem representar uma complicação grave.

Seu médico pode avaliar cuidadosamente suas condições pré-existentes antes de prescrever esses medicamentos, garantindo a segurança e eficácia do tratamento.

 

Os bloqueadores dos canais de cálcio interagirão com meus outros medicamentos?

Certos medicamentos podem interagir com bloqueadores dos canais de cálcio (CCBs), ou que podem afetar sua eficácia ou aumentar o risco de efeitos colaterais. Entre os medicamentos que apresentam esse tipo de interação estão:

  • Antifúngicos azólicos: como o itraconazol (Sporanox), que pode aumentar os níveis de CCBs no sangue.
  • Claritromicina: um antibiótico que pode interferir no metabolismo dos CCBs, elevando seus níveis.
  • Betabloqueadores: como o atenolol (Tenormin), cuja combinação com BCCs pode diminuir a frequência cardíaca e a pressão arterial.
  • Carbamazepina: usada para convulsões e transtorno bipolar, que pode aumentar o risco de toxicidade.
  • Digoxina (Lanoxin): utilizada para problemas cardíacos; o verapamil pode aumentar seus níveis no sangue, aumentando o risco de toxicidade.
  • Fenobarbital: que pode reduzir a eficácia dos CCBs.
  • Medicamentos de quimioterapia: que podem apresentar interações perigosas com BCCs, exigindo ajustes na dosagem.

Importante: certifique-se de que seu médico ou farmacêutico revise toda a lista de medicamentos que você toma para evitar interações significativas. Caso necessário, ele pode ajustar a dose ou sugerir um tratamento alternativo.

Além disso, é confortável evitar o consumo de suco de laranja ao tomar alguns BCCs, pois pode aumentar os níveis desses medicamentos no sangue, potencialmente provocando uma queda excessiva da pressão arterial.

 

Conclusões

Bloqueadores de canais de cálcio (CCBs) são medicamentos amplamente utilizados para tratar hipertensão e outras condições cardíacas, como arritmias e angina. Eles atuam relaxando os vasos sanguíneos, permitindo que o sangue flua mais facilmente e aliviando a carga sobre o coração.

Embora no passado houvesse preocupações sobre a segurança desses medicamentos, pesquisas mais recentes confirmaram sua eficácia e segurança. Estudos como o ALLHAT informaram que os CCBs são opções eficazes e seguras para o tratamento da hipertensão, sendo frequentemente recomendados como uma das classes de primeira escolha para esse problema.

Os BCCs, no entanto, podem interagir com outros medicamentos, afetando seus níveis no organismo ou potencializando efeitos colaterais. Assim, é essencial consultar um farmacêutico ou profissional de saúde antes de adicionar ou modificar qualquer medicamento se você estiver usando um CCB.

Se você apresentar efeitos colaterais, como tontura, edema ou dores de cabeça, é importante comunicá-los ao seu médico. Ele poderá avaliar os ajustes na dosagem ou a troca de medicamentos são necessários para melhorar o controle da condição e minimizar os efeitos adversos.

 

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.

 

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Referências

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Texto adaptado e traduzido do original: https://www.goodrx.com/classes/calcium-channel-blockers/calcium-channel-blockers-how-do-they-work

 

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