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Armour Thyroid X Levotiroxina para Hipotireoidismo: 7 Diferenças que Você Deve Saber

Escrito por

Wilton de Andrade

Última atualização

22/05/2025

Entenda o uso de Armor Thyroid e Levotiroxina para Hipotireoidismo

Se você tem hipotireoidismo (níveis baixos de hormônio tireoidiano), seu médico provavelmente recomendará uma terapia de reposição hormonal. Para a maioria das pessoas, a levotiroxina (marcas como Synthroid , Levoxyl, Tirosint e Unithroid) é o tratamento inicial indicado. Trata-se de uma versão sintética do hormônio T4, produzida naturalmente pela tireoide.

Embora a levotiroxina seja considerada a primeira escolha no tratamento do hipotireoidismo, talvez você já tenha ouvido falar de outras opções, como o Armor Thyroid — um tipo mais antigo de reposição hormonal conhecido como "tireoide natural". Esse medicamento, feito a partir de extratos de glândulas animais, é diferente da levotiroxina em vários aspectos importantes, o que pode influenciar se for ou não uma alternativa adequada para o seu caso.

1. Armor Thyroid e levotiroxina são feitos de forma diferente

Os medicamentos sintéticos para tireoide surgiram no final da década de 1940 . Antes disso, a forma mais comum de tratamento para o hipotireoidismo eram os extratos de tireoide desidratados, como o Armor Thyroid.

Atualmente, esses extratos ainda são usados e são produzidos a partir de glândulas tireoidianas secas e moídas de porcos, por isso costumam ser considerados uma alternativa mais “natural” de regulação hormonal. Além do Armor Thyroid, o NP Thyroid é outra opção desse tipo disponível no mercado.

Por outro lado, a levotiroxina é uma versão sintética do hormônio tireoidiano T4, produzida em laboratório. Está disponível tanto em forma genérica quanto sob marcas como Synthroid, Levoxyl e Tirosint.

2. Cada produto contém diferentes hormônios tireoidianos

Os dois principais hormônios produzidos pela glândula tireoide são o T4 (tiroxina) e o T3 (triiodotironina). O T4 é a forma inativa, que precisa ser convertida pelo corpo em T3, a forma ativa responsável pelos efeitos no organismo.

Armor Thyroid e levotiroxina atuam de formas diferentes. O Armor Thyroid contém tanto T4 quanto T3, além de excipientes (substâncias que mantêm o comprimido coeso). Já a levotiroxina contém apenas T4 sintético , e o corpo precisa convertê-lo em T3 para obter o efeito desejado. Ela também contém excipientes e, na maioria das apresentações em comprimido (com exceção das cápsulas), corantes artificiais.

Para muitas pessoas, uma dose de levotiroxina ( T4 ) isoladamente é suficiente para normalizar os níveis hormonais. No entanto, em alguns casos, o médico pode recomendar a adição de T3 sintético (liotironina), que deve ser tomado separadamente.

3. As dosagens para Armor tireoidite e levotiroxina são diferentes

Ao iniciar a terapia de reposição da tireoide, geralmente o tratamento começa com uma dose mais baixa, que pode ser ajustada gradualmente pelo médico. Esses ajustes são feitos com base nos resultados dos exames laboratoriais, nas condições de saúde do paciente, no tipo de medicamento utilizado, além de fatores como idade e peso corporal.

As dosagens do Armour Thyroid e da levotiroxina são diferentes. O Armour Thyroid é disponibilizado em “grãos”. Um grão (aproximadamente 60 mg) contém cerca de 38 mcg de T4 e 9 mcg de T3. Os comprimidos variam de 15 mg (¼ de grão) até 300 mg (5 grãos).

A levotiroxina, por sua vez, é medida em microgramas (mcg), com comprimidos que variam de 25 mcg a 300 mcg de T4. Estima-se que 1 grão de Armour Thyroid seja aproximadamente equivalente a 88 mcg de levotiroxina.

Em crianças, a dose costuma ser calculada com base no peso corporal para ambos os medicamentos. Já em adultos, esse critério se aplica principalmente à levotiroxina.

Para melhor absorção, a recomendação é tomar qualquer um dos dois medicamentos pela manhã e com o estômago vazio. Isso ajuda o corpo a aproveitar ao máximo os efeitos do tratamento.

4. Os produtos de levotiroxina podem ter menos variabilidade

Os medicamentos para reposição da tireoide têm um índice terapêutico estreito, o que significa que pequenas variações na dose podem impactar significativamente a eficácia do tratamento. Por isso, é fundamental receber a quantidade exata de hormônio tireoidiano em cada dose.

Os produtos à base de levotiroxina são desenvolvidos para garantir uma dosagem precisa e consistente de T4. Tanto as versões de marca quanto as genéricas demonstraram ser igualmente eficazes, e a troca entre diferentes genéricos, em geral, não costuma causar problemas.

Já os extratos de tireoide dessecada, como o Armour Thyroid, apresentam maior variabilidade. Em alguns casos, a quantidade de T4 e T3 pode variar entre lotes, o que compromete a regularidade do tratamento. Por esse motivo, esses produtos são frequentemente alvo de recolhimentos (recalls), justamente por apresentarem doses inconsistentes.

5. Armour Thyroid tem riscos únicos a serem considerados

Por causa do modo como é produzido, o Armour Thyroid apresenta alguns riscos específicos quando comparado à levotiroxina.

Como é feito a partir de glândulas tireoidianas de porco, sua composição pode variar de um lote para outro, o que dificulta o controle preciso da dosagem de T3 e T4. Isso pode levar a níveis hormonais instáveis no organismo, aumentando o risco de efeitos colaterais ou de um tratamento menos eficaz.

Não é aprovado pela FDA

Ao contrário da levotiroxina, os medicamentos desidratados para tireoide, como o Armour Thyroid, não são aprovados pela FDA. Isso porque esses produtos já estavam no mercado antes das regulamentações atuais da agência sobre novos medicamentos entrarem em vigor. Como resultado, a FDA nunca avaliou formalmente sua segurança e eficácia com os critérios modernos.

No Brasil, a levotiroxina é amplamente utilizada no tratamento do hipotireoidismo e está registrada na Anvisa, sendo considerada segura e eficaz. A liotironina, embora menos comum, também possui registro e é indicada em situações específicas. Já os extratos de tireoide desidratada, como o Armour Thyroid, não são aprovados pela Anvisa e não estão disponíveis no mercado brasileiro.

A ausência de registro se deve à falta de comprovação de eficácia e segurança conforme os critérios exigidos pela agência reguladora. Portanto, no Brasil, o tratamento do hipotireoidismo é realizado com medicamentos sintéticos aprovados, como a levotiroxina e, em casos específicos, a liotironina.

Contém uma proporção diferente de hormônios tireoidianos

Medicamentos como o Armour Thyroid apresentam o risco de fornecer uma quantidade excessiva de T3. Isso ocorre porque a proporção de T4 para T3 nesses produtos é diferente da que é normalmente produzida pelo organismo humano, podendo causar um desequilíbrio hormonal e aumentar o risco de efeitos colaterais.

Pode haver riscos potenciais de contaminação

O Armour Thyroid é produzido em uma instalação que também manipula tecidos bovinos, o que gera um risco potencial de contaminação por vírus, bactérias ou outros agentes infecciosos. No entanto, o fabricante afirma que nunca houve registros de transmissão de doenças associadas ao uso do medicamento.

6. A levotiroxina é considerada o padrão ouro para o tratamento do hipotireoidismo

Especialistas consideram a levotiroxina o tratamento de primeira escolha para o hipotireoidismo, por ser eficaz e apresentar poucos efeitos colaterais.

Ela costuma ser preferida em relação a medicamentos como o Armour Thyroid, que envolvem mais riscos e não têm dados de segurança de longo prazo suficientes. Além disso, a levotiroxina é especialmente indicada para mulheres grávidas, pois o T3 presente nos extratos de tireoide não consegue atravessar adequadamente a placenta e atingir o cérebro em desenvolvimento do bebê.

Por esse motivo, o Armour Thyroid não deve ser utilizado durante a gestação para tratar o hipotireoidismo.

7. Algumas pessoas relatam sentir-se melhor com Armour Thyroid em comparação com levotiroxina

Ainda há poucos estudos comparando diretamente o Armour Thyroid com a levotiroxina. Os dados atuais indicam que o T3 presente no Armour Thyroid não oferece benefícios adicionais em relação ao uso isolado do T4. No entanto, algumas pessoas relatam se sentir melhor com o uso do Armour Thyroid do que com a levotiroxina.

Um estudo recente com 250 participantes mostrou que, ao trocar a levotiroxina pelo Armour Thyroid, muitos relataram uma melhora geral no bem-estar. Por outro lado, uma parcela maior dos que usavam Armour Thyroid interrompeu o tratamento antes de completar 6 meses, devido a efeitos colaterais ou à ausência de melhora nos sintomas.

Outro estudo menor, com 70 pessoas, também apontou uma preferência pela tireoide desidratada. Os participantes que optaram por esse tratamento relataram perda de peso e melhora nos sintomas relacionados à memória, concentração e sono.

Apesar desses resultados, ainda são necessárias mais pesquisas para confirmar diferenças reais em eficácia e segurança entre os dois tratamentos.

É possível trocar o Armour Thyroid pela levotiroxina?

Armour Thyroid e levotiroxina não são medicamentos intercambiáveis, mas é possível fazer a troca entre eles. Essa mudança deve ser feita com orientação médica e requer uma nova prescrição.

Ao trocar de medicamento, a dose também precisará ser ajustada. Seu profissional de saúde ajudará a encontrar a equivalência mais adequada e acompanhará seus exames laboratoriais para garantir que o novo tratamento esteja funcionando corretamente.

Conclusões

Armour Thyroid e levotiroxina são dois medicamentos usados na reposição hormonal da tireoide para o tratamento do hipotireoidismo. Eles diferem na forma de produção, na regulamentação e nas dosagens disponíveis, o que faz com que não sejam intercambiáveis.

Por isso, é importante conversar com seu médico para avaliar qual opção é mais adequada para o seu caso, levando em conta sua condição de saúde, exames e resposta ao tratamento.

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.