Entenda os risco do uso de adoçante
Se você está tentando reduzir o consumo de açúcar, pode ter considerado o uso de adoçantes artificiais como uma alternativa. Esses produtos são atraentes porque oferecem a possibilidade de diminuir a quantidade de açúcar e calorias na alimentação, e são amplamente encontrados em alimentos industrializados e nas prateleiras dos supermercados. No Brasil, o uso de adoçantes artificiais é relativamente comum, especialmente entre pessoas com condições crônicas de saúde, como diabetes e obesidade. Um estudo recente mostrou que aproximadamente 13,4% da população adulta brasileira usa adoçantes artificiais, sendo mais prevalente entre mulheres e pessoas acima de 60 anos.
Mas será que os adoçantes artificiais são realmente melhores do que o açúcar? A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado em 2023 sugerindo que esses adoçantes não devem ser utilizados com o objetivo de controle de peso ou redução do risco de doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares. A recomendação destaca que a substituição do açúcar por adoçantes não mostrou ser eficaz para a perda de peso a longo prazo. No entanto, a OMS também não recomenda substituir os adoçantes por açúcar, mas sim por alimentos mais saudáveis e menos processados.
É importante considerar que, embora os adoçantes possam ajudar a reduzir a ingestão de calorias, seu uso contínuo e em longo prazo ainda levanta preocupações em relação à saúde, incluindo possíveis riscos cardiometabólicos e até mesmo um aumento de peso em algumas situações.
Para mais informações detalhadas, você pode acessar o estudo sobre o uso de adoçantes no Brasil aqui e o posicionamento recente da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Se você tiver mais dúvidas sobre o uso de adoçantes ou deseja saber mais sobre seus efeitos, é sempre recomendável conversar com um nutricionista ou médico.
O que são adoçantes artificiais?
Os adoçantes artificiais são aditivos alimentares desenvolvidos para substituir o açúcar, sendo produzidos por meio da combinação química de diferentes moléculas em laboratório. Eles são projetados para imitar o sabor do açúcar, mas são frequentemente centenas de vezes mais doces. Diferente do açúcar comum, os adoçantes artificiais não fornecem calorias ou energia ao organismo, pois não são metabolizados pelo sistema digestivo.
Esse processo faz com que os adoçantes artificiais sejam uma opção popular para pessoas que buscam reduzir a ingestão calórica ou controlar níveis de açúcar no sangue, especialmente em dietas para perda de peso ou para pessoas com diabetes. No entanto, é importante utilizar esses produtos com moderação, considerando os possíveis efeitos a longo prazo que ainda estão sendo estudados.
Lista de adoçantes artificiais
O FDA regula e aprova adoçantes artificiais, também conhecidos como adoçantes de alta intensidade.
Atualmente, existem seis adoçantes artificiais aprovados pelo FDA:
- Sacarina
- Aspartame
- Sucralose
- Acesulfame de potássio
- Neotame
- Vantagem
No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) regula e aprova o uso de adoçantes artificiais, também conhecidos como edulcorantes de alta intensidade. Esses produtos são amplamente utilizados como substitutos do açúcar, especialmente por pessoas que buscam reduzir o consumo calórico ou controlar os níveis de glicose.
Atualmente, os adoçantes artificiais mais consumidos no Brasil e aprovados pela ANVISA incluem:
- Sacarina: Um dos adoçantes mais antigos, utilizado em alimentos, bebidas e medicamentos.
- Aspartame: Comumente encontrado em refrigerantes diet, gomas de mascar e produtos de baixa caloria.
- Sucralose: Popular em alimentos processados, sucralose é conhecida por ser estável em altas temperaturas, o que a torna ideal para cozinhar e assar.
- Acessulfame de Potássio (Acessulfame-K): Usado em produtos como refrigerantes e sobremesas, muitas vezes combinado com outros adoçantes para melhorar o sabor.
- Neotame: Um adoçante de alta intensidade, utilizado em menor quantidade devido à sua doçura extrema.
- Ciclamato: Comumente utilizado em produtos dietéticos, sendo um dos adoçantes mais comuns em território brasileiro.
Esses adoçantes são amplamente utilizados na indústria alimentícia para atender à demanda por produtos com baixo teor de açúcar, especialmente em alimentos e bebidas destinadas a pessoas com diabetes ou que buscam controle de peso. No entanto, é importante utilizar esses adoçantes com moderação e estar atento às recomendações de saúde.
Adoçantes artificiais versus álcoois de açúcar e adoçantes naturais
Outras alternativas ao açúcar incluem álcoois de açúcar, como sorbitol, xilitol e manitol, além de adoçantes naturais como a estévia. A estévia é considerada um adoçante natural porque é derivada das folhas da planta Stevia rebaudiana, ao contrário dos adoçantes artificiais, que são formulados em laboratório.
Assim como os adoçantes artificiais, a estévia e certos álcoois de açúcar não contém calorias e não causam um grande aumento nos níveis de glicose no sangue. No entanto, alguns álcoois de açúcar fornecem uma pequena quantidade de calorias e tendem a ser menos doces do que os adoçantes artificiais e o açúcar comum.
Este artigo não abordará a segurança dos álcoois de açúcar, mas é importante destacar que, embora sejam amplamente utilizados como alternativas ao açúcar, a moderação no consumo é recomendada.
Os adoçantes artificiais são ruins para você?
Não está claro. Embora muitos estudos tenham sido realizados sobre adoçantes artificiais, a comunidade científica ainda está dividida sobre a segurança desses produtos.
No entanto, há mais consenso em relação à resposta da comunidade científica à classificação do aspartame como um possível agente causador de câncer. Essa classificação foi feita por um comitê da Organização Mundial da Saúde, conhecido como Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer. Especialistas destacam que essa ligação com o câncer é baseada em evidências muito limitadas e inconclusivas.
Além disso, as diretrizes de ingestão de adoçantes artificiais não foram alteradas. O FDA estima que uma pessoa de 60 kg precisaria consumir cerca de 75 pacotes de adoçante de aspartame (aproximadamente nove latas de refrigerante dietético de 355 ml) por dia para atingir o limite considerado seguro.
Com base nas informações disponíveis até o momento, o risco de câncer associado aos adoçantes artificiais provavelmente é baixo. Entretanto, mais pesquisas são necessárias para entender melhor a ciência por trás dessa classificação. Dados preliminares sugerem que pode haver uma ligação entre adoçantes artificiais e os seis problemas de saúde a seguir.
1. Aumento do apetite
Pesquisas indicam que adoçantes artificiais podem ativar vias de recompensa no cérebro, levando a um aumento do apetite. Algumas evidências sugerem que o consumo regular de aspartame, em comparação com o consumo de açúcar ou água, está associado a um aumento na ingestão calórica, além de intensificar a fome e os desejos por alimentos açucarados.
2. Ganho de peso
Muitas pessoas acreditam que adoçantes artificiais auxiliam na perda ou controle de peso, uma vez que não contêm calorias. No entanto, algumas evidências apontam para uma ligação entre o consumo prolongado de refrigerantes diet e o aumento da gordura corporal em adultos mais velhos, além de um índice de massa corporal (IMC) mais elevado em crianças. Pesquisas continuam sendo realizadas para compreender melhor a relação entre adoçantes artificiais e o ganho de peso.
3. Açúcar no sangue mal regulado
Embora os adoçantes artificiais não elevem diretamente os níveis de açúcar no sangue, há algumas evidências de que eles podem aumentar os níveis de insulina. Isso ocorre porque o sabor doce pode fazer com que o pâncreas confunda esses adoçantes com açúcar real, levando à liberação de insulina. Com o tempo, isso pode estar relacionado ao desenvolvimento de resistência à insulina, um precursor do diabetes tipo 2, embora sejam necessárias mais pesquisas para entender melhor essa associação.
Além disso, o consumo de adoçantes artificiais pode aumentar a frequência de hipoglicemia reativa, que é uma queda no nível de açúcar no sangue após a ingestão de alimentos. Isso acontece porque o aumento da insulina, induzido pelo sabor doce, reduz o açúcar no sangue, mesmo que o corpo não tenha recebido calorias ou energia dos adoçantes. Portanto, mesmo que esses adoçantes não elevem o açúcar no sangue diretamente, eles ainda podem contribuir para uma má regulação dos níveis de glicose no organismo.
4. Microbioma intestinal alterado
Adoçantes artificiais, como a sacarina e a sucralose, podem interagir de maneira distinta com as bactérias intestinais em comparação com o açúcar. Estudos indicam que esses adoçantes podem alterar o microbioma intestinal, levando a um desequilíbrio conhecido como disbiose. A disbiose ocorre quando há uma desproporção entre bactérias benéficas e prejudiciais no intestino, o que pode resultar em uma série de problemas de saúde, incluindo:
- Inchaço
- Afrouxamento da barreira intestinal
- Enxaquecas
- Condições autoimunes
- Alterações de humor
- Irritabilidade
- Ansiedade
Essas alterações no microbioma podem ter efeitos significativos na saúde geral, influenciando tanto o bem-estar físico quanto mental.
5. Aumento do risco de acidente vascular cerebral e doença cardíaca
Um estudo recente conduzido pela American Heart Association relatou que o consumo frequente de bebidas adoçadas artificialmente durante a meia-idade e a terceira idade foi associado a um risco maior de derrames e outros eventos cardíacos. No entanto, mais pesquisas são necessárias para compreender melhor essa relação e confirmar os mecanismos por trás dessa associação.
6. Aumento do risco de síndrome metabólica
Pesquisas têm associado o consumo de adoçantes artificiais ao desenvolvimento da síndrome metabólica. A síndrome metabólica é um conjunto de fatores de risco que aumentam a probabilidade de problemas de saúde graves, como doenças cardíacas, diabetes e derrames. Esses fatores de risco incluem:
- Acúmulo de gordura ao redor da cintura
- Níveis elevados de triglicerídeos
- Baixos níveis de colesterol HDL ("bom" colesterol)
- Pressão arterial elevada
- Níveis altos de açúcar no sangue
A combinação desses fatores aumenta significativamente o risco de complicações cardiovasculares e metabólicas.
Os adoçantes artificiais são melhores ou piores para você do que o açúcar?
Não há uma resposta definitiva para a questão de substituir o açúcar por adoçantes artificiais, pois essa decisão depende de diversos fatores individuais. Como em muitas outras escolhas alimentares, há prós e contras.
Benefícios dos adoçantes artificiais:
- Não fornecem calorias.
- Não aumentam os níveis de açúcar no sangue.
- Não contribuem para problemas dentários, como cáries.
- Proporcionam o sabor doce desejado.
Por outro lado, algumas pessoas devem ter mais cuidado ao consumir adoçantes artificiais devido ao risco potencial de efeitos colaterais, como:
- Mulheres grávidas e lactantes.
- Pessoas com diabetes.
- Indivíduos com distúrbios intestinais ou problemas de absorção.
- Pessoas que passaram ou vão passar por cirurgia bariátrica.
- Aqueles que sofrem de enxaquecas e epilepsia.
- Crianças.
No entanto, o consumo excessivo de açúcar também não é saudável. Se você deseja reduzir o açúcar (o que pode ser benéfico para a maioria das pessoas), é aconselhável limitar tanto o açúcar refinado quanto os adoçantes artificiais. Aqui estão algumas dicas:
- Prefira água, chá ou café sem açúcar, que são mais saudáveis do que qualquer bebida "diet".
- Aumente o consumo de frutas, que contêm açúcar natural e podem ajudar a satisfazer os desejos por doces, além de serem ricas em vitamina C, fibras e outros nutrientes.
- Sempre que possível, opte por açúcares naturais, como mel, açúcar de coco ou xarope de bordo puro, mas em pequenas quantidades.
Essas orientações podem ajudar a equilibrar a ingestão de açúcares e adoçantes artificiais de forma mais saudável e consciente.
Conclusão
Adoçantes artificiais são frequentemente utilizados como substitutos do açúcar por pessoas que desejam reduzir a ingestão de calorias ou controlar o peso. No entanto, há evidências que sugerem que esses produtos podem, paradoxalmente, aumentar o apetite e contribuir para o ganho de peso. Além disso, eles podem prejudicar a saúde intestinal e aumentar o risco de desenvolver distúrbios metabólicos, como o diabetes tipo 2.
Assim, tanto os adoçantes artificiais quanto o açúcar de mesa devem ser consumidos com moderação. Para uma alternativa mais saudável, é preferível optar por açúcares naturais presentes em frutas ou outras fontes naturais.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
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Referências
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Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/well-being/diet-nutrition/artificial-sweeteners.