O que não dizer a alguém com diabetes tipo 2
Conviver com o diabetes tipo 2 exige disciplina, autocuidado e, principalmente, apoio. No entanto, quem vive com a condição muitas vezes enfrenta comentários equivocados, estigmatizantes ou até mesmo ofensivos, que podem prejudicar a saúde mental e desmotivar o tratamento.
Segundo a designer de joias e cuidadora Maria Oliveira, trouxe com diabetes tipo 2 há alguns anos, o maior desafio não foi apenas aprender a cuidar do corpo, mas também lidar com os preconceitos e mal-entendidos de familiares, colegas e até desconhecidos.
No início, Maria sentiu que o estigma da doença afetava sua autoestima e fazia acreditar que a culpa era exclusivamente dela. Com o tempo, ela passou a compreender que o diabetes não define quem ela é, e hoje se dedica a educar outras pessoas sobre a realidade da condição, ajudando a combater a desinformação.
Aqui estão algumas frases comuns que parecem inofensivas, mas que podem causar muito impacto negativo para quem convive com o diabetes tipo 2.
"Você vai comer isso?"
Uma das primeiras ideias equivocadas é acreditar que pessoas com diabetes não podem comer certos alimentos. Comentários como estes carregam julgamento e passam a impressão de que cada escolha alimentar é um erro.
Na prática, quem vive com diabetes pode sim comer doces, massas ou outros alimentos considerados “vilões”, desde que haja planejamento. O segredo está no controle de porções e no equilíbrio da dieta ao longo do dia. O problema não é comer um pedaço de bolo no aniversário, mas sim o excesso e a falta de entrega.
O que ajuda: em vez de julgar o que uma pessoa vem, ofereça apoio. Por exemplo, preparar uma refeição balanceada para todos, que inclua verduras, proteínas magras e carboidratos em porções adequadas, pode ser muito mais acolhedor.
"Coma menos e se mova mais. Pare de ser preguiçoso."
Essa é uma das frases mais duras e estigmatizantes. Reduzir o diabetes é uma questão de preguiça ou falta de disciplina ignorando fatores genéticos, hormonais e metabólicos que influenciam diretamente na doença.
Cada corpo responde de maneira diferente ao tratamento, e a rotina de exercícios deve respeitar limites individuais. Além disso, dias de descanso também fazem parte de um plano de saúde equilibrado. Atividade física é recomendada, sim, mas ela precisa ser segura, prazerosa e adaptada às condições de cada pessoa.
O que ajuda: se quiser incentivar alguém, convide para uma caminhada em vez de dar ordens. Transformar a prática em algo social e prazeroso faz muito mais diferença do que impor críticas.
"Pare de comer doces."
O açúcar sempre aparece como o inimigo número um nas conversas sobre diabetes. No entanto, proibir completamente os doces não é nem necessário nem realista. O que o tratamento recomenda é moderação e planejamento.
Uma sobremesa pode ser incluída em uma dieta saudável, principalmente quando acompanhada de outros alimentos ricos em fibras e proteínas, que ajudam a evitar picos de glicose. O segredo está na estratégia: reduzir a quantidade, escolher versões menores e equilibrar com escolhas mais saudáveis ao longo do dia.
O que ajuda: em vez de proibir, ofereça alternativas. Frutas assadas, gelatinas sem açúcar, iogurtes naturais com frutas frescas podem ser boas opções para quem deseja manter a doçura no cardápio sem exageros.
"Você deveria ter trazido lanches."
Muitas pessoas acreditam que quem tem diabetes deve estar o tempo todo com lanches de emergência para evitar crises de hipoglicemia. É verdade que ter algo à mão pode ajudar, mas esperar que alguém esteja sempre preparado em qualquer situação não é razoável. A vida acontece, imprevistos surgem, e não carregar um lanche não significa irresponsabilidade.
Além disso, nem todas as pessoas com diabetes tipo 2 usam insulina ou medicamentos que causam queda de glicose. Ou seja, a hipoglicemia não é uma realidade para todos.
O que ajuda: em vez de criticar, ofereça apoio se a pessoa passar mal. Perguntar de forma simples “quer que eu pegue alguma coisa para você?” pode ser muito mais útil e acolhedor.
O impacto do estigma no cuidado com o diabetes
Estudos mostram que o estigma associado ao diabetes pode ter consequências sérias. Muitas pessoas deixam de medir a glicemia em público ou escondem o uso da insulina por medo de julgamentos. Outras acabam abandonando o tratamento por se sentirem culpadas.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), mais de 16 milhões de brasileiros convivem com a doença, e ainda assim ela é cercada de desinformação. O resultado é que, em vez de apoio, muitos pacientes encontram críticas e preconceito, o que dificulta a adesão ao tratamento.
O cuidado com a saúde mental também é parte essencial do tratamento. O diabetes não é apenas uma condição física, mas também emocional. Sentir-se julgado, culpado ou pressionado pode gerar estresse, e o estresse, por sua vez, desregula a glicemia, criando um ciclo prejudicial.
O que dizer em vez disso
Se você convive com alguém que tem diabetes, pode fazer toda a diferença ao trocar frases estigmatizantes por mensagens de apoio.
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Em vez de perguntar “você vai comer isso?”, experimente dizer “esse prato ficou equilibrado, né?”.
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No lugar de “pare de ser preguiçoso”, tente “vamos caminhar juntos hoje à tarde?”.
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Em vez de “pare de comer doces”, prefira “que tal fazermos uma sobremesa mais leve para todos?”.
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No lugar de “você deveria ter trazido lanches”, diga “quer que eu pegue algo para você?”.
Apoio é sobre caminhar junto, e não impor críticas.
Conclusão
O diabetes tipo 2 é uma condição que exige disciplina e acompanhamento, mas não define o valor ou a identidade de ninguém. Comentários preconceituosos ou mal-informados podem parecer pequenos, mas têm um impacto profundo na motivação e na saúde mental de quem convive com a doença.
Por outro lado, palavras de incentivo e atitudes de compreensão podem transformar a forma como alguém encara o tratamento. Afinal, o objetivo não é apenas controlar a glicemia, mas viver com qualidade de vida, autoestima e bem-estar.
Falar com respeito, empatia e informação é uma das formas mais simples — e mais poderosas — de apoiar quem vive com diabetes tipo 2.
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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.
Referências
Centros de Controle e Prevenção de Doenças. (2022). Diabetes e saúde mental .
Centros de Controle e Prevenção de Doenças (2022). Alimente-se bem .
Centros de Controle e Prevenção de Doenças. (2022). O dilema da sobremesa: pessoas com diabetes podem comer sobremesa?
Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais. (2016). Sintomas e causas do diabetes
FAQ: perguntas frequentes sobre diabetes