Fique por dentro do uso do medicamento Keytruda
Keytruda (pembrolizumabe) é um medicamento imunoterápico utilizado no tratamento de diversos tipos de câncer. Aprovado pela FDA em 2014 para o tratamento do melanoma (um tipo de câncer de pele), hoje é indicado para mais de 15 tipos de câncer, incluindo câncer de pulmão não pequenas células, câncer de mama triplo negativo, câncer de cabeça e pescoço, linfoma de Hodgkin, entre outros.
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso de Keytruda pela primeira vez em 2016, inicialmente para melanoma, e desde então vem ampliando suas indicações terapêuticas com base em novos estudos clínicos e evidências científicas.
Ao contrário da quimioterapia tradicional, que ataca diretamente as células cancerígenas (e também células saudáveis), Keytruda atua por meio do bloqueio do receptor PD-1 (proteína de morte celular programada 1). Isso permite que o sistema imunológico reconheça e combata as células tumorais de forma mais eficaz. Por isso, seus efeitos colaterais são distintos e geralmente estão relacionados à ativação do sistema imunológico, podendo atingir diferentes órgãos e tecidos.
Entre os efeitos adversos mais comuns estão: fadiga, diarreia, erupções cutâneas, inflamações no pulmão (pneumonite), fígado (hepatite), intestino (colite), tireoide (tireoidite), além de reações autoimunes mais raras. A Anvisa alerta que o uso de pembrolizumabe requer monitoramento rigoroso, principalmente por equipes médicas especializadas em oncologia, com capacidade para identificar e gerenciar reações imunes graves.
A seguir, detalharemos os sete efeitos colaterais mais comuns associados ao uso de Keytruda e como eles podem ser monitorados ou tratados com segurança.
1. Fadiga
Fadiga — aquela sensação persistente de cansaço ou esgotamento — é um dos efeitos colaterais mais comuns entre os tratamentos com imunoterapia, e o uso de Keytruda não foge à regra. Cerca de 30% das pessoas que participaram dos estudos clínicos iniciais relataram algum grau de fadiga durante o tratamento com o medicamento.
Além do próprio Keytruda, outros fatores também podem contribuir para esse cansaço, como o avanço do câncer em si e a combinação com outros tratamentos, como quimioterapia ou radioterapia. Por isso, é importante conversar com sua equipe médica caso a fadiga esteja interferindo na sua qualidade de vida. Pequenas adaptações na rotina, orientação nutricional e apoio psicológico podem fazer uma grande diferença.
Gerenciando a fadiga
A melhor forma de lidar com a fadiga causada pelo uso de Keytruda depende da intensidade com que ela se manifesta. Se o cansaço for leve e apenas um incômodo, seu oncologista pode optar por manter o tratamento, já que os benefícios do medicamento ainda superam os efeitos adversos.
Nesses casos, pode ser indicado um curto ciclo de corticosteróides, como a prednisona, para ajudar a recuperar os níveis de energia. Também é comum que o médico solicite exames laboratoriais para verificar se há outras causas associadas, como anemia ou hipotireoidismo, que podem estar contribuindo para o cansaço.
Por outro lado, se a fadiga for intensa e estiver afetando sua rotina — especialmente se o repouso não ajudar ou se você estiver tendo dificuldade para realizar atividades básicas do dia a dia — é fundamental comunicar isso ao seu médico. Em situações assim, o profissional pode recomendar a suspensão temporária do tratamento com Keytruda para avaliar se os sintomas melhoram. O mais importante é manter uma comunicação aberta com sua equipe de saúde para que o plano de tratamento seja ajustado de forma segura e personalizada.
2. Dor muscular e articular
Outro efeito colateral comum do Keytruda é a dor muscular e articular, que pode incluir dores nos ossos, rigidez nas articulações e desconforto muscular. Em estudos clínicos iniciais, cerca de 18% das pessoas que utilizaram o medicamento relataram algum nível desses sintomas.
Na maioria dos casos, essas dores são leves e podem ser controladas com analgésicos simples ou anti-inflamatórios. No entanto, em algumas pessoas, os sintomas podem se intensificar e evoluir para quadros mais graves, como artrite inflamatória. Por isso, é importante relatar qualquer dor persistente ao seu médico, que poderá ajustar o tratamento ou indicar estratégias para aliviar o desconforto.
Gerenciando dores musculares e articulares
Medicamentos de venda livre, como os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), podem ajudar a aliviar dores musculares e articulares causadas pelo uso do Keytruda. Entre eles estão o ibuprofeno (Advil, Motrin) e o naproxeno (Alevo, Naprosyn). Em alguns casos, o médico pode prescrever AINEs mais potentes, caso os de uso comum não sejam suficientes.
Se os AINEs não forem eficazes, o médico pode indicar um curto período de uso de corticosteroides, como a prednisona, para reduzir a inflamação e aliviar os sintomas. Essa abordagem ajuda a acalmar o sistema imunológico, que pode estar reagindo de forma exagerada ao tratamento.
Caso a dor se torne intensa ou incapacitante, pode ser necessário suspender temporariamente ou, em alguns casos, interromper o uso do Keytruda. O médico também pode encaminhar o paciente para um reumatologista, especialista em doenças articulares e autoimunes, para uma avaliação mais detalhada e individualização do tratamento.
3. Dor de estômago, incluindo alterações nos hábitos intestinais
Dor abdominal, constipação e diarreia estão entre os efeitos colaterais gastrointestinais mais comuns do Keytruda. Dentre esses, a diarreia é o sintoma mais frequentemente relatado. Em estudos clínicos, mais de 20% das pessoas que usaram Keytruda mencionaram episódios de diarreia.
A intensidade da diarreia pode variar de leve — com uma ou duas evacuações extras por dia — a casos mais graves, que envolvem inflamação do cólon, conhecida como colite. Por isso, é importante monitorar qualquer mudança nos hábitos intestinais durante o tratamento e informar o médico caso os sintomas se intensifiquem.
Gerenciando diarreia e dor de estômago
Se a diarreia for leve, medicamentos antidiarreicos de venda livre, como a loperamida (Imodium AD), podem oferecer alívio. Também pode ser útil fazer ajustes temporários na dieta, evitando alimentos picantes, ácidos ou gordurosos, e priorizando alimentos mais leves e ricos em amido, como arroz, banana e torradas.
Caso a diarreia se torne mais intensa, é importante informar seu médico. Nessas situações, pode ser necessário pausar temporariamente o uso do Keytruda e iniciar medicamentos como a budesonida (Entocort) para reduzir a inflamação do trato gastrointestinal. A retomada do tratamento com Keytruda poderá ser considerada após o controle dos sintomas.
Se surgirem sinais de colite — como diarreia intensa, dor abdominal forte, cólicas ou presença de sangue ou muco nas fezes — entre em contato com seu médico imediatamente. Após o tratamento e estabilização do quadro, o uso do Keytruda poderá ser avaliado, mas em muitos casos ele será retirado do plano terapêutico.
4. Erupções cutâneas e coceira
Keytruda pode causar irritações na pele, como coceira e erupções cutâneas. Em estudos clínicos, mais de 20% das pessoas relataram algum grau desses sintomas ao longo do tratamento. Na maioria das vezes, essas reações são leves e controláveis.
No entanto, em casos mais raros, podem surgir reações cutâneas graves. Há relatos, por exemplo, da síndrome de Stevens-Johnson (SJS), uma condição alérgica séria. Os sinais de alerta incluem febre, bolhas, descamação da pele e dores no corpo.
Por isso, ao notar qualquer alteração incomum na pele, mesmo que pareça leve, é importante comunicar o médico o quanto antes, para que ele avalie a melhor forma de controle ou, se necessário, ajuste o tratamento.
Tratamento de erupções cutâneas
Para erupções cutâneas leves a moderadas, o uso de cremes hidratantes como CeraVe pode ser suficiente para aliviar o desconforto. Em alguns casos, o médico pode recomendar esteroides tópicos, como a hidrocortisona, para ajudar a controlar a inflamação local. Se necessário, esteroides orais também podem ser considerados. Para aliviar a coceira, anti-histamínicos de venda livre, como difenidramina (Benadryl) ou cetirizina (Zyrtec), costumam ser eficazes.
Quando os sintomas cutâneos são mais intensos, o médico pode optar por interromper temporariamente o tratamento com Keytruda. Além disso, pode indicar o uso combinado de esteroides tópicos e orais para reduzir a resposta inflamatória do sistema imunológico.
Se as lesões na pele não melhorarem com essas abordagens iniciais, é provável que o médico encaminhe você a um dermatologista para uma avaliação mais especializada.
5. Problemas nervosos
Embora seja raro, o uso de Keytruda pode estar associado a alguns efeitos colaterais neurológicos. Entre eles, estão condições como miastenia gravis, síndrome de Guillain-Barré e neuropatia periférica. Esses problemas podem provocar sintomas como dormência, formigamento ou dor nas mãos e nos pés. Também podem ocorrer fraqueza muscular e alterações na coordenação ou no controle dos movimentos. Caso esses sinais apareçam, é fundamental procurar orientação médica o quanto antes, pois o tratamento precoce pode evitar complicações.
Gerenciando problemas nervosos
Se você apresentar dor nervosa leve a moderada durante o tratamento com Keytruda, seu médico pode optar por pausar temporariamente as infusões para observar se os sintomas melhoram. Durante esse intervalo, pode ser indicado o uso de esteroides orais ou de medicamentos específicos para dor neuropática, como gabapentina (Neurontin) ou duloxetina (Cymbalta), que ajudam a aliviar o desconforto.
Em casos de sintomas mais graves, como sinais de miastenia gravis, síndrome de Guillain-Barré ou outras complicações neurológicas sérias, a recomendação será suspender o uso de Keytruda de forma definitiva. Fique atento a sinais como fraqueza nos braços ou pernas, dificuldade para falar, visão dupla ou qualquer alteração incomum na coordenação motora. Caso perceba esses sintomas, procure seu médico imediatamente.
6. Tireóide hipoativa
Problemas na tireoide são um possível efeito colateral do uso de Keytruda. Um dos mais comuns é o hipotireoidismo — quando a glândula tireoide passa a produzir menos hormônios do que o necessário para o funcionamento adequado do corpo.
Essa redução hormonal pode levar a sintomas como cansaço excessivo, ganho de peso sem causa aparente, sensibilidade ao frio, pele seca, constipação e lentidão no raciocínio.
Caso esses sinais apareçam durante o tratamento, é importante informar seu médico. Ele pode solicitar exames de sangue para avaliar a função da tireoide e, se necessário, iniciar o uso de reposição hormonal com levotiroxina para corrigir o desequilíbrio..
Gerenciando alterações da tireoide
Seu médico provavelmente acompanhará sua função tireoidiana ao longo do tratamento com Keytruda. Esse monitoramento é uma medida preventiva comum para identificar alterações hormonais precocemente.
Na maioria dos casos, o hipotireoidismo causado pelo uso de Keytruda é leve, o que permite a continuidade do tratamento. Caso você apresente sintomas como fadiga, confusão mental (ou “névoa cerebral”) e sensação constante de frio, o médico pode prescrever um medicamento como a levotiroxina (Synthroid) para repor os hormônios tireoidianos em falta.
Se o hipotireoidismo se tornar mais significativo, o especialista pode encaminhá-lo a um endocrinologista para uma avaliação mais aprofundada e ajuste do tratamento.
7. Problemas pulmonares
Keytruda também pode causar inflamação nos pulmões, conhecida como pneumonite induzida pelo sistema imunológico. Isso ocorre quando o sistema imunológico é superativado e passa a atacar os próprios tecidos pulmonares. Os sintomas podem incluir falta de ar, tosse persistente e baixos níveis de oxigênio no sangue.
Apesar de possível, esse efeito colateral é incomum. Cerca de 3% das pessoas que participaram dos estudos clínicos com Keytruda desenvolveram pneumonite. Desses casos, aproximadamente dois terços precisaram ser tratados com corticosteroides para controlar a inflamação.
Se você estiver usando Keytruda e apresentar sintomas respiratórios, informe seu médico imediatamente. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações mais graves.
Gerenciando problemas pulmonares
Avise seu médico imediatamente se você apresentar falta de ar, dor no peito ou desenvolver uma tosse nova ou que esteja piorando. Esses sintomas podem ser sinais de pneumonite, uma inflamação nos pulmões que exige atenção rápida.
Se os sintomas forem leves, o médico pode recomendar uma pausa temporária no tratamento com Keytruda e retomar o uso após algumas semanas, caso haja melhora. No entanto, se os sintomas forem mais graves, pode ser necessário interromper o uso do medicamento de forma permanente.
Nesses casos, é comum que o médico prescreva um tratamento com corticosteroides para reduzir a inflamação e, dependendo da avaliação clínica, também possa recomendar o uso de antibióticos.
O que acontece se eu parar de tomar Keytruda?
É comum que algumas pessoas precisem interromper o uso de Keytruda devido a efeitos colaterais difíceis de controlar. Nesses casos, os sintomas geralmente melhoram com o tempo após a suspensão do tratamento. No entanto, certos efeitos colaterais podem persistir mesmo depois de parar de tomar o medicamento.
Existe um debate na comunidade médica sobre o momento ideal para interromper o uso de Keytruda, especialmente quando o paciente está respondendo bem ao tratamento. Por exemplo, um estudo sugere que pode ser seguro encerrar o uso de Keytruda após dois anos em casos de melanoma, sem comprometer as chances de sobrevivência.
É fundamental conversar com seu oncologista para avaliar, com base no seu quadro clínico e nos resultados do tratamento, se é seguro ou não interromper o uso de Keytruda.
Conclusões
Os efeitos colaterais mais comuns do Keytruda incluem fadiga, dores musculares e articulares, além de diarreia. Também podem ocorrer erupções cutâneas, alterações na função da tireoide e dores nos nervos.
Se você estiver com dúvidas ou preocupações sobre esses efeitos, converse com seu oncologista. Muitos dos sintomas são esperados e podem ser controlados com o acompanhamento adequado. No entanto, em alguns casos, os efeitos colaterais podem exigir ajustes no seu plano de tratamento. O mais importante é manter uma comunicação aberta com a equipe médica para garantir que você receba o melhor cuidado possível.
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Referências
Sociedade Americana do Câncer. (2019). Como a imunoterapia é usada para tratar o câncer .
Azeem Khan, M., et al. (2021). Imunoterapia e fadiga: o que sabemos e o que não sabemos . Oncotarget .
Danson, S., et al. (2019). Estamos tratando demais com inibidores de checkpoint? British Journal of Cancer .
Jeurling, S., et al. (2020). Tratamento de artrite inflamatória induzida por inibidor de ponto de verificação imune . Current Opinion in Rheumatology .
Merck Sharp & Dohme LLC. (2023). Keytruda-pembrolizumab injeção, pó, liofilizado, para solução [bula] .
Diretrizes da NCCN para Pacientes. (2022). Efeitos colaterais da imunoterapia: Inibidores de ponto de verificação imunológico . National Comprehensive Cancer Network.
Robert, C., et al. (2018). Resposta completa durável após descontinuação de pembrolizumabe em pacientes com melanoma metastático . Journal of Clinical Oncology .
Texto traduzido e adaptado do original: https://www.goodrx.com/keytruda/side-effects-of-keytruda
FAQ: perguntas frequentes sobre Keytruda
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