11 interações do verapamil que você deve conhecer
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Wilton de Andrade
Última atualização
12/11/2024
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Entenda 11 interações do verapamil

Verapamil (Calan SR, Verelan) é um bloqueador dos canais de cálcio amplamente utilizado no tratamento de hipertensão, angina e arritmias cardíacas. Além disso, é utilizado off-label na prevenção de cefaleias. Entretanto, o verapamil pode interagir com outros medicamentos, o que aumenta o risco de efeitos colaterais e compromete a eficácia do tratamento. A seguir, apresentaremos as interações mais comuns e os sinais que podem indicar a ocorrência de problemas.

Se você estiver tomando verapamil e notar sintomas como tontura intensa, dor muscular, sangramentos anormais ou alterações no ritmo cardíaco, é essencial procurar orientação médica imediatamente. Monitorar a pressão arterial e relatar qualquer mudança ao seu médico pode evitar complicações graves. A supervisão regular da equipe médica é fundamental para ajustar as doses conforme necessário e garantir a segurança do tratamento.

 

1. Sinvastatina e lovastatina

A sinvastatina (Zocor) é uma estatina usada para reduzir o colesterol alto, ajudando a prevenir doenças cardiovasculares. No entanto, tomar sinvastatina em combinação com verapamil pode aumentar os níveis da estatina no organismo. Isso ocorre porque o verapamil inibe a enzima CYP3A4, responsável por metabolizar a sinvastatina, resultando em maior concentração do medicamento no sangue.

Esse aumento nos níveis de sinvastatina pode aumentar o risco de efeitos adversos, como dores musculares (mialgia) e, em casos graves, rabdomiólise — uma condição em que ocorre o distúrbio do tecido muscular, liberando substâncias nocivas na corrente sanguínea que podem danificar os rins .

Por esse motivo, uma dose de sinvastatina deve ser limitada a 10 mg por dia para pessoas que também tomam verapamil. Da mesma forma, a combinação de verapamil com lovastatina também apresenta riscos semelhantes. Nesses casos, uma dose de lovastatina não deve ultrapassar 40 mg por dia .

Se você apresenta sintomas como dores musculares persistentes, fraqueza ou urina escura, é fundamental informar seu médico. Ele pode ajustar a dose da estatina ou recomendar uma mudança para outra estatina com menor risco de interação, como a rosuvastatina ou pravastatina. Avaliar outras opções terapêuticas para controle do colesterol também pode ser necessária para evitar essas complicações.

 

2. Betabloqueadores e outros medicamentos para pressão arterial

Betabloqueadores são amplamente utilizados para tratar doenças cardíacas e também têm aplicações em glaucoma, prevenção de enxaqueca e tremores essenciais. No entanto, uma combinação de betabloqueadores com verapamil pode apresentar riscos relacionados às suas ações semelhantes no organismo.

Tanto os betabloqueadores quanto o verapamil diminuem a frequência cardíaca e concentram a força das contrações cardíacas, o que pode resultar em bradicardia (frequência cardíaca lenta). Além disso, essa combinação pode causar uma queda acentuada na pressão arterial, com sintomas como tontura, fadiga e dificuldade para respirar.

A interação torna-se especialmente preocupante para pessoas que já tomam outros medicamentos para pressão arterial, como clonidina ou inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina), porque a pressão pode cair para níveis perigosamente baixos. Por isso, é comum que os médicos recomendem monitoramento frequente da pressão arterial nesses casos.

Se você sentir sintomas como tontura intensa, dificuldade respiratória ou fadiga extrema , é importante comunicar ao seu médico. Em situações mais graves, como dificuldade significativa para respirar, é necessário procurar atendimento de emergência imediatamente.

 

3. Álcool

O verapamil pode interferir na forma como o corpo metaboliza o álcool, resultando em uma eliminação mais lenta da substância. Isso pode aumentar a concentração de álcool no sangue por mais tempo do que o normal, aumentando a sensação de embriaguez e os riscos associados, como quedas, lesões e intoxicação seletiva.

Diante dessa interação, recomendamos evitar o consumo de álcool enquanto estiver em tratamento com verapamil. Caso tenha dúvidas ou instruções precisas sobre o uso simultâneo de álcool e verapamil, é fundamental conversar com seu médico. Isso permitirá ajustes no tratamento ou orientações mais seguras para evitar complicações.

 

4. Suco de toranja

Algumas pesquisas indicam que a toranja pode não interagir significativamente com o verapamil, mas há relatos de toxicidade relacionada à ingestão simultânea de ambos. A toranja tem o potencial de aumentar os níveis de verapamil no sangue, o que pode causar efeitos adversos, como pressão arterial baixa (hipotensão) e bradicardia. Esses sintomas se manifestam como tontura, fadiga e falta de ar e, em casos mais graves, podem ser fatais.

Se o consumo de suco de toranja faz parte de sua rotina e você prefere não eliminá-lo, é fundamental discutir essa questão com seu médico. Ele pode avaliar a necessidade de ajustar a medicação ou sugerir uma alternativa ao verapamil que não tenha a mesma interação com a toranja, garantindo sua segurança e eficácia no tratamento.

 

5. Digoxina

A digoxina (Lanoxin) é um medicamento utilizado no tratamento de insuficiência cardíaca e arritmias, com monitoramento cuidadoso dos seus níveis sanguíneos devido ao alto risco de toxicidade. Quando tomado simultaneamente com verapamil, os níveis de digoxina podem aumentar além do seguro, elevando o risco de toxicidade.

Os sintomas de toxicidade por digoxina incluem náusea, perda de apetite e alterações na visão. Em casos mais graves, pode agravar arritmias e causar dificuldade respiratória, colocando o paciente em risco.

Se você estiver usando verapamil e seu médico decidir adicionar digoxina, ele provavelmente receberá uma dose reduzida de digoxina e monitorará regularmente seus níveis sanguíneos. Essa prática minimiza o risco de toxicidade e garante a segurança do tratamento. É essencial seguir as orientações do médico e comparecer às consultas agendadas para evitar complicações nessa interação.

 

6. Flecainida

Flecainida é um medicamento utilizado no tratamento de arritmias, com potencial risco de toxicidade, assim como a digoxina. Por isso, é comum que o médico monitore regularmente os níveis sanguíneos de flecainida para garantir sua segurança.

A combinação de flecainida com verapamil pode resultar em uma desaceleração excessiva dos efeitos cardíacos e outros problemas cardíacos. Essa interação pode desencadear sintomas como dor no peito, dificuldade para respirar e episódios de desmaio, exigindo atenção médica imediata.

Se você estiver tomando ambos os medicamentos e apresentar esses sintomas, é fundamental informar seu médico. Ele pode avaliar a necessidade de ajustar a dosagem ou substituir um dos medicamentos para evitar complicações. Em casos de sintomas graves, a orientação é procurar atendimento médico de emergência sem demora.

 

7. Lítio

O lítio é um estabilizador de humor amplamente utilizado para tratamento de transtorno bipolar, mas exige monitoramento frequente devido ao risco significativo de efeitos colaterais e toxicidade. Sua interação com outros medicamentos pode intensificar esses riscos, e a combinação com verapamil é um exemplo disso.

Quando o lítio é administrado junto com o verapamil, há um aumento na probabilidade de efeitos colaterais, como bradicardia (batimento cardíaco lento), hipotensão (pressão arterial baixa) e diarreia. Além disso, essa combinação pode aumentar o risco de neurotoxicidade, que envolve danos ao cérebro e ao sistema nervoso. Os sintomas de neurotoxicidade incluem confusão mental, dores nos nervos e distúrbios motores, o que pode comprometer a qualidade de vida e a necessidade de atenção médica imediata.

Se for necessário o uso simultâneo desses medicamentos, o médico deverá monitorar regularmente os níveis de lítio no sangue para mantê-los dentro de uma faixa de segurança e evitar complicações. Além disso, ajustes na dosagem de um ou ambos os medicamentos podem ser necessários para minimizar riscos.

 

8. Carbamazepina

A carbamazepina (Tegretol) é um medicamento indicado para tratar convulsões e alguns tipos de transtorno bipolar. No entanto, apresenta um risco elevado de efeitos colaterais e pode interagir com outros medicamentos, exigindo atenção cuidadosa no manejo de sua administração.

O verapamil, ao ser tomado junto com a carbamazepina, pode elevar os níveis do último no organismo, aumentando o risco de efeitos adversos. Entre os efeitos colaterais mais comuns estão tonturas, dores de cabeça e problemas visuais. Em situações graves, essa interação pode resultar em complicações mais graves, como alterações respiratórias, problemas cardíacos ou até coma.

Se for necessário usar ambos os medicamentos simultaneamente, o médico pode ajustar a dose de carbamazepina para minimizar riscos. É fundamental informar imediatamente o profissional de saúde caso ocorram sintomas adversos, permitindo uma intervenção rápida para evitar complicações.

 

9. Rifampicina

A rifampicina é um antibiótico utilizado para prevenir e tratar infecções como tuberculose e meningite meningocócica. No entanto, seu uso pode interferir na eficácia de outros medicamentos, como o verapamil.

Quando rifampicina e verapamil são administrados juntos, a rifampicina pode reduzir significativamente os níveis de verapamil no organismo. Isso ocorre porque a rifampicina acelera o metabolismo do verapamil no fígado, ajudando sua concentração no sangue. Com níveis mais baixos, o verapamil pode não exercer seu efeito terapêutico esperado, comprometendo o controle da pressão arterial ou da função cardíaca.

Diante dessa interação, o médico pode optar por ajustar a dose de verapamil para garantir que o tratamento permaneça eficaz. É essencial seguir as orientações médicas e realizar acompanhamento regular para monitorar os efeitos de ambos os medicamentos.

 

10. Fenobarbital

O fenobarbital é um medicamento da classe dos barbitúricos, usado para tratar convulsões, insônia e sintomas de abstinência silenciosa. No entanto, ele pode interferir na eficácia de outros medicamentos, como o verapamil.

Quando o fenobarbital é tomado junto com o verapamil, ele pode reduzir os níveis deste último no corpo. Isso ocorre porque o fenobarbital acelera o metabolismo do verapamil no fígado, fazendo com que ele seja eliminado mais rapidamente. Como resultado, a eficácia do verapamil pode ser comprometida, prejudicando o controle da pressão arterial ou das arritmias.

Caso você precise usar ambos os medicamentos, o médico pode ajustar a dose de verapamil para garantir que ele mantenha sua ação esperada. É essencial seguir as orientações médicas e realizar o monitoramento regular para avaliar a resposta ao tratamento.

 

11. Ciclosporina

A ciclosporina (Sandimmune) é um imunossupressor utilizado para prevenir a infecção em pacientes que passaram por transplantes de órgãos. Devido à sua margem terapêutica estreita, é necessário realizar exames de sangue frequentes para garantir que os níveis da medicação permaneçam dentro da faixa segura.

Quando tomado junto com verapamil, os níveis de ciclosporina podem aumentar no corpo. Isso ocorre porque o verapamil inibe certas enzimas hepáticas responsáveis ​​pela metabolização da ciclosporina, fazendo com que ela se acumule. Esse acúmulo pode levar à toxicidade, com sintomas como arritmias, dificuldades respiratórias e convulsões.

Durante o tratamento combinado, o médico fará um monitoramento cuidadoso dos níveis de ciclosporina por meio de exames regulares. É essencial que o paciente informe imediatamente qualquer sintoma de toxicidade ao profissional de saúde. Dessa forma, os ajustes na dosagem podem ser feitos para evitar complicações graves.

 

Quando devo entrar em contato com meu médico sobre uma interação com verapamil?

Se você experimentar efeitos colaterais ou inconvenientes, é essencial procurar orientação médica. Entre esses sintomas, pode haver sinais de que o verapamil não está funcionando corretamente, como pressão alta persistente. Além disso, é importante observar que sua pressão arterial pode estar muito baixa, como tontura, cansaço extremo ou sensação de desmaio.

Mantenha seu médico e farmacêutico informado sobre todos os medicamentos e suplementos que você toma, incluindo os de venda livre. A melhor maneira de garantir isso é manter uma lista atualizada de todos os medicamentos prescritos, suplementos e produtos OTC. Com essa lista, os profissionais de saúde podem avaliar e evitar possíveis interações com o verapamil.

Evite alterar ou interromper o uso de qualquer medicamento sem orientação médica. Uma interrupção abrupta do tratamento pode agravar sintomas ou desencadear interações adversas. Trabalhe sempre em conjunto com seu médico para ajustar seu tratamento de forma segura, se necessário.

 

Conclusões

Verapamil é um medicamento utilizado no tratamento de pressão alta e de certas condições cardíacas. No entanto, ele pode interagir com diversos medicamentos e substâncias, o que pode exigir ajustes na dosagem ou evitar o uso conjunto.

Alguns medicamentos, como sinvastatina e digoxina, podem ser tomados com verapamil desde que as doses sejam ajustadas de forma a reduzir riscos. Outros, como álcool e suco de toranja, devem ser evitados, pois podem amplificar os efeitos colaterais ou interferir na eficácia do verapamil.

É essencial que você informe seu médico ou farmacêutico sobre todos os medicamentos que você está tomando. Manter uma lista atualizada de medicamentos e suplementos ajuda os profissionais de saúde a identificar e gerenciar interações possíveis. Além disso, relacione imediatamente qualquer sintoma incomum ou sinal de interação medicamentosa, como tontura, fadiga, ou alterações no ritmo cardíaco. Isso permitirá que seu tratamento seja ajustado de maneira segura e eficaz.

 

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Observação: este conteúdo não se destina a substituir aconselhamento, diagnóstico ou tratamento médico profissional. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro profissional de saúde qualificado com qualquer dúvida que possa ter sobre uma condição médica.

 

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Referências

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Texto adaptado e traduzido do original: https://www.goodrx.com/verapamil/interactions

 

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